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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Bolsonaro ganha for�a na disputa presidencial com palanques regionais

Na tentativa de reelei��o, chefe do Executivo federal mira o Nordeste, onde est� atr�s de Lula nas pesquisas


10/04/2022 04:00 - atualizado 10/04/2022 07:38

Jair Bolsonaro
(foto: Evaristo Sa/AFP)
Bras�lia –A janela partid�ria reposicionou a classe pol�tica nas legendas sem risco de puni��o pela Justi�a Eleitoral para quem mudou de sigla. E deixou mais claro, para quem vai disputar as elei��es, como ser�o formados os palanques estaduais em rela��o �s alian�as para a disputa presidencial.

Na compara��o com a elei��o de 2018, h� uma diferen�a clara: os palanques ligados ao presidente Jair Bolsonaro ficaram mais robustos e mais pr�ximos da pol�tica tradicional. Bem diferente das elei��es passadas, quando o atual presidente era candidato com discurso antipol�tica.

Cruzando as pesquisas de opini�o com o rearranjo pol�tico da janela eleitoral, � poss�vel vislumbrar cen�rios bem mais consolidados de apoio ao presidente, cuja popularidade cresce nas regi�es Sul, Centro-Oeste e Norte, mas enfrenta dificuldades no Nordeste, majoritariamente favor�vel ao prov�vel candidato do PT, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

Em Minas e no Rio de Janeiro, Bolsonaro est� montando palanques que podem atrapalhar a vida dos favoritos nas pesquisas. Ministros bem-avaliados foram instados a entrar na disputa eleitoral, a m�quina de propaganda governamental opera em ritmo intenso e um “pacote de bondades” para o eleitor vem sendo desembrulhado � medida que o staff pol�tico do presidente identifica alguma oportunidade de conquistar votos.

Para o ex-ministro da Cidadania Jo�o Roma (Republicanos), que vai concorrer ao governo da Bahia, as elei��es gerais sempre come�am a ser definidas pela disputa � Presid�ncia da Rep�blica.

Na outra elei��o (2018), Bolsonaro era avulso, poucos acreditavam que ele ganharia, mas, agora, � o presidente em reelei��o. Ocupou esse espa�o e os palanques regionais robustecidos mostram isso”, disse o ex-ministro ao Correio Braziliense/Estado de Minas.

Para ele, o maior crescimento da bancada do PL e o fortalecimento do PP e do Republicanos “mostram uma tend�ncia, percebida pelo pr�prio Parlamento, de um vetor de for�a para a reelei��o do presidente Bolsonaro”.

Na Bahia, com a bandeira do bolsonarismo, Roma vai tentar atrapalhar a vida das duas for�as dominantes no estado: o PT e o Uni�o Brasil (com a ala do antigo DEM, ligada ao cacique ACM Neto). “Vemos a Bahia desconectada, o PT de um lado, ACM Neto sem vincula��o nacional (de outro), e eu vinculado ao presidente Bolsonaro querendo mostrar esse novo caminho pra Bahia”.

Nomes como o de Roma ou de Anderson Ferreira (PL), ex-prefeito de Jaboat�o dos Guararapes (PE) e pr�-candidato do PL ao governo do Pernambuco, s�o constru��es pol�ticas montadas com a ajuda dos caciques do Centr�o para alterar a correla��o de for�as nos estados nordestinos, onde as pesquisas de opini�o registram as maiores taxas de rejei��o ao governo Bolsonaro e amplo favoritismo para Lula.

No caso pernambucano, Ferreira entra na disputa fazendo chapa com o ex-ministro do Turismo Gilson Machado como candidato ao Senado. Em Pernambuco, a principal for�a pol�tica � o PSB, que dar� um dos dois palanques que o candidato petista ter� no estado – o outro ser� o da candidata do Cidadania, Mar�lia Arraes, que rompeu com o PT.

