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Estado de Minas EM ENTREVISTA

Kalil critica Zema e diz que governador nada fez por Belo Horizonte

Pr�-candidato do PSD afirma que o chefe do Executivo estadual representa empres�rios milion�rios


24/05/2022 04:00 - atualizado 24/05/2022 11:31

Entrevista com Alexandre Kalil na redação do EM
''�nica coisa que ele (Zema) fez para Belo Horizonte foi a 'maravilha' dessa autoriza��o, que a Fiemg e ele mandaram dar, os milion�rios, para acabar com a cidade, com a vida de Belo Horizonte'', diz Kalil (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, pr�-candidato do PSD ao governo de Minas, n�o esconde de ningu�m que a quest�o social dever� ser o ponto principal da sua campanha. A estrat�gia ser� colar sua imagem � do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, pr�-candidato do PT ao Planalto, e passar a mensagem de que ele, Kalil, � o candidato que vai lutar pelos mais pobres, enquanto o governador Romeu Zema (Novo), seu principal advers�rio, representa a elite.

Kalil foi o terceiro dos pr�-candidatos ao governo de Minas e � Presid�ncia da Rep�bica a participar do EM Entrevista. Prefeito de BH entre 2017 e 2022,  ele abordou diversos temas, mas a quest�o social foi central, e tamb�m fez muitas cr�ticas ao governo Zema. Afirmou que o governador tem alta influ�ncia de empres�rios e “milion�rios”, at� “bilion�rios” – uma “elite est�pida e ignorante”.

Segundo ele, Zema � “um rei que reina, mas n�o governa, n�o manda”. Ao mesmo tempo, Kalil diz que o principal rival na disputa n�o tem cuidado com a popula��o mais carente. “Vamos mostrar ao povo de Minas o que virou o estado de Minas Gerais”, enfatizou.

Outros pontos, como a composi��o de chapa entre PT e PSD em Minas, foram abordados. Kalil, empres�rio antes de entrar na vida pol�tica e de se tornar personalidade p�blica a partir da influ�ncia no Clube Atl�tico Mineiro entre os anos 1990 e 2010 (presidiu o Galo de 2008 a 2014), revelou nunca ter votado em Lula porque “n�o votava no PT”.

Como foi feito o acordo com Lula e o PT e como est�o as pend�ncias para definir a chapa?
 
N�s, desde o in�cio, dissemos, sem o menor constrangimento, que o nosso campo pela polariza��o era caminhar com o presidente Lula. Mas a pol�tica tem legitimidade de candidatos, tem leis que impedem dois candidatos, que impedem que uma coliga��o tenha mais de um, ent�o h� entraves. Como ando dizendo, estava muito cedo quando come�aram a fazer campanha dois anos atr�s. T�nhamos que amadurecer e amadurecemos. Ainda n�o est� conclu�do, o PT tem o tr�mite que temos que respeitar. O PSD, que ocupa hoje cadeira do Senado, a presid�ncia do Congresso e a Prefeitura de Belo Horizonte, com o Fuad, � um partido grande tamb�m. Ent�o, est� tudo sendo conversado. O importante j� est� resolvido, e estamos conversando e vai estar tudo resolvido.

O presidente da Assembleia, Agostinho Patrus, que seria o seu vice, foi “rifado”?
 
Agostinho Patrus ficou me convencendo a ceder o lugar dele durante um m�s, e falei que n�o cederia. Ele ficou me pedindo para sair, essa � a verdade dos fatos. E falei que n�o aceitaria, que ele era o candidato que eu gostaria de ter. E passou um m�s dessa encrenca quando, no fim de semana, ele me ligou e falou assim: 'Olha, acabei de me reunir com minha mulher e meus irm�os. Quero me reunir com voc� na segunda-feira'. Me deu uma onda ruim, falei que ele vai sair. E foi quando ele colocou que iria abrir m�o para a coliga��o ser feita. Bom, voc� vai abrir m�o, o cargo � seu, porque n�o costumo dar e tirar nada de ningu�m. Ent�o, o cargo de vice � seu. Se voc� quer dar esse lugar ao Lula, ent�o vamos marcar reuni�o em S�o Paulo e voc� entrega, porque o cargo n�o � meu, n�o posso entregar o que n�o � meu. E assim foi feito, ele foi l� e entregou ao presidente Lula uma possibilidade de coliga��o, foi muito bem recebido pelo presidente, mas � bom esclarecer que quem entregou a vaga de vice ao presidente Lula foi o pr�prio Agostinho.

