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Elei��es 2022: quem s�o os pr�-candidatos a Presidente e os obst�culos que devem enfrentar

Jair Bolsonaro vai disputar a reelei��o enquanto Lula tenta retornar ao Pal�cio do Planalto para um terceiro mandato. Enquanto isso, candidatos de esquerda e direita tentam se viabilizar como 'terceira via'.


15/04/2022 12:39 - atualizado 15/04/2022 13:03

bússola
Jair Bolsonaro vai disputar a reelei��o enquanto Lula tenta retornar ao Pal�cio do Planalto para um terceiro mandato. Enquanto isso, candidatos de esquerda e direita tentam se viabilizar com 'terceira via' (foto: Getty Images)

Esta reportagem foi atualizada no dia 14 de abril de 2022.

A elei��o presidencial de 2022 tende a gerar grande polariza��o, com Jair Bolsonaro (PL) disputando a reelei��o e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) tentando retornar � Presid�ncia da Rep�blica para um terceiro mandato.

Mas pr�-candidatos de esquerda, centro e direita tentam se viabilizar como "terceira via", entre eles Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB). O ex-juiz Sergio Moro havia sido anunciado como pr�-candidato pelo Podemos em novembro passado, mas na quinta-feira (31/03) abriu m�o da corrida ap�s se filiar ao Uni�o Brasil.

J� o PSDB escolheu o governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria, como pr�-candidato do partido � elei��o. Mas ele ter� a tarefa dif�cil de resgatar a relev�ncia do partido na corrida presidencial. Em 2018, o candidato tucano, Geraldo Alckmin, ficou em quarto lugar no primeiro turno, com pouco mais de 4% dos votos.

Ap�s rumores de que abandonaria a corrida, D�ria afirmou que seguir� na disputa pelo Planalto. O candidato confirmou a informa��o durante um evento com prefeitos e vereadores do estado de S�o Paulo no final de mar�o.

Cabo Daciolo (PMB), por sua vez, anunciou em meados de mar�o ter desistido de se candidatar novamente � Presid�ncia e declarou voto em Ciro. Em 2018, Daciolo ficou em 6� lugar com 1,3 milh�o de votos - 1,26% do total.

At� agora, existem tr�s mulheres entre pr�-candidatos � Presid�ncia da Rep�blica: Simone Tebet (MDB), Vera L�cia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB). A lista definitiva de candidatos s� vai ser definida nas conven��es partid�rias que v�o ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto de 2022.

A BBC News Brasil lista aqui as pessoas que, pouco menos de um ano antes da elei��o, j� foram lan�adas como pr�-candidatas e os desafios que cada uma tem a enfrentar.

Jair Bolsonaro, pelo PL

Jair Bolsonaro
(foto: EPA/Joedson Alves)

O presidente Jair Bolsonaro vai disputar a reelei��o pelo Partido Liberal, legenda de Valdemar Costa Neto, um dos condenados no esc�ndalo do mensal�o. Atualmente, um dos principais desafios de Bolsonaro � a baixa popularidade. baixa. em baixa. Segundo pesquisa divulgada em mar�o pelo Datafolha, 46% dos brasileiros avaliam seu governo como ruim ou p�ssimo. Seu governo � aprovado por apenas 25% dos entrevistados.

Alguns elementos contribu�ram para essa queda: a rea��o do governo � pandemia do coronav�rus; os esc�ndalos envolvendo filhos do presidente, especialmente o chamado caso das "rachadinhas"; e as acusa��es relacionadas � compra de vacinas contra a covid. Mais recentemente, seu governo foi atingido por suspeitas de irregularidades praticadas no Minist�rio da Educa��o. As suspeitas s�o de que pastores evang�licos estariam cobrando propina de prefeitos em troca da libera��o de verbas do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educa��o (FNDE). O governo alega que determinou que o caso fosse investigado, mas o caso j� levou � queda do ex-ministro da Educa��o Milton Ribeiro.

A crise econ�mica, com alta cont�nua da infla��o, e o aumento da pobreza tamb�m podem significar desafios para a reelei��o de Bolsonaro. Por outro lado, o aumento do valor do Aux�lio Brasil (antigo Bolsa Fam�lia) pode ajudar a recuperar parte dos votos. Bolsonaro deu novo nome ao Bolsa Fam�lia, numa tentativa de imprimir marca pr�pria na assist�ncia social. O presidente tamb�m conta com uma base de eleitores fi�is dispostos a ir �s ruas para defender suas posi��es, como ocorreu nos protestos de 7 de setembro.

