
Segundo ele, Zema � “um rei que reina, mas n�o governa, n�o manda”. Ao mesmo tempo, Kalil diz que o principal rival na disputa n�o tem cuidado com a popula��o mais carente. “Vamos mostrar ao povo de Minas o que virou o estado de Minas Gerais”, enfatizou.
Outros pontos, como a composi��o de chapa entre PT e PSD em Minas, foram abordados. Kalil, empres�rio antes de entrar na vida pol�tica e de se tornar personalidade p�blica a partir da influ�ncia no Clube Atl�tico Mineiro entre os anos 1990 e 2010 (presidiu o Galo de 2008 a 2014), revelou nunca ter votado em Lula porque “n�o votava no PT”.
Como foi feito o acordo com Lula e o PT e como est�o as pend�ncias para definir a chapa?
O presidente da Assembleia, Agostinho Patrus, que seria o seu vice, foi “rifado”?
Agostinho Patrus ficou me convencendo a ceder o lugar dele durante um m�s, e falei que n�o cederia. Ele ficou me pedindo para sair, essa � a verdade dos fatos. E falei que n�o aceitaria, que ele era o candidato que eu gostaria de ter. E passou um m�s dessa encrenca quando, no fim de semana, ele me ligou e falou assim: 'Olha, acabei de me reunir com minha mulher e meus irm�os. Quero me reunir com voc� na segunda-feira'. Me deu uma onda ruim, falei que ele vai sair. E foi quando ele colocou que iria abrir m�o para a coliga��o ser feita. Bom, voc� vai abrir m�o, o cargo � seu, porque n�o costumo dar e tirar nada de ningu�m. Ent�o, o cargo de vice � seu. Se voc� quer dar esse lugar ao Lula, ent�o vamos marcar reuni�o em S�o Paulo e voc� entrega, porque o cargo n�o � meu, n�o posso entregar o que n�o � meu. E assim foi feito, ele foi l� e entregou ao presidente Lula uma possibilidade de coliga��o, foi muito bem recebido pelo presidente, mas � bom esclarecer que quem entregou a vaga de vice ao presidente Lula foi o pr�prio Agostinho.
H� uma conversa para que o Andr� Quint�o (PT) ocupe esta vaga?
Conheci o deputado Andr� Quint�o em meu escrit�rio agora, quando sa� da prefeitura. Devo t�-lo visto uma ou duas vezes. Esse � um assunto que o PT vai tratar. Obviamente, � vice-governador. Ent�o, vice-governador n�o � um senador, n�o � um deputado. � um cara que vai trabalhar com o candidato ao governo e no governo de Minas. � l�gico que vai passar pelo PT, mas tem que passar pelo governador, porque � um cargo para exercer poder, de extrema confian�a do governador.
O senhor tem alguma prefer�ncia?
Quem est� tratando disso � quem era o dono do cargo. � muito importante falar que o Agostinho � o coordenador da campanha, continua como coordenador da campanha, e neste caso espec�fico � ele quem est� tratando desse assunto com o PT.
O senhor j� foi inimigo pol�tico de Lula, mas hoje caminha em alian�a com ele. O senhor foi convidado ao casamento dele? Como est� essa amizade?
Em 2016, o senhor disse que PT e PSDB destru�ram a na��o. O que mudou de l� pra c�?
E no caso da Tamisa, como o senhor se coloca?
O senhor � a favor de minera��o, mas n�o pr�xima � cidade?
N�o, qualquer minera��o. Porque Brumadinho aconteceu o que aconteceu, Mariana aconteceu o que aconteceu. Tem que ter governo, n�s temos hoje um rei que reina, mas n�o governa. N�o manda. Quem vai ser o vice? O vice vai ser quem a Fiemg escolher, � o deputado federal do PP, que eu n�o quero falar nome. � o que a Fiemg quer, todo mundo j� sabe. Fiemg fala ‘olha, vice � o seguinte, fulano de tal do PP, que nos defendeu, que foi regiamente compensado para atrapalhar prefeitura, para negar o Vilarinho, para fazer tudo para tentar avacalhar o prefeito de Belo Horizonte. Agora, voc� vai ganhar seu pr�mio, voc� vai ser o vice do Zema’. ‘N�o, mas o meu vice, ‘n�o, seu vice, voc� n�o manda nada. Quem manda somos n�s aqui, que estamos governando’. � isso que est� acontecendo, � o pobre passando o que est� passando na m�o dos milion�rios, sem a maior sensibilidade social para nada. E falam assim: ‘Uai, est� falando de sensibilidade social, prefeito?’. Ex-prefeito, desculpa. Estou, porque tenho provas, tenho n�meros dentro da minha prefeitura, tenho n�meros do que � cuidar da gente, o que � tratar de gente, o que � ligar para pobre, o que � ter empatia.
