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Estado de Minas ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS

Agostinho Patrus diz que governo Zema n�o honra os seus compromissos

Presidente da Assembleia afirma tamb�m que gest�o estadual n�o tem capacidade de di�logo


17/04/2022 04:00 - atualizado 26/01/2023 20:52

Agostinho Patrus, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
'N�o poderia esperar nada diferente de um governador que n�o conhece nem a realidade das professoras, tampouco a lastim�vel situa��o da depend�ncia qu�mica no nosso estado', diz Agostinho Patrus (foto: Guilherme Bergamini/Assembleia Legislativa de Minas Gerais)
A desgastada rela��o entre o governo de Romeu Zema (Novo) e a Assembleia Legislativa de Minas ganhou novos cap�tulos nos �ltimos dias. Embora o Pal�cio Tiradentes tenha vetado o pagamento de reajustes adicionais a servidores de sa�de, seguran�a e educa��o, os deputados estaduais derrubaram a decis�o. Descontente, Zema chegou a comparar os parlamentares a pais que “deixam um filho se drogar”. “Este governo n�o tem palavra”, rebate, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o presidente do Legislativo, Agostinho Patrus (PSD). “N�o poderia esperar nada diferente de um governador que n�o conhece nem a realidade das professoras, tampouco a lastim�vel situa��o da depend�ncia qu�mica no nosso estado”, diz.
 
Apesar das cr�ticas ao conjunto de deputados, Agostinho foi o principal alvo de Zema, que o acusou de ter um “projeto pessoal de poder”. O governador, que � candidato � reelei��o em outubro, relacionou o rev�s sofrido ao fato de o presidente da Assembleia ser o favorito a ocupar o posto de vice-candidato na chapa de Alexandre Kalil (PSD) na elei��o estadual. Embora reconhe�a a possibilidade de fazer dobradinha com o ex-prefeito de Belo Horizonte, o deputado nega basear suas a��es legislativas em crit�rios eleitorais. “No in�cio de 2021, foi ele [Zema] quem me procurou para ser seu vice, dois anos antes da elei��o. Quem est� preocupado com elei��o aqui � ele”, garante.
 
Agostinho cr� que, se acionada, a Justi�a vai manter os aumentos extras de 14% � sa�de e � seguran�a, bem como os 33,24% concedidos aos docentes. Ele alfineta Zema e diz que o governo “nem sequer tem 20 votos na Assembleia”. Na sess�o convocada para analisar o veto, o Executivo conseguiu apenas tr�s manifesta��es favor�veis — a maior parte da base aliada se absteve.
 
Segundo o presidente da Assembleia, que deixou o PV e se filiou ao PSD, o a atual governo estadual n�o � “verdadeiro” ao se relacionar com o Parlamento. “N�o ser� com portas fechadas ao di�logo que conseguiremos chegar �s solu��es que Minas tanto precisa”.
 
A semana foi marcada por mais um imbr�glio entre o governo e a Assembleia. Desta vez, a respeito dos reajustes adicionais � sa�de, seguran�a e educa��o. O governo vai judicializar o caso. O senhor confia que a decis�o dos deputados ser� mantida? 
Dos 77 deputados, 55 votaram pela derrubada do veto. Ou seja: o governo nem sequer tem 20 votos na Assembleia. O Parlamento tem a �ltima palavra sobre o processo legislativo, pois � o poder mais representativo do conjunto da sociedade, dos 22 milh�es de mineiras e mineiros. Por isso, acredito que n�o h� o que ser judicializado. Se o governo p�de propor, h� n�o muito tempo, o mesmo reajuste para a seguran�a p�blica, por que agora n�o pode cumpri-lo, como foi acordado em ata com os representantes da categoria? Isso s� prova, mais uma vez, que este governo n�o tem palavra, que n�o honra com seus compromissos. N�o me resta d�vida que o Judici�rio, se provocado, exercer� sua independ�ncia e analisar� a quest�o segundo os preceitos da Constitui��o Mineira.