"O principal desafio de Bolsonaro � a avalia��o ruim do seu governo, conforme mostram pesquisas de opini�o", disse � BBC News Brasil o cientista pol�tico Claudio Couto, professor da Funda��o Get�lio Vargas (FGV). "Tem bolsonaristas que n�o abandonam Bolsonaro, mas tem os bolsonaristas de ocasi�o, que podem abandonar Bolsonaro e ir para outros candidatos de direita, principalmente para S�rgio Moro", avalia.

Para Couto, Bolsonaro tem dois desafios pela frente que n�o existiam na elei��o de 2018. Primeiro, ele vai ter que centrar for�a na campanha em atacar dois candidatos: S�rgio Moro, seu principal advers�rio na disputa para chegar ao segundo turno; e Luiz In�cio Lula da Silva, atualmente em primeiro lugar nas pesquisas de inten��o de voto.

"Em 2018, Bolsonaro s� precisava atacar Lula. Ele era o candidato do antipetismo. Agora, tem Moro como alternativa e ele vai precisar centrar fogo em duas frentes no primeiro turno", diz Couto.

O segundo desafio � o fato de que Bolsonaro ter� mais dificuldade para sustentar o discurso de combate � corrup��o, especialmente ap�s as den�ncias de corrup��o na compra de vacinas contra a covid e as acusa��es de que tentou interferir em investiga��es da Pol�cia Federal.

Se antes de se eleger presidente Bolsonaro era um dos principais defensores da Lava Jato, foi durante seu governo que a for�a tarefa foi desmantelada e o ritmo das investiga��es se reduziu consideravelmente.

"Para Bolsonaro o discurso anticorrup��o foi perdido e foi perdido por conta dos problemas na fam�lia, o envolvimento em compra de vacina, e o favorecimento de seus aliados do Centr�o. Esse discurso, a n�o ser para quem acredita que o PT det�m o monop�lio da corrup��o, n�o vai colar como em 2018", diz Couto.

Bolsonaro est�, atualmente, em segundo lugar nas pesquisas de inten��o de voto, atr�s apenas de Luiz In�cio Lula da Silva. Num eventual segundo turno com Lula, ele poder� voltar a personificar o antipetismo que o ajudou a se eleger em 2018.

Luiz In�cio Lula da Silva, pelo PT

Lula
(foto: EPA/LUCA PIERGIOVANNI)

O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silvia aparece em primeiro lugar nas pesquisas de inten��o de voto para presidente da Rep�blica, seguido por Bolsonaro e S�rgio Moro. Desde que teve sua condena��o por corrup��o anulada pelo Supremo Tribunal Federal, sua candidatura pelo PT � Presid�ncia � tida como certa por pol�ticos do partido.

Embora, n�o tenha confirmado que ir� concorrer, o ex-presidente tem participado de eventos para discutir propostas para o Brasil, vem se reunindo com setores da sociedade, como lideran�as evang�licas, e at� rodou a Europa para dialogar com chefes de Estado e de governo.

O principal obst�culo do ex-presidente � o antipetismo, que ainda deve ter peso na pr�xima disputa presidencial, com eleitores buscando alternativas numa terceira via ou recorrendo a Moro ou Bolsonaro para evitar um retorno de Lula. Apesar disso, as �ltimas pesquisas de opini�o mostram que a rejei��o do ex-presidente � menor que a dos outros quatro candidatos mais competitivos na disputa. Uma das estrat�gias do PT para diminuir a resist�ncia ao nome de Lula foi o an�ncio de que o ex-governador de S�o Paulo Geraldo Alckmin (PSB) ser� o seu candidato a vice, caso a candidatura seja confirmada.

Lula aprece com 43% de rejei��o na pesquisa de inten��o de voto da Quaest/Genial, divulgada no dia 8 de dezembro, enquanto 64% dizem que n�o votariam em Jair Bolsonaro (PL). J� Sergio Moro (Podemos) tem 61% de rejei��o, Ciro Gomes (PDT), 55% e Jo�o D�ria (PSDB), 59%.

"O Lula tem a dificuldade de vencer o antipetismo. Mas isso est� mais fraco do que foi anteriormente. Uma parte dos problemas que originou o antipetismo, que � o esc�ndalo de corrup��o, se dissolveu pelo tempo que passou, s�o esc�ndalos j� precificados", avalia Claudio Couto, da FGV..