Por que aumentou a popula��o de rua de BH?
O que dizer ao eleitorado que n�o conhece o Kalil?
Em qualquer pesquisa onde se conhece os dois, eu ganhei a elei��o. Pesquisa agora tamb�m n�o adianta muito n�o, mas em qualquer uma, em todas. Mas isso n�o importa, o que importa � o seguinte: eu vou mostrar o que n�s fizemos na prefeitura. � como fazer, porque n�o adianta fazer uma declara��o, agora tem o seguinte, o marqueteiro falou o seguinte: ‘N�o mente mais n�o, porque o Kalil n�o vai deixar. O Kalil, agora, largou a prefeitura, est� por conta da sua mentira’. Ontem (domingo), ele falou que as estradas do Brasil, de Minas Gerais, est�o iguais �s estradas da Ucr�nia. O governador falou que as estradas de Minas, que � uma malha de quase 30 mil quil�metros, ou 27 mil, est�o iguais �s estradas da Ucr�nia. N�o s�o s� as estradas n�o, os 11 hospitais que o senhor abandonou est�o tamb�m. Tem mais coisa do que as estradas. E tem mais, tem dois culpados para isso: ou o carro que passa na estrada, ou o governador do estado, que n�o arrumou. Temos que mudar, para dar conta de resolver o estado, humanizar, cuidar de pobre, de gente.
No seu programa, a quest�o salarial tem qual prioridade?
Isso n�o � prioridade, isso � planejamento. Sal�rio n�o �. N�o vai entrar no meu programa de governo pagar sal�rio em dia. Programa de governo � infraestrutura e sa�de, � isso que n�s vamos. ‘Meu programa de governo � o seguinte, vamos pagar sal�rio’. J� viu contar, na hist�ria desse estado, programa de governo, de pagar sal�rio? N�o, programa de governo � mostrar como vamos arrumar essa infraestrutura, como � que n�s vamos voltar o MG, o Pr�-MG pleno, o Pr�-MG sem ser pleno, n�o sabem n�o, n�o sabem fazer n�o. O Pr�-MG pleno era aquele que cuidava de uma malha rodovi�ria e te entregava por quatro anos e voc� tinha que dar aten��o, al�m de recapear. ‘N�o vai ter tapa-buraco mais n�o, vai ter recapeamento’. � claro que vai ter recapeamento. Senhor governador, n�o vai ter recapeamento n�o, vai ter que arrancar o pavimento todo. Anota a�, porque seu secret�rio de Infraestrutura n�o sabe, vai ter que refazer subleito, sub-base, base, depois botar capa. Porque est� tudo destru�do, n�o tem recapeamento com pavimento destru�do, n�o. Cuidado, viu? N�o vai fazer mais bobagem que j� fez. (O governo Zema) n�o sabe fazer um hospital. Juntaram a compet�ncia do pessoal do empresariado, da elite, com governo eficiente e espetacular, e fizeram um hospital de 700 leitos que nunca entrou um doente. E n�s vamos mostrar ao povo de Minas o que virou o estado de Minas Gerais. � mostrando. ‘Mas voc� vai falar que vai fazer o qu�?’. Nada, vou fazer o que fiz em Belo Horizonte, � isso que vou mostrar. Vou mostrar o que fizemos na cidade, porque � uma cidade que � maior que muito estado no Brasil, temos experi�ncia de mostrar o que foi feito.
Este Kalil � o mesmo que tentou a primeira vez a elei��o para BH, em 2016?
O senhor � melhor administrador ou melhor pol�tico?
N�o sou o melhor em nada, sou humano, tenho cora��o. Isso me torna um pol�tico um pouco melhor. O bom pol�tico � o que cuida dessa pobreza que est� precisando. ‘Ah, mas a cesta b�sica � ruim’. A�, falou essa frase absolutamente brilhante, bom � emprego. Mas isso o cachorrinho l� de casa sabe, n�o precisa ser governador para saber n�o, o cachorrinho sabe, mas se n�o tiver emprego, gente, n�o pode deixar povo passando fome. N�o pode comer sopa de osso, n�o pode cozinhar no fog�o a lenha, n�o pode se queimar com �lcool. N�o pode ver uma crian�a que n�o tem um peda�o de carne para comer. Tem que falar da cervejinha, sim. � importante ir para a laje, queimar uma carne. Porque, estava dizendo o seguinte: essa elite est�pida e ignorante, que � pouca, que n�o � ela toda n�o. � voc� virar para esse cara e falar: ‘Sua casa vai ficar quatro anos sem televis�o, sem ar-condicionado, voc� vai andar a p� e v�o tomar o seu carro’. 'Ah, n�o tem problema, sou muito altru�sta, n�o tem problema'. � isso o que est�o fazendo com o povo, com o povo de Minas e com o povo do Brasil.