“A maior parte dos diret�rios abertos est� no Sul e no Sudeste. Sobre o Nordeste, aguardamos ainda a consolida��o dos dados. Por�m, vale explicar: h� 226 diret�rios, 100 prontos para operar com equipes e 126 com dificuldade de se manterem por falta de pessoal, principalmente no interior. Hoje, com a vinda do Bolsonaro, isso mudou, podemos escolher”, disse o l�der do PL na C�mara, deputado Capit�o Augusto.

Se no Nordeste a situa��o do bolsonarismo est� longe de ser confort�vel, no Sul do pa�s o presidente leva boa vantagem em rela��o ao seu principal oponente.

No Rio Grande do Sul, dois palanques estar�o � disposi��o de Bolsonaro: o do ex-ministro do Trabalho e Previd�ncia Onyx Lorenzoni, pelo PL, e o do senador Lu�s Carlos Heinze (PP) conta com o apoio do PTB.

Lula ter� o palanque do deputado estadual Edegar Pretto (PT), que espera ter o refor�o da ex-deputada federal Manuela D'�vila (PCdoB). Em Santa Catarina e no Paran�, os candidatos ligados ao bolsonarismo seguem como favoritos diante dos nomes ligados � esquerda.

No Norte e no Centro-Oeste, Bolsonaro tamb�m ter� palanques amistosos, principalmente de atuais governadores que tentam a reelei��o, como Ronaldo Caiado (Uni�o), em Goi�s, Ibaneis Rocha (MDB), no DF, e Wilson Lima (Uni�o), no Amazonas. No caso do DF, Ibaneis espera o refor�o da ex-secret�ria de Governo de Bolsonaro F�via Arruda (PL) como candidata ao Senado. Lula ter� os palanques da esquerda, cujos pr�-candidatos n�o despontam entre os favoritos, de acordo com as pesquisas.

SUDESTE


A regi�o decisiva continua sendo o Sudeste, que re�ne a maioria do eleitorado brasileiro. No Rio de Janeiro, Bolsonaro ter� o apoio autom�tico do governador Cl�udio Castro (PL). Lula, por sua vez, ter� o palanque de Marcelo Freixo (PSB).

Para o senador Fl�vio Bolsonaro (PL-RJ), o resultado da janela partid�ria “assustou a oposi��o”. Mesmo com Lula liderando as pesquisas de opini�o, o troca-troca partid�rio refor�ou a base eleitoral do pai. “Ao meu ver, nem a oposi��o acredita nas pesquisas. A verdade � que h� mais eleitores para Bolsonaro do que se espera, e a elei��o vai provar.”

Em Minas Gerais, segundo maior col�gio eleitoral, a disputa est� entre o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). O primeiro apoiou Bolsonaro na elei��o passada, mas, agora, anda meio distante do presidente, que escalou o senador Carlos Viana (PL) como candidato do partido ao governo do estado. Kalil, por sua vez, pode fechar alian�a com Lula. Em S�o Paulo, Bolsonaro escalou o ex-ministro da Infraestrutura Tarc�sio de Freitas (Republicanos) para disputar o governo do estado.

Novas cr�ticas indiretas ao STF


Bras�lia – Em viagem ao Paran�, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar, ontem, sobre pessoas que, supostamente, querem implantar um regime ditatorial no Brasil. O presidente da Rep�blica participou de exposi��o agropecu�ria em Londrina, na noite de sexta-feira, e de uma missa na cidade de Bandeirantes, no norte do estado, na manh� de ontem.

"Alguns, at� no pr�prio governo, falavam que, se desse problema aqui, iriam para fora. At� naquele pa�s mais ao norte est� ficando complicado viver. Aqui � nossa terra. N�o podemos deixar que duas ou tr�s pessoas queiram impor uma ditadura no Brasil", disse ele, sem citar o ministro Alexandre de Moraes, que tem sido alvo frequente de suas cr�ticas.

Bolsonaro � investigado em inqu�rito no Supremo Tribunal Federal por divulga��o de fake news, e o relator � Alexandre de Moraes. No dia 1º deste m�s, ele mandou o magistrado “calar a boca” e “n�o encher o saco”, tamb�m sem cit�-lo.