Lula tem a vantagem de, ao menos por enquanto, s� ter Ciro Gomes (PDT) como advers�rio de esquerda na disputa. Todos os demais pr�-candidatos s�o associados � centro-direita ou direita. Isso garante a ele maior facilidade para chegar ao segundo turno.

"Lula, de todos os candidatos, � o que pode estar na posi��o mais confort�vel. Ele tem na esquerda um apoio consolidado. Ciro Gomes, ao bater forte em Lula e Dilma, como tem efeito, abdicou de parte do eleitorado da esquerda", diz Couto.

Sergio Moro, pelo Uni�o Brasil

Sérgio Moro
(foto: REUTERS/Adriano Machado)

Em 10 de novembro, o ex-juiz Sergio Moro se filiou ao Podemos numa cerim�nia na qual o partido o anunciou como "futuro presidente da Rep�blica". Quatro meses depois, no final de mar�o, Moro anunciou que estava trocando de partido e se filiando ao Uni�o Brasil. A poss�vel candidatura de Moro, � uma das principais d�vidas na lista de presidenci�veis. Isso acontece porque a sua filia��o ao Uni�o Brasil causou rea��es na c�pula do partido, que recha�ou as preten��es de Moro para se candidatar � Presid�ncia. A legenda quer que ele seja candidato a deputado federal, mas Moro j� disse que isso n�o faz parte dos seus planos.

Nos �ltimos dias, ele modulou o discurso e diz que � um "soldado" do chamado campo democr�tico, um grupo de partidos que tenta construir uma candidatura vi�vel para al�m das chapas de Lula e Bolsonaro.

Depois de deixar os processos da Opera��o Lava Jato, renunciar ao cargo de juiz, entrar para a pol�tica como ministro da Justi�a de Jair Bolsonaro e pedir demiss�o, Moro se torna o principal advers�rio do atual presidente na disputa para o segundo turno da elei��o presidencial de 2022.

Nas primeiras pesquisas de inten��o de voto realizadas ap�s a filia��o ao Podemos, o ex-juiz aparece em terceiro lugar na disputa, atr�s de Lula e Bolsonaro. Pesquisa Datafolha divulgada no dia 16 de dezembro aponta Lula com 48% das inten��es de voto no primeiro turno, Bolsonaro em segundo lugar, com 22%, e Moro em terceiro, com 9%.

"Ele tem chances de roubar votos de Bolsonaro, j� que parte do eleitorado do presidente tamb�m � 'morista' ou 'lavajatista'", avalia Claudio Couto, da FGV.

Por outro lado, Moro ter� o desafio de comprovar que suas capacidades v�o al�m do discurso anticorrup��o. Tamb�m ter� de enfrentar as acusa��es de que agiu com parcialidade nos julgamentos da Lava Jato e de que cometeu abusos durante a investiga��o. Mas ele tem espa�o para conquistar votos de antipetistas, e pode roubar parte do eleitorado do PSDB que desaprova Bolsonaro, mas tamb�m n�o quer o retorno de Lula.

"Ele vai ter que demonstrar que consegue dominar outros temas e fazer promessas cr�veis. Apostaria numa disputa entre Moro e Bolsonaro para chegar ao segundo turno. Os dois v�o se vender como baluartes do antipetismo, mas Moro vai precisar comprovar que � mais que um ex-juiz", diz Couto.

Jo�o D�ria, pelo PSDB

João Dória
(foto: REUTERS/Adriano Machado)

O governador de S�o Paulo, Jo�o D�ria, foi escolhido para ser candidato do PSDB ap�s vencer o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o prefeito de Manaus, Arthur Virg�lio, em pr�vias realizadas pelo partido.

Durante a pandemia do coronav�rus, D�ria se projetou ao adotar postura oposta � de Bolsonaro na rea��o � crise. Nos picos de infec��o, ele defendeu lockdowns, fechamento de com�rcio e restaurantes e medidas de isolamento social, al�m de ter investido, por meio do Instituto Butantan, na produ��o da CoronaVac, a primeira vacina a ser disponibilizada no Brasil contra a covid-19.

Para se cacifar nacionalmente, a tend�ncia � que ele se apresente como "o candidato da vacina" contra covid, ou seja, como algu�m que reagiu � crise. Mas pesquisas de inten��o de voto realizadas at� agora o colocam na quarta ou quinta posi��o no primeiro turno.