O senhor teve muitas secret�rias. Num eventual governo, qual ser� o espa�o da mulher?
Municipaliza��o do Anel Rodovi�rio e o aeroporto da Pampulha. Como governador, d� para entrar nesses assuntos?
E o Rodoanel Metropolitano, como voc� se posiciona em rela��o a ele?
O Rodoanel tem que pegar aquilo, picar, botar num triturador, jogar fora e voltar a conversar com aquilo. Voc� faz um Rodoanel, no s�culo 21, com pista dupla? Aquilo ali � o que disse, infraestrutura. Esse secret�rio veio para olhar o Rodoanel, vamos l�, � n�mero: o que est� estimado em ped�gio no Rodoanel � 1.116% maior do que a Fern�o Dias. � a ind�stria do bilion�rio, n�o est�o preocupados com Rodoanel. Pegaram o dinheiro ensanguentado da Vale, porque n�o sei como v�o fazer, porque temos que viabilizar dinheiro para sa�de. Temos que acampar em Bras�lia e arrancar, como arranquei quando era prefeito. Espero que n�o tenha que soterrar 300 pessoas por ano, por cada quatro anos, para fazer um governo. Isso � o que espero. Vamos trabalhar esse assunto, conversar esse assunto, porque quando saiu o projeto do Anel e disse que n�o adiantava correr para fazer pol�tica com Anel, que n�o ia dar certo, quase fui massacrado. N�o saiu do papel, est� judicializado porque n�o houve conversa, n�o houve mesa para resolver esse assunto.
O senhor disse que abriria a caixa-preta do transporte p�blico em BH. O senhor acha que foi feito o que gostaria de fazer?
O primeiro projeto de extin��o da BHTrans � meu, eu que mandei o projeto para a C�mara. Eu n�o abri a caixa-preta n�o, eu passei a chave na BHTrans, eu acabei com ela. Segundo: est� a� a prova cabal que � um problema nacional. Prefeito de Belo Horizonte est� sofrendo com isso, o de S�o Paulo est� sofrendo, o do Rio est� sofrendo, Curitiba est� sofrendo. E deixei um projeto, que foi sabotado dentro da C�mara por alguns, por alguns, n�o vamos generalizar, de abaixar a passagem. Era s� a C�mara aprovar que a popula��o de Belo Horizonte j� estava pagando R$ 4,20. T�nhamos condi��es de resolver o problema naquela �poca. Retomaram, foi, voltou, porque h� um palanque grande, cretino, canalha, sem vergonha, que n�o est� preocupado com o povo. Se tivesse preocupado com povo, isso j� tinha, estou at� falando muito cretino, canalha, desculpa gente, mas fico com raiva desse neg�cio de n�o aprovar um projeto que abaixa a passagem, que a prefeitura tem o dinheiro, ia subsidiar, e foi sabotado por parte da c�mara de vereadores.
Qual a rela��o com o Ciro Gomes agora?
Eu tenho liberdade, sou independente. Gosto do Ciro, gosto da esposa dele, Gisele, tenho considera��o por ele, o recebi na prefeitura mais de uma vez, mas n�o tenho nenhum compromisso com o Ciro, eu n�o tenho. A posi��o do Ciro hoje me incomoda? Me incomoda, como candidato, me incomoda um pouco. A virul�ncia, estamos falando aqui de Rodoanel, de falta de investimento em pobreza, de n�o dar vale-transporte, de abandonar o estado, mas ningu�m est� falando da vida de ningu�m. Eu sou capaz, ningu�m escutou eu falar uma palavra da vida pessoal de A ou B do governo. Estou falando de incompet�ncia administrativa. Acho que estou um pouco amolado, e tenho direito de estar, tamb�m n�o estou ligando ou n�o, se est� preocupado ou n�o, do jeito virulento que est� levando essa campanha pelo lado do meu amigo Ciro Gomes. Se eu tivesse oportunidade de bater um papo mais longo com ele, eu iria dizer que todo mundo tem pai, todo mundo tem m�e, todo mundo tem filho, todo mundo tem neto. N�s temos que preservar um pouco, ter cuidado com a vida pessoal das pessoas.
Vai ser a primeira vez que o senhor votar� no Lula?
O senhor se arrepende de nunca ter votado no Lula?
N�o arrependi n�o, mas ele fez um �timo segundo mandato, tanto que elegeu a Dilma (Rousseff). Eu n�o votava porque eu n�o votava no PT, mas tive uma vantagem. Quando conheci ele, eu falei: ‘Muito prazer, Alexandre Kalil’. Ele falou: ‘Muito prazer, Lula’. E eu falei: ‘Nunca votei no senhor’. Foi a primeira frase que falei para ele. A� ele assim: ‘Agora, voc� vai votar’. Eu falei: ‘Vamos ver’.