H� uma conversa para que o Andr� Quint�o (PT) ocupe esta vaga?
 
Conheci o deputado Andr� Quint�o em meu escrit�rio agora, quando sa� da prefeitura. Devo t�-lo visto uma ou duas vezes. Esse � um assunto que o PT vai tratar. Obviamente, � vice-governador. Ent�o, vice-governador n�o � um senador, n�o � um deputado. � um cara que vai trabalhar com o candidato ao governo e no governo de Minas. � l�gico que vai passar pelo PT, mas tem que passar pelo governador, porque � um cargo para exercer poder, de extrema confian�a do governador.

O senhor tem alguma prefer�ncia?
 
Quem est� tratando disso � quem era o dono do cargo. � muito importante falar que o Agostinho � o coordenador da campanha, continua como coordenador da campanha, e neste caso espec�fico � ele quem est� tratando desse assunto com o PT.

O senhor j� foi inimigo pol�tico de Lula, mas hoje caminha em alian�a com ele. O senhor foi convidado ao casamento dele? Como est� essa amizade?
 
N�o, nunca fui inimigo dele, n�o. Claro que n�o fui convidado. Foram 150 pessoas. Claro que eu gostaria, qualquer casamento com boca-livre � bom. Mas o caso � o seguinte, nunca fui inimigo do presidente Lula, nunca falei uma palavra desrespeitosa, ali�s, nem com o presidente Lula, nem com o presidente Bolsonaro. Tenho diverg�ncias, e tive com os dois, mas respeito os dois. Quando falei que n�o queria que colassem estrela do PT no meu peito era porque o presidente Lula estava na televis�o em campanha para a Prefeitura de Belo Horizonte contra mim. N�s fomos advers�rios pol�ticos. Agora, eu sempre o respeitei, antes do acordo disse em quem votaria no primeiro turno. Ent�o, tenho um conforto muito grande com minha forma de pensar. Quem pensa em rico, quem pensa s� em coisa de milion�rio, que abandona a pobreza, que acha que Minas Gerais n�o tem pobre, que n�o tem gente precisando, que acha que o Norte de Minas n�o precisa fazer nada l�, ou que o Tri�ngulo � muito rico e n�o precisa de nada, que o Sul de Minas tamb�m � muito rico e n�o precisa de nada, enfim. Belo Horizonte s� n�o foi abandonada porque n�s n�o deixamos ela ser abandonada, mas (foi abandonada) financeiramente pelo governo do estado. Fui prefeito por cinco anos e 84 dias, foi um fiasco (de recursos do governo para a PBH), foi zero. Apesar de muita gente por tr�s de microfone tentar desqualificar o ex-prefeito de Belo Horizonte, a popula��o sabe que fizemos tudo sozinhos. Tudo que foi feito nesta cidade foi feito pela prefeitura, por uma equipe extraordin�ria que tinha um modo de pensar. Governar � cuidar, governar � cuidar. Estava lendo hoje, entre prefeituras e estados, a que mais ajudou na �poca da pandemia os alunos de escola fundamental e escola infantil foi a Prefeitura de Belo Horizonte. Demos uma cesta b�sica para cada aluno fora da escola, e hoje existe um estudo da defici�ncia alimentar desses alunos que sofreram na pandemia. E mais, que queria acrescentar. 'Ah, porque o Kalil fechou escola, estava errado, tinha que abrir tudo'. Quero comunicar � popula��o de Belo Horizonte, de Minas Gerais inteiro, que Goi�s est� fechando escola hoje, e que S�o Paulo est� fechando escola hoje, porque abriram antes da hora, e est�o voltando a exigir m�scara. Agora, v�o aparecer que as crian�as passaram fome e que as escolas tinham que ter, realmente, muito cuidado para ser reabertas.

