
Ex-governador de S�o Paulo, Doria venceu as pr�vias do partido em novembro do ano passado. Apesar do triunfo, encontrava resist�ncia em parte do tucanato - e tamb�m em outros partidos do bloco da terceira via.
"A hist�ria registra de forma tempor�ria e deixa o tempo esquecer os gestos pol�ticos circunstanciais. Mas a hist�ria p�e em seus manuais, para sempre, aqueles que, em gestos de grandeza, marcam a pol�tica com 'P' mai�sculo. Assim, foi a decis�o do governador Jo�o Doria", disse Abi-Ackel.
O paulista deixou o Pal�cio dos Bandeirantes em 31 de mar�o, a fim de viabilizar a pr�-candidatura ao Planalto. Na mesma data, Eduardo Leite, um dos derrotados na elei��o interna, renunciou ao governo ga�cho.
Hoje, ao anunciar a desist�ncia, Doria reconheceu n�o ter conseguido construir unanimidade. "Entendo, serenamente, que n�o sou a escolha da c�pula do PSDB", disse. "Para a elei��o deste ano, me retiro da disputa com o cora��o ferido, mas com a alma leve", emendou.
Minas Gerais foi um dos focos de resist�ncia � pr�-candidatura de Doria. A maioria dos tucanos do estado apoiou abertamente Eduardo Leite. A�cio Neves, deputado federal, prega h� alguns meses a sa�da do ex-governador de S�o Paulo do p�reo.
Domingos S�vio, um dos deputados de Minas que apoiou Doria nas pr�vias, acabou por deixar o PSDB. Ele acertou com o PL.
Para a elei��o estadual, os tucanos mineiros apostam na pr�-candidatura de Marcus Pestana, ex-secret�rio de Estado de Sa�de e ex-deputado federal.
Nome de Tebet est� 'posto'
O PSDB deve formar uma federa��o partid�ria com o Cidadania, outrora chamado de PPS. As legendas querem formar uma coaliz�o com o MDB a fim de escolher um nome de consenso � presid�ncia. Neste momento, a hip�tese mais forte est� em torno da senadora emedebista Simone Tebet (MS).
Minutos ap�s Doria sair de cena, o presidente nacional tucano, Bruno Ara�jo, admitiu a simpatia do grupo por Tebet, mas afirmou que, antes de o martelo ser batido, � preciso debater temas como propostas para o pa�s e alian�as regionais.
"A constru��o, agora, n�o � s� definir nome - e Simone � o nome posto. Precisamos construir um projeto de compromissos de programa com o Brasil", explicou.
Apesar dos entraves recentes que culminaram, inclusive, na sa�da de Bruno Ara�jo da coordena��o da pr�-campanha de Doria, ambos falaram, hoje, sobre a necessidade de romper a "polariza��o" entre Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), l�deres das pesquisas eleitorais.
Ara�jo enalteceu a decis�o de Doria e garantiu que o Uni�o Brasil � "bem-vindo" � coaliz�o. O partido compunha o grupo original de legendas em busca de um candidato de consenso, mas abandonou o ajuntamento e lan�ou o deputado federal Luciano Bivar (PE).
"Fica aqui um apelo de reflex�o para o Uni�o Brasil voltar a se incorporar a esse projeto que, agora, d� demonstra��es claras, com o gesto de Jo�o Doria, que � poss�vel aglutinar n�o a unanimidade, mas o consenso", pontuou, citando as alian�as entre tucanos e Uni�o em estados como S�o Paulo (Rodrigo Garcia) e Bahia (ACM Neto).