O PSDB vem passando por um processo de desgaste interno e, na �ltima elei��o presidencial, candidato tucano Geraldo Alckmin s� alcan�ou 4% dos votos no primeiro turno resultado considerado desastroso para um partido que sempre figurava em primeiro ou segundo lugar na disputa presidencial desde 1994.

Al�m disso, D�ria enfrenta resist�ncias dentro do pr�prio partido e corre o risco de ser alvo de "fogo amigo" durante a campanha. "H� chance de integrantes do PSDB apoiarem outros candidatos de centro e direita, como S�rgio Moro", diz Claudio Couto, da FGV.

D�ria tamb�m vai enfrentar o desafio de convencer o eleitorado de outras regi�es do pa�s, especialmente do Nordeste, que n�o � um pol�tico centrado nos interesses e desafios de S�o Paulo e do Sudeste.

"D�ria ainda tem uma imagem antip�tica fora de S�o Paulo, de algu�m muito distante da realidade das regi�es mais pobres do pa�s. Ele precisa vencer essa resist�ncia e ter� a tarefa de comprovar que tem sensibilidade para quest�es de outros Estados", avalia o professor de ci�ncia pol�tica da FGV.

Ciro Gomes, pelo PDT

Ciro Gomes
(foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

O PDT lan�ou a candidatura de Ciro Gomes � Presid�ncia no dia 21 de janeiro, em ato na sede do partido em Bras�lia. Esta ser� a quarta vez que Ciro Gomes concorre ao cargo. Em 2018, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 12,5% dos votos.

Ele tamb�m concorreu � Presid�ncia em 2002 e 1998. Candidato associado � esquerda ou centro-esquerda, Ciro Gomes tenta novamente despontar como terceira via, ou seja, alternativa a Lula e Bolsonaro.

A seu favor, ele conta experi�ncia pol�tica, numa elei��o que n�o dar� o mesmo peso a "outsiders" ou figuras antipol�ticas como a de 2018. Ciro foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, deputado federal, governador do Cear� e ministro dos governos Itamar Franco e Lula.

Ele passou por sete partidos e deve concorrer � elei��o de 2022 pelo PDT. Para fazer frente � candidatura de Lula, Ciro tem adotado uma estrat�gia de ataque, criticando fortemente o ex-presidente petista.

"Lembre que o Brasil mudou muito e Lula n�o renovou as ideias. Ser� que ele se corrigiu e n�o vai repetir aqueles erros terr�veis que voc� s� descobriu depois? O pior � que voc� nunca viu ele pedir perd�o pelos erros e est� vendo ele se juntar de novo �s mesmas pessoas", escreveu Ciro nas redes sociais.

O ex-governador do Cear� tamb�m chegou a acusar Lula de conspirar para o impeachment de Dilma e, quando a petista saiu em defesa do padrinho pol�tico, Ciro reagiu dizendo que a ex-presidente foi uma das pessoas "mais inapetentes, incompetentes e presun�osas" a presidir o Brasil.

Se por um lado essa estrat�gia visa firmar Ciro Gomes como alternativa a Lula, por outro, pode eventualmente afastar eleitores que nutrem alguma simpatia pelo PT ou que defendem uma ampla alian�a anti-Bolsonaro.

"Ao mesmo tempo em que essa estrat�gia pode custar votos de eleitores da esquerda, Ciro tem dificuldade em conquistar, de fato, eleitores da direita. Ele ainda � visto como algu�m, no m�nimo, de centro-esquerda", diz o cientista pol�tico Claudio Couto.

Simone Tebet, pelo MDB

Simone Tebet
(foto: DIVULGA��O/SIMONE TEBET)

A pr�-candidatura de Simone Tebet foi lan�ada em dezembro de 2021 pela dire��o nacional do MDB.

Ela foi a primeira mulher a disputar o comando do Senado, em 2021. Tamb�m foi a primeira parlamentar mulher a comandar a disputada Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), a primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul e primeira prefeita de Tr�s Lagoas (MS).

A possibilidade de candidatura � Presid�ncia surgiu do destaque que Tebet teve na CPI da covid no Senado. Embora n�o fosse integrante fixa da comiss�o, ela participou dos principais depoimentos da CPI com uma postura contundente e cr�tica � gest�o do governo Bolsonaro na pandemia.