Em 2016, o senhor disse que PT e PSDB destru�ram a na��o. O que mudou de l� pra c�?
 
O que aconteceu com PT e com PSDB foi destrui��o da na��o mesmo. O que temos que ver � o seguinte: a situa��o que o presidente Lula deixou o Brasil e a situa��o que a presidente Dilma deixou o Brasil s�o completamente diferentes. Isso n�o sou eu quem fala, s�o n�meros, isso � matem�tica. N�o tenho d�vida de que isso aconteceu. Est� todo mundo se recolocando no mundo, e a elei��o � muito simples, elei��o � o seguinte: voc� tem que ter um lado. N�s temos dois candidatos vi�veis, te dou um aqui, de primeira m�o. Eu fui apoiador expl�cito do Ciro Gomes no primeiro turno da elei��o presidencial. Ali�s, ganhou em Belo Horizonte, ali�s, ganhou em Belo Horizonte do PT. Fui contra a candidatura ao Senado da presidenta Dilma com o Carlos Viana, pedi licen�a da prefeitura, trabalhei para ele. Ganhamos tamb�m do PT. Ent�o, quero dizer, o que faz alian�a na pol�tica � coer�ncia e respeito. O que eu n�o vou fazer � abra�ar um presidente da Rep�blica quatro anos e, quando ele cai na pesquisa em Minas, tentar chutar a bunda dele. Isso � muito feio. Meu pai me ensinou isso, amigo n�o se larga pelo caminho. “Ah, mas ele n�o trouxe nada para Minas Gerais”, exatamente, porque n�o pediram nada para Minas Gerais. O que o governador est� fazendo � que � muito feio. Estou muito � vontade, porque nunca fui eleito por favor de Bolsonaro, como teve o 'BolsoZema' para se eleger. O Lula nunca me abra�ou para me eleger a nada, ele n�o me deve nada, que eu nunca o apoiei em nada, nem em Belo Horizonte nem em Minas Gerais, e ele nunca me apoiou. Estamos fazendo uma alian�a nova, e de mais a mais, eu n�o sou clone do Lula, n�o. Eu sou Alexandre Kalil, e tenho uma vida de cuidar das pessoas, que coincide com o presidente Lula, e tenho muita diverg�ncia com todos os pol�ticos deste pa�s. Eu penso como eu penso, e quero ser respeitado por isso. N�o quero ser achincalhado, n�o quero ser esculhambado na rede social. N�o, n�o quero n�o, que eu estou cagando e andando. N�o quero que isso seja um defeito ou uma qualidade. � o seguinte: governar � cuidar das pessoas. Se o presidente Lula acha isso, porque me disse pessoalmente, quem n�o acha que governar � cuidar das pessoas n�o vai a lugar nenhum. E � por isso que eu me identifico com o presidente Lula, vou caminhar com ele, n�o tenho o menor constrangimento, porque sempre tive essa tend�ncia de cuidar de gente, de cuidar de quem precisa, de cuidar de pobre. Ent�o, o meu advers�rio � o da Fiemg, � o dos milion�rios, � dos bilion�rios,  tudo bem. Sou contra. Minera��o, empresariado e tudo tem que gerar imposto. Mas tem que ter ju�zo para tocar, pegar esse dinheiro e investir, porque estamos num estado que passou, em quatro anos, de dois milh�es e setecentos mil pessoas abaixo da linha da pobreza para quase quatro milh�es de pessoas.

Como o senhor viu a quest�o da Serra do Curral? A Prefeitura de BH tamb�m foi criticada. O que dizer a respeito?
 