"Se n�o tem ideias, cale a boca! Bota a tua toga e fica a� sem encher o saco dos outros! Como atrapalham o Brasil", bradou, � �poca. Em fevereiro, o presidente j� havia criticado o Judici�rio de forma semelhante ao afirmar que o pa�s enfrenta “ditadura de canetas”.

No Paran�, ontem, o presidente chegou a participar da missa no Santu�rio S�o Miguel Arcanjo lendo um dos ritos da celebra��o. De Andir�, cidade pr�xima a Bandeirantes, partiu uma motociata para saud�-lo. "Aqui � uma terra maravilhosa. Ningu�m tem o que n�s temos no mundo todo. Aqui � nossa terra. � recuperar isso aqui e 'tocar o barco'", falou, aos apoiadores do Sul do pa�s.

Durante um trecho do bate-papo, o presidente listou a��es de seu governo em prol do homem do campo, como a possibilidade de ruralistas portarem armas de fogo em toda a extens�o de suas propriedades – e n�o mais apenas nas sedes das fazendas.

"A locomotiva da nossa economia est� no campo, que n�o parou durante a pandemia. A cidade, em grande parte, parou", pontuou.
Houve tempo, tamb�m, para Bolsonaro relembrar a visita a Vladimir Putin, presidente da R�ssia. O encontro de fevereiro, que serviu para os dois l�deres debaterem a exporta��o de fertilizantes, ocorreu uma semana antes de os russos iniciarem a invas�o � vizinha Ucr�nia. Segundo o presidente da Rep�blica, o problema da infla��o, que bateu recorde em mar�o e chegou a 11,3%, n�o � exclusividade do Brasil.

"O mundo todo, agora, est� em uma grande infla��o de alimentos, fruto do p�s-pandemia, do 'fique em casa, a economia a gente v� depois' e, tamb�m, da guerra entre Ucr�nia e R�ssia. O Brasil desponta, no momento, como o melhor pa�s para investimentos. L� fora, inclusive, j� come�a o desabastecimento".

Bolsonaro estava acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pelo ministro Augusto Heleno (Gabinete de Seguran�a Institucional) e pelo governador do estado, Ratinho J�nior. A comitiva presidencial retornou para Bras�lia ontem � tarde.

O presidente cumpriu agenda com v�rios compromissos na Regi�o Sul. Esteve tamb�m em Passo Fundo (RS), para inaugurar obras do aeroporto regional, e esteve em Bag� (RS) para a entrega de obras da unidade de radioterapia do Hospital do C�ncer. Antes, foi a Pelotas, no mesmo estado, para a entrega da obra de duplica��o do contorno rodovi�rio da cidade, nas BRs-116/392.

CORRUP��O


A Pesquisa semanal Modalmais/AP Exata revelou que, nos primeiros dias de abril, o tema “corrup��o” foi o mais falado em mensagens do Twitter, que mencionam Bolsonaro, chegando a 21,3%. O percentual tamb�m �, pela primeira vez, maior que os posts relacionados ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), que no mesmo per�odo teve 20,8% de men��es associadas � palavra.

Segundo o levantamento, os t�picos come�aram com as den�ncias relacionadas ao ex-ministro da Educa��o Milton Ribeiro, sobretudo ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE), ainda em mar�o.

Depois do esc�ndalo, outras quest�es foram aparecendo, como superfaturamento na compra de �nibus escolares e at� mesmo a cria��o de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) para investigar os casos.

Ap�s isso, j� na �ltima semana, a irm� do ex-PM assassinado Adriano da N�brega acusou o Pal�cio do Planalto de barganhar cargos para quem executasse o policial. A oposi��o tamb�m voltou a falar sobre as mans�es de Fl�vio e Renan Bolsonaro — casos sens�veis para a imagem do presidente.

“No entanto, como n�o houve den�ncias relacionando nomes, nem deten��es, os internautas fora da bolha de apoiadores n�o t�m aderido a esse discurso e o assunto tende a crescer e pressionar Bolsonaro, para que apresente respostas mais convincentes e a��es mais concretas em rela��o aos casos”, diz o texto.


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