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Estado de Minas ELEI��ES

Pr�-candidatos da oposi��o focam na economia para isolar Bolsonaro

Estrat�gia das equipes de marketing � dar �nfase ao combate � infla��o e ao desemprego durante as campanhas eleitorais


08/05/2022 04:00 - atualizado 07/05/2022 22:44

Porta de um açougue
Encarecimento de itens da cesta b�sica dos brasileiros est� na lista de temas de pr�-candidatos da oposi�a� (foto: Mauro Pimentel/AFP - 2/12/21)

A fala do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) nesse s�bado (7/5) em S�o Paulo, ratificou uma mudan�a no discurso de campanha que j� vinha sendo observada nas falas de outros pr�-candidatos de oposi��o ao governo de Jair Bolsonaro (PL): a defesa da democracia e as quest�es econ�micas.

Dar centralidade �s dificuldades econ�micas do pa�s e, em particular, da popula��o, que sofre com a infla��o e o desemprego, � um passo calculado e estrat�gia j� adotada pelos pr�-candidatos Jo�o Doria, Simone Tebet e Ciro Gomes. Com Lula, fecha-se o cerco de isolamento da chamada pauta de costumes, que envolvem quest�es ligadas � sexualidade, fam�lia e religi�o.

A estrat�gia tem o objetivo de deixar o debate sobre quest�es morais e religiosas circunscrito ao presidente Bolsonaro e seus seguidores mais fi�is na internet.
 
Lula falou da alta dos pre�os e da dificuldade que fam�lias e empresasencontram para equilibrar seus or�amentos. E, nos outros temas, mais voltados ao p�blico interno, o recorte econ�mico sempre esteve presente, da promessa de retomar o combate � fome e � desigualdade social � defesa das empresas estatais, como Eletrobras e Petrobras.

Apelo � uni�o pol�tica

No caso da candidatura Lula-Alckmin, o coordenador de comunica��o do PT, Jilmar Tatto, informou que a quest�o econ�mica � uma das bases do trip� discursivo, que ainda ter� a defesa da democracia e o apelo � uni�o pol�tica contra o atual governo como suportes de argumenta��o. 



A t�tica de combater o presidente Bolsonaro em uma seara que n�o � favor�vel ao governo, como a economia, j� vinha sendo adotada pelo pr�-candidato do PSDB � Presid�ncia Jo�o Doria, na propaganda partid�ria. "A economia � o que se coloca como quest�o principal sobre a vida dos brasileiros. � fundamental apresentar uma agenda de solu��es para a infla��o, a retomada do crescimento e a distribui��o de renda", disse o coordenador da campanha de Doria, Marco Vinholi.
 

Programas eleitorais

Mas ele ressalva que o eleitor sabe diferenciar promessas de campanha de propostas efetivamente vi�veis apresentadas pelos candidatos em seus programas eleitorais. "Os programas devem estar cal�ados em modelos exequ�veis, h� muita proposta estapaf�rdia, e o eleitor percebe rapidamente o que � falso."

posto de gasolina
Reajustes nos pre�os dos combust�veis devem ser assuntos recorrentes nos discursos durante a campanha (foto: Nelson Almeida/AFP - 20/3/22)


Os programas do PSDB exibidos no hor�rio da propaganda partid�ria no r�dio e na TV foram produzidos para destacar o desenvolvimento econ�mico de S�o Paulo sob o comando de Doria, com informa��es sobre investimentos e programas de gera��o de renda e emprego.

A pr�-candidata do MDB, senadora Simone Tebet (MS), concorre com Doria na disputa pela cabe�a de chapa do chamado centro democr�tico, hoje limitado ao MDB, PSDB e Cidadania. Nas viagens que tem feito pelo pa�s em busca de apoio, Tebet sempre marca reuni�es com empres�rios, principalmente do agroneg�cio e do setor de inova��o e empreendedorismo. Nas entrevistas, faz quest�o de frisar o dif�cil momento econ�mico do pa�s, e de responsabilizar o atual governo pela crise.

Um dos alvos da senadora � a classe m�dia, que costuma se engajar com mais anteced�ncia nos debates eleitorais, mas, neste ano, est� mais preocupada com sua pr�pria situa��o, segundo a candidata. "Como hoje (a classe m�dia) est� devendo no cart�o de cr�dito, n�o porque parcelou uma viagem, mas porque est� se endividando para pagar supermercado, comprar comida, neste momento as pessoas n�o querem saber de pol�tica", comentou Tebet em sua passagem pelo Rio Grande do Sul, na sexta-feira.

Provoca��es, picanha e cerveja

As quest�es da economia fazem parte do discurso de Ciro Gomes (PDT-CE) h� bastante tempo. Ele foi o primeiro postulante ao cargo de presidente nesta corrida eleitoral a chamar o atual mandat�rio para o debate dos problemas do pa�s e da popula��o.

"Vamos falar de emprego, de sal�rio, de infla��o, de como um pa�s passa 11 anos sem crescer", declarou em v�deo gravado para a pr�-campanha. A diferen�a para os outros candidatos, por enquanto, � que ele tamb�m chama Lula para o embate, ao criticar em tom de provoca��o promessas j� feitas pelo petista.

"Picanha e cerveja, conversa mole, mentirosa, porque o povo pobre nunca teve direito a picanha e cerveja. Do outro lado, (avers�o ao) comunismo, apologia aos costumes, invadindo a religiosidade do nosso povo. Est� na hora de acabar com isso."

Engana-se, por�m, quem v� o presidente Bolsonaro sem armas eficientes para enfrentar esse debate. Para o cientista pol�tico Paulo Kramer, a equipe econ�mica do governo vem anunciando muitas medidas da agenda microecon�mica, como redu��o do IPI, novas linhas de financiamento e amplia��o do cr�dito consignado. Ainda h� as promessas de corre��o das al�quotas do Imposto de Renda, que impactam diretamente a classe m�dia, e de aumento do funcionalismo p�blico.

Ele lembra que a infla��o aumenta a arrecada��o e d� ao governo recursos adicionais – o chamado espa�o fiscal, para sustentar medidas consideradas "protetivas" neste momento de dificuldades.

"A Casa Civil, a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) e o Minist�rio da Economia est�o vendo as medidas que n�o t�m impacto fiscal ou complica��o jur�dica para aplicar", apontou Kramer. Para a equipe do presidente, diz o acad�mico, o importante � passar para o eleitor "a sensa��o de que a situa��o est� melhorando, mesmo que n�o da forma ideal".


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