Isso � canalha, antes de tudo, isso � muito cafajeste. Quando eu sa� da Prefeitura de Belo Horizonte, mesmo quando o atual prefeito est� l�, esse assunto (minera��o da Tamisa na Serra do Curral) n�o passou na porta da prefeitura. Nunca, nem votado no Copam ainda estava. Nem autorizado ainda estava. E se tivesse tramitado dentro da Prefeitura de Belo Horizonte, porque gente, deixa eu explicar uma coisa para a popula��o de Minas Gerais: minha briga com a Fiemg n�o � porque eles me acham feio, n�o. � porque esse tipo de coisa da Serra do Curral eles tentaram fazer com empreendimento no Belvedere, tenho muita coisa para falar, eu n�o quero falar, tentaram muita coisa desse n�vel dentro da Prefeitura de Belo Horizonte. E l� n�o teve guarida, e n�o ter�, porque conhe�o o Fuad (Noman). Agora, isso nunca esteve no card�pio. O mesmo direito que a prefeitura tinha de adivinhar esse assunto, a C�mara Municipal tinha, o Estado de Minas tinha, o grupo Uai tinha, qualquer cidad�o podia. Agora, passou dentro da Prefeitura de Belo Horizonte isso? N�o, � mentira gente, � canalhice, � sacanagem. A Duda Salabert diz que levou o questionamento relativo a isso. Vou desmentir ela pela segunda vez, tive oportunidade numa r�dio de desmentir ela. Vou desmentir de novo. Ela nunca foi tratar dessa minera��o na vida, nunca ouvi falar dessa minera��o na vida. Ela foi tratar sim, com a turma da UFMG, de uma �rea da Vale do Rio Doce que atingiu os mananciais de Belo Horizonte. Ent�o, ela mentiu. Estive reunido, � s� reunir na UFMG com quem tratou desse assunto, e perguntar se n�s est�vamos tratando desse assunto na reuni�o longa. Isso n�o � verdade, disse e repito: fiquei muito magoado, muito magoado. Porque era assunto da Vale do Rio Doce, de uma regi�o que ainda n�o est� explorada, e que se explorar vai atingir os mananciais de Minas Gerais. E n�o � em Belo Horizonte. Falei: esperem que vou ser governador de Minas, e quando eu for eu resolvo.

E no caso da Tamisa, como o senhor se coloca?
 
Sou completamente contra, � um assunto pouco debatido, tratado na calada da noite e agora � um desastre atr�s do outro, � cada entrevista mais desastrosa. Outro dia estava assistindo � televis�o, “� igual construir uma casa pr�pria”. Ou o governador � louco, ou n�o tem ideia do que � construir uma casa e quer dar uma licen�a para a minera��o. Isso � de uma birutice absoluta. Temos que pontuar um neg�cio sem demagogia: a minera��o, o nosso estado j� fala, � Minas Gerais. A minera��o � vital para nosso estado, � s� cuidar com ju�zo. No dia em que o governo mandar na minera��o, e n�o os mineradores. Eu fui surpreendido, n�o tenho espi�o n�o, eu leio jornal, eu n�o tenho equipe israelense para investigar nada, n�o, como a Fiemg gosta de falar que tem israelense, que tem a mo�ada trabalhando para ela, para assustar todo mundo, que � uma mentirada, s�o um bando de incompetentes. Mas deu no jornal que a nova presidente do Iepha � primo de primeiro grau do diretor-executivo da Tamisa. Eu li hoje (segunda-feira). Est�o brincando com coisa s�ria, s� isso. Senhor governador, o senhor n�o fez nada para Belo Horizonte, nada. Quando foi assinar l� a Teresa Cristina, falou, ‘agora tem prefeito’. Est� parado, sendo sabotado por vossa excel�ncia no Pal�cio Tiradentes h� seis meses. Esperou eu sair da prefeitura, um sabotador. E agora n�s assinamos. O projeto est� pronto, j� estava tudo pronto, a prefeitura estava com dinheiro separado para fazer a parte dela, o governador n�o fez nada. �nica coisa que ele [Zema]fez para Belo Horizonte foi essa 'maravilha' dessa autoriza��o, que a Fiemg e ele mandaram dar, os milion�rios, para acabar com a cidade, com a vida de Belo Horizonte.

O senhor � a favor de minera��o, mas n�o pr�xima � cidade?
 