O principal obst�culo que a senadora dever� enfrentar � se tornar nacionalmente conhecida. "Ela � desconhecida fora de seu estado, o Mato Grosso do Sul. A CPI fez com que ela se tornasse conhecida por uma parcela pequena dos eleitores, aqueles que leem jornal, mas isso n�o � ainda suficiente", avalia Couto.

Para se consolidar como candidata, Simone Tebet tamb�m dever� enfrentar a resist�ncia interna dentro do pr�prio MDB. L�deres do partido t�m mantido encontros com o ex-presidente Lula e indicam que podem apoi�-lo no primeiro ou no segundo turno, o que enfraquece os planos da senadora. Nos �ltimos dias, Simone tem tentado reunir em torno de si os outros nomes da chamada terceira via, entre eles o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e Sergio Moro.

Luciano Bivar, pelo Uni�o Brasil

Luciano Bivar
Luciano Bivar � deputado federal e j� foi candidato � Presid�ncia em 2006 (foto: Ag Senado)

O deputado federal e presidente nacional do Uni�o Brasil, Luciano Bivar (PE) teve seu nome escolhido pela bancada do partido na C�mara dos Deputados como o pr�-candidato da legenda � Presid�ncia da Rep�blica. A decis�o ainda precisar� ser referendada pelas conven��es partid�rias, que dever�o acontecer nos pr�ximos meses. Ele tem 77 anos de idade.

Bivar � empres�rio e j� foi dirigente do Sport Clube Recife, um dos mais tradicionais de Pernambuco. Ele foi um dos fundadores do PSL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro se elegeu em 2018.

Ap�s desentendimentos entre Bolsonaro e o comando da sigla, o presidente deixou o partido. Em fevereiro deste ano, o PSL se fundiu ao Democratas para criar o Uni�o Brasil.

Em seus discursos, Bivar defende o liberalismo econ�mico. Em 2006, ele chegou a disputar a Presid�ncia da Rep�blica, mas ficou em pen�ltimo lugar entre todos os candidatos, com apenas 0,1% dos votos v�lidos.

O an�ncio da pr�-candidatura de Bivar coloca mais um obst�culo nas pretens�es de Sergio Moro a disputar a Presid�ncia da Rep�blica. Desde que se filiou � legenda, Moro enfrenta forte resist�ncia de integrantes do partido em rela��o ao seu projeto presidencial.

Apesar de estar em um partido grande e que dever� ter acesso a R$ 770 milh�es do fundo eleitoral, para se consolidar como candidato, Bivar dever� ampliar a faixa do eleitorado que o conhece. Al�m disso, ainda n�o est� inteiramente claro se a pr�-candidatura de Bivar � Presid�ncia � uma posi��o firme do partido ou se ela ir� mudar ao longo dos pr�ximos meses.

Vera L�cia, pelo PSTU

Vera Lúcia Salgado, candidata presidencial do PSTU
Vera L�cia (foto) encara sua candidatura como mais uma miss�o partid�ria (foto: Romerito Pontes / PSTU - Divulga��o)

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) lan�ou a candidatura de Vera L�cia na sexta-feira (19/03). Esta ser� a segunda vez que ela disputa a presid�ncia pela sigla. A primeira foi em 2018, quando obteve 55,7 mil votos, o equivalente a 0,05% dos votos v�lidos.

O PSTU foi fundado no in�cio dos anos 1990 a partir de dissid�ncias de outros partidos como o PT, partido ao qual Vera L�cia chegou a ser filiada at� 1992. O partido se auto-define como "socialista e revolucion�rio".

Antes de ingressar na carreira pol�tica, Vera L�cia foi faxineira e costureira em Sergipe, estado onde iniciou sua milit�ncia. Ela participou da funda��o do sindicato dos profissionais de costura da ind�stria cal�adista do estado.

Durante os governos petistas, o PSTU se colocou como oposi��o, fazendo cr�ticas tanto �s gest�es do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva quanto de Dilma Rousseff.

Na avalia��o da cientista pol�tica Carolina Botelho, o Laborat�rio de Estudos Eleitorais, de Comunica��o Pol�tica e de Opini�o P�blica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o principal obst�culo a ser enfrentado por ela e por outros candidatos pouco conhecidos �, justamente, a a alta taxa do eleitorado que afirma n�o saber quem eles s�o.