Como o senhor recebeu a declara��o de Zema, em que ele compara a derrubada do veto aos reajustes a um pai que ‘deixa o filho se drogar’? E as cr�ticas diretas ao senhor, feitas por ele �s TV Alterosa? 
N�o poderia ter outro sentimento que n�o o de perplexidade, de assombro. Ainda assim, n�o poderia esperar nada diferente de um governador que n�o conhece nem a realidade das professoras, tampouco a lastim�vel situa��o da depend�ncia qu�mica no nosso estado. Imagino n�o s� como se sentiram os profissionais da sa�de e da seguran�a p�blica que arriscaram suas vidas nessa pandemia com essa fala completamente despropositada, mas, sobretudo, como se sentiram o pai e a m�e que lutam, diariamente, para tirar o filho do mundo das drogas. � uma realidade sofr�vel, que assola centenas de fam�lias em Minas. O governador deveria ter mais consci�ncia das suas palavras. Sobre o que ele disse ao meu respeito: n�o fui protagonista da derrubada dos vetos. Como disse, o governo mal mal tem 20 votos favor�veis. Irrespons�vel � firmar um acordo e depois descumpri-lo. Al�m disso, Zema � quem, no �ltimo ano, s� fala de elei��o. Ele est� obcecado com essa narrativa que nada justifica a inabilidade do seu governo em dialogar com o Parlamento e o funcionalismo p�blico, inclusive, no in�cio de 2021, foi ele quem me procurou para ser seu vice, dois anos antes da elei��o. Quem est� preocupado com elei��o aqui � ele. Outra fixa��o deste governo � falar de mandatos passados. Precisamos parar de olhar para tr�s e come�ar a olhar para frente, para resolver problemas atuais. Veja como est�o as estradas. Como pode um governo se orgulhar de lan�ar um programa para as rodovias no �ltimo ano de mandato, em pleno per�odo eleitoral? � vergonhoso! Passou todo o mandato sem fazer nada pelas estradas e agora quer cantar de galo, fazendo mais promessas vazias. O mineiro n�o � bobo.

O nome do senhor tem sido constantemente ligado ao posto de vice na chapa de Alexandre Kalil ao governo. Como recebe essa possibilidade? H� chances disso se concretizar?
Fico muito honrado com a possibilidade de ser vice na chapa com Kalil. Mas ainda h� muito o que ser definido, seja em �mbito nacional, seja ao n�vel estadual, para que se possa fechar essa quest�o e formalizar uma parceria. Acredito que dentro de 30 ou 60 dias teremos um cen�rio mais bem definido para decidir sobre a composi��o das chapas.

A proximidade com Kalil foi o motivo que te levou a deixar o PV e ir ao PSD? 
Deixei o PV, ap�s mais de 17 anos, em raz�o do desenho que vinha se formando para a composi��o da federa��o partid�ria [com PT e PCdoB]  ao n�vel nacional. A migra��o para o PSD traz mais independ�ncia ao partido para definir a sua chapa nas disputas ao governo do estado e ao Senado. Mas, claro, a proximidade com Kalil, [Rodrigo] Pacheco (presidente do Congresso) e [Alexandre] Silveira (senador) tamb�m foram determinantes. Fico muito honrado em poder compor este quadro de pessoas t�o experientes e competentes, que tanto j� fizeram por Minas e pelos mineiros.

Por que a rela��o entre governo e Assembleia se deteriorou tanto? 
Pela incapacidade deste governo em dialogar, ser transparente e verdadeiro com o Parlamento. Foram muitos os momentos em que os deputados estaduais deixaram as suas diferen�as ideol�gicas e partid�rias de lado para levar adiante as pautas encaminhadas pelo governo. Votamos a reforma administrativa, a antecipa��o dos receb�veis do ni�bio da Codemig, a reforma da previd�ncia, o acordo da Vale; enfim, v�rios projetos de interesse do governo. E o que receberam em troca? Acusa��es, mentiras e intransig�ncia. N�o ser� com portas fechadas ao di�logo que conseguiremos chegar �s solu��es que Minas tanto precisa.

O governador afirmou, � TV Alterosa, que a ades�o ao Regime de Recupera��o Fiscal n�o vai acontecer neste ano. O senhor tem opini�o semelhante? 
O atual texto do projeto de ades�o � recupera��o fiscal foi protocolado pelo governo em outubro de 2021, ap�s Zema apresentar outros dois textos de teores completamente distintos em mar�o de 2021 e no fim de 2019. Assim, as an�lises acerca da proposta recuaram, por duas vezes, � estaca zero, levando ao prolongamento das discuss�es pelos parlamentares. A verdade � que, at� hoje, ainda n�o h� consenso para que possamos levar o projeto � an�lise do plen�rio, seja porque o RRF � uma proposta complexa, que traz impactos imediatos em uma s�rie de investimentos do estado, seja porque o governo n�o foi capaz de estabelecer uma base suficiente para a aprova��o. Aderir ao RRF � apenas o primeiro ato, que trar� como consequ�ncia a aprecia��o de mat�rias pol�micas e abrangentes, entre elas a da privatiza��o da Codemig e a reforma administrativa. A Assembleia n�o abrir� m�o da sua responsabilidade e autonomia na discuss�o de temas de interesse da popula��o do estado, com o tempo, a participa��o e o amadurecimento necess�rios.

Em meio ao impasse que a poss�vel judicializa��o dos reajustes adicionais gera, o que o senhor pode dizer aos servidores? 
Posso dizer que lamento como o governo tem tratado a quest�o. A Assembleia, ao contr�rio, mostrou maturidade ao promover o di�logo e reafirmar o seu compromisso com uma educa��o, sa�de e seguran�a de melhor qualidade para a popula��o. S� assim ser� poss�vel escrever algo verdadeiramente novo na hist�ria de Minas Gerais.


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