N�o, qualquer minera��o. Porque Brumadinho aconteceu o que aconteceu, Mariana aconteceu o que aconteceu. Tem que ter governo, n�s temos hoje um rei que reina, mas n�o governa. N�o manda. Quem vai ser o vice? O vice vai ser quem a Fiemg escolher, � o deputado federal do PP, que eu n�o quero falar nome. � o que a Fiemg quer, todo mundo j� sabe. Fiemg fala ‘olha, vice � o seguinte, fulano de tal do PP, que nos defendeu, que foi regiamente compensado para atrapalhar prefeitura, para negar o Vilarinho, para fazer tudo para tentar avacalhar o prefeito de Belo Horizonte. Agora, voc� vai ganhar seu pr�mio, voc� vai ser o vice do Zema’. ‘N�o, mas o meu vice, ‘n�o, seu vice, voc� n�o manda nada. Quem manda somos n�s aqui, que estamos governando’. � isso que est� acontecendo, � o pobre passando o que est� passando na m�o dos milion�rios, sem a maior sensibilidade social para nada. E falam assim: ‘Uai, est� falando de sensibilidade social, prefeito?’. Ex-prefeito, desculpa. Estou, porque tenho provas, tenho n�meros dentro da minha prefeitura, tenho n�meros do que � cuidar da gente, o que � tratar de gente, o que � ligar para pobre, o que � ter empatia.

Por que aumentou a popula��o de rua de BH?
 
A Prefeitura de Belo Horizonte � proibida de tirar morador de rua por uma decis�o do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais. Talvez se a oposi��o, essa mesquinha e idiota l� da Fiemg, do empresariado, dos milion�rios, soubessem, que a prefeitura n�o pode tirar morador de rua. N�o pode recolher aquela bagulhada que est� por uma decis�o de desembargador do Tribunal de Justi�a, que n�s �amos conversar, eu acho que o Fuad vai conversar. At� isso a gente sofre. Quando entrei com a��o forte para resolver isso, a Justi�a impediu. Agora, n�o � higienizar, n�o. � gente, n�o � gato, cachorro, passarinho, n�o. At� o gato do parque n�s tivemos que pegar um por um, chipar, e vacinar contra a raiva. Imagina gente, que est� na rua, e n�o est� na rua � toa n�o. Isso foi uma decis�o, que est� em vigor, do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais. � importante, como jornalistas, todo mundo apurar isso, porque se n�o joga a responsabilidade em cima da gente, em cima do Fuad, em cima do prefeito que estiver l�.

O que dizer ao eleitorado que n�o conhece o Kalil?
 
Em qualquer pesquisa onde se conhece os dois, eu ganhei a elei��o. Pesquisa agora tamb�m n�o adianta muito n�o, mas em qualquer uma, em todas. Mas isso n�o importa, o que importa � o seguinte: eu vou mostrar o que n�s fizemos na prefeitura. � como fazer, porque n�o adianta fazer uma declara��o, agora tem o seguinte, o marqueteiro falou o seguinte: ‘N�o mente mais n�o, porque o Kalil n�o vai deixar. O Kalil, agora, largou a prefeitura, est� por conta da sua mentira’. Ontem (domingo), ele falou que as estradas do Brasil, de Minas Gerais, est�o iguais �s estradas da Ucr�nia. O governador falou que as estradas de Minas, que � uma malha de quase 30 mil quil�metros, ou 27 mil, est�o iguais �s estradas da Ucr�nia. N�o s�o s� as estradas n�o, os 11 hospitais que o senhor abandonou est�o tamb�m. Tem mais coisa do que as estradas. E tem mais, tem dois culpados para isso: ou o carro que passa na estrada, ou o governador do estado, que n�o arrumou. Temos que mudar, para dar conta de resolver o estado, humanizar, cuidar de pobre, de gente.

No seu programa, a quest�o salarial tem qual prioridade?
 