"Em geral, a principal barreira � o desconhecimento. Para fazer dessa candidatura algo nacional, � muito dif�cil nesse contexto", afirma Botelho.

Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha divulgada na quinta-feira (24/03) mostra que 69% dos eleitores entrevistados afirmam n�o conhecerem Vera L�cia.

Sofia Manzano, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Em fevereiro, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) lan�ou a pr�-candidatura da professora universit�ria Sofia Manzano. Ela tem 50 anos de idade come�o sua milit�ncia pol�tica aos 18, em 1989.

Manzano � economista formado pela Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo (PUC-SP), mestra em desenvolvimento econ�mico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutora em Hist�ria pela Universidade de S�o Paulo (USP).

Desde 2013, ela vive em Vit�ria da Conquista, onde d� aulas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). O foco das suas pesquisas s�o as rela��es de trabalho e a desigualdade social.

Em entrevista concedida no dia 6 de abril para o site Brasil de Fato RS, Manzano defendeu propostas como intensificar pesquisas universit�rias para o setor agr�cola para que elas tenham como foco a agricultura familiar e as pequenas propriedades e n�o o chamado agroneg�cio. Ela tamb�m fez uma defesa do comunismo.

"Porque o comunismo � a proposta mais generosa que a humanidade j� produziu para ela pr�pria. Mas como o comunismo sempre � o respons�vel pelo enfrentamento do que h� de mais terr�vel no capitalismo, � muito demonizado", disse Sofia.

Luiz Felipe D'�vila, pelo Partido Novo

Luiz Felipe D'Ávila
(foto: Novo)

O cientista pol�tico Luiz Felipe D'�vila foi anunciado no dia 3 de novembro como pr�-candidato do Partido Novo � Presid�ncia da Rep�blica. Em 2018, o partido surpreendeu em desempenho quando seu ent�o candidato � presidente, Jo�o Amo�do, terminou o primeiro turno em quinto lugar, com 2,5% dos votos, � frente de candidatos como Henrique Meirelles e Marina Silva.

Amo�do, que chegou a anunciar voto em Bolsonaro no segundo turno, passou a defender o impeachment do presidente durante a pandemia. Ele chegou a ser lan�ado novamente como pr�-candidato pelo Novo no in�cio do ano, mas sua candidatura sofreu oposi��o de parcela dos integrantes do partido, sobretudo entre os que apoiam Bolsonaro. O partido, ent�o, decidiu lan�ar Luiz Felipe D'�vila.

Ex-PSDB, D'�vila coordenou o programa de governo do candidato tucano � Presid�ncia Geraldo Alckmin em 2018, mas depois deixou o partido e recentemente se filiou ao Novo. Ele � cr�tico de Bolsonaro e Lula, e diz que os dois formaram governos "populistas de direita e esquerda". Ao ser lan�ado pr�-candidato pelo Novo em cerim�nia no dia 3 de novembro, ele defendeu privatiza��es e outras reformas para reduzir o papel do Estado na economia.

"O populismo apenas perpetua a mis�ria, a pobreza, a corrup��o e o mau funcionamento das institui��es democr�ticas", disse.

A dificuldade do partido Novo ser� tornar D'�vila conhecido nacionalmente. Al�m disso, enquanto em 2018 o partido se beneficiou de um forte movimento de rejei��o da pol�tica e de busca por quadros novos, a elei��o de 2022 tende a ser menos focada na busca pelos chamados "outsiders".

Na avalia��o de Carolina Botelho, um dos principais obst�culos a serem enfrentados por D'�vila � o desgaste do Partido Novo decorrente da aproxima��o da legenda com posi��es bolsonaristas.

"Acho que o principal problema a ser enfrentado � a rejei��o que o Novo ganhou nos �ltimos anos. Eles foram respons�veis pelo ingresso do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles na vida p�blica e est�o com uma imagem muito associada ao bolsonarismo", afirmou.

Leonardo P�ricles, pela Unidade Popular pelo Socialismo (UP)

Leonardo P�ricles � t�cnico em eletr�nica e presidente nacional do Unidade Popular pelo Socialismo (UP), um partido de esquerda fundado em 2019. Ele mora em uma ocupa��o em Belo Horizonte e sua pr�-candidatura foi anunciada em novembro de 2021.

O pr�-candidato defende pautas como a realiza��o de uma nova assembleia constituinte e um plebiscito para consultar a popula��o sobre refinanciamento da d�vida p�blica do pa�s e a reforma urbana por meio da destina��o de im�veis ociosos para moradia popular.

Assim como Vera L�cia, Leonardo tamb�m enfrenta uma alta taxa de desconhecimento por parte do eleitorado.

Segundo o Datafolha, 80% dos eleitores entrevistados em mar�o afirmaram n�o conhecerem o pr�-candidato.

"Acho que essa barreira (baixa taxa de reconhecimento) � muito grande. At� por isso, n�o acredito que algumas dessas candidaturas tenham, de fato, o objetivo de chegar � presid�ncia. � comum que alguns usem esse momento para levantar suas bandeiras e fazerem seus partidos ficarem mais conhecidos", afirma Carolina Botelho.

Andr� Janones, pelo Avante

Andre Janones
Andr� Janones tem 37 anos, nasceu em Ituiutaba, no tri�ngulo mineiro, � advogado e exerce seu primeiro mandato como deputado federal (foto: Pablo Valadares/C�mara dos Deputados)

O partido Avante oficializou a candidatura do deputado federal Andr� Janones (MG) no dia 29 de janeiro. Em discurso, ele defendeu a cria��o de um programa de renda m�nima para pessoas na faixa da pobreza no Brasil.

"Vamos encampar essa campanha de um programa de renda m�nima para aqueles que mais precisam. E quando eu falo sobre isso, a primeira coisa que sempre me perguntam em qualquer entrevista ou debate � 'vai tirar dinheiro de onde?'. Ningu�m nunca perguntou de onde vai tirar dinheiro para pagar o juro a banqueiro, para pagar amortiza��o de d�vida, para pagar privil�gio de pol�tico", disse.

Janones tamb�m tenta se consolidar como a "verdadeira" op��o da "terceira via". No lan�amento de sua candidatura, ele chamou Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) de "puxadinhos" de Lula e Bolsonaro, respectivamente.

"As pessoas n�o migraram para a terceira via porque perceberam que era mais do mesmo. O eleitor que vota em Bolsonaro n�o v� muita diferen�a se for para Moro e os eleitores de Lula n�o veem muita diferen�a em mudar para Ciro. � trocar seis por meia d�zia", declarou.

Andr� Janones tem 37 anos, nasceu em Ituiutaba, no tri�ngulo mineiro, � advogado e exerce seu primeiro mandato como deputado federal.

Em 2016, ele se candidatou � prefeitura da cidade em que nasceu, mas foi derrotado. Dois anos depois, foi um dos principais apoiadores da greve dos caminhoneiros em MG, o que fez bombar a sua popularidade das redes sociais.

Em 2018, foi o terceiro deputado federal mais votado de Minas Gerais, com 178.660 votos. Assim como os demais pr�-candidatos � presid�ncia que s�o parlamentares, Janones ter� a dificuldade de se tornar realmente conhecido em �mbito nacional.

Jos� Maria Eymael, pelo Democracia Crist�

José Maria Eymael
Jos� Maria Eymael concorre pela sexta vez (foto: Democracia Crist�)

O fundador e atual presidente do Democracia Crist�, � apresentado como pr�-candidato pelo partido desde 2020, mas a informa��o foi formalizada na quarta-feira (30/03).

Empres�rio e advogado, com especializa��o em Direito Tribut�rio, Eymael j� disputou a Presid�ncia outras cinco vezes no passado. Foi deputado federal constituinte em 1988 e ficou conhecido pelo jingle "Ey, Ey, Eymael, um democrata crist�o", lan�ado em 1985, quando se candidatou a prefeito de S�o Paulo pela primeira vez.

No discurso em que formalizou sua participa��o na corrida de 2022, o candidato disse que � a favor de "valores da fam�lia" e que defende a ado��o de programas de emprego e moradia para o pa�s.

"Nossos valores s�o os valores da fam�lia, as necessidades da fam�lia. E na campanha para a Presid�ncia da Rep�blica vamos defender alguns princ�pios. Um deles � o emprego. E, para ter emprego, precisamos ter desenvolvimento no pa�s", declarou.

O convite para o evento do Democracia Crist� em Bras�lia na quarta o apresentou como pr�-candidato e informou que o ato foi destinado a filia��es � legenda.

Eymael, de 82 anos, concorreu � Presid�ncia nas elei��es de 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018. Nunca foi para o segundo turno e, nas �ltimas elei��es, recebeu 41,7 mil votos (0,04%).


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