Isso n�o � prioridade, isso � planejamento. Sal�rio n�o �. N�o vai entrar no meu programa de governo pagar sal�rio em dia. Programa de governo � infraestrutura e sa�de, � isso que n�s vamos. ‘Meu programa de governo � o seguinte, vamos pagar sal�rio’. J� viu contar, na hist�ria desse estado, programa de governo, de pagar sal�rio? N�o, programa de governo � mostrar como vamos arrumar essa infraestrutura, como � que n�s vamos voltar o MG, o Pr�-MG pleno, o Pr�-MG sem ser pleno, n�o sabem n�o, n�o sabem fazer n�o. O Pr�-MG pleno era aquele que cuidava de uma malha rodovi�ria e te entregava por quatro anos e voc� tinha que dar aten��o, al�m de recapear. ‘N�o vai ter tapa-buraco mais n�o, vai ter recapeamento’. � claro que vai ter recapeamento. Senhor governador, n�o vai ter recapeamento n�o, vai ter que arrancar o pavimento todo. Anota a�, porque seu secret�rio de Infraestrutura n�o sabe, vai ter que refazer subleito, sub-base, base, depois botar capa. Porque est� tudo destru�do, n�o tem recapeamento com pavimento destru�do, n�o. Cuidado, viu? N�o vai fazer mais bobagem que j� fez. (O governo Zema) n�o sabe fazer um hospital. Juntaram a compet�ncia do pessoal do empresariado, da elite, com governo eficiente e espetacular, e fizeram um hospital de 700 leitos que nunca entrou um doente. E n�s vamos mostrar ao povo de Minas o que virou o estado de Minas Gerais. � mostrando. ‘Mas voc� vai falar que vai fazer o qu�?’. Nada, vou fazer o que fiz em Belo Horizonte, � isso que vou mostrar. Vou mostrar o que fizemos na cidade, porque � uma cidade que � maior que muito estado no Brasil, temos experi�ncia de mostrar o que foi feito.

Este Kalil � o mesmo que tentou a primeira vez a elei��o para BH, em 2016?
 
Diferente, conheci a mis�ria e a pobreza. Pouca gente tem oportunidade de conhecer mis�ria e pobreza quando entram l� dentro, conheci o valor desse funcionalismo p�blico absolutamente abnegado e brilhante. Falo isso sem o menor constrangimento, n�o � para ter voto, n�o sou desse tipo. Vi, primeiro, o que foi o servidor p�blico na pandemia, porque tem que ir para a frente da guerra, n�o pode ir para debaixo da cama n�o. Tem que enfrentar a guerra para voc� ver o que � uma enfermeira, o que � um m�dico, um atendente, um policial militar fechando boate clandestina, a Guarda Municipal ajudando, toda prefeitura trabalhando em conjunto com fiscaliza��o, tudo isso. Esqueceram, eles esquecem r�pido que mataram, que esse Brasil perdeu 630 mil pessoas, 630 mil fam�lias enlutadas, porque aqui a mem�ria � meio curta. Aprendi, n�o sou o mesmo n�o, primeiro aprendi o que � pobreza, e aprendi que posso ajudar a pobreza, posso cuidar desse povo. Segundo, quando entrei no futebol, tinha muita raiva de me chamar de cartola, a� virei cartola e um cartola importante. Porque era um cartola nacionalmente conhecido. E hoje eu n�o sou um pol�tico importante n�o, mas sou um pol�tico, e um pol�tico de bem, que sei a fun��o da pol�tica na vida p�blica.

O senhor � melhor administrador ou melhor pol�tico?
 
N�o sou o melhor em nada, sou humano, tenho cora��o. Isso me torna um pol�tico um pouco melhor. O bom pol�tico � o que cuida dessa pobreza que est� precisando. ‘Ah, mas a cesta b�sica � ruim’. A�, falou essa frase absolutamente brilhante, bom � emprego. Mas isso o cachorrinho l� de casa sabe, n�o precisa ser governador para saber n�o, o cachorrinho sabe, mas se n�o tiver emprego, gente, n�o pode deixar povo passando fome. N�o pode comer sopa de osso, n�o pode cozinhar no fog�o a lenha, n�o pode se queimar com �lcool. N�o pode ver uma crian�a que n�o tem um peda�o de carne para comer. Tem que falar da cervejinha, sim. � importante ir para a laje, queimar uma carne. Porque, estava dizendo o seguinte: essa elite est�pida e ignorante, que � pouca, que n�o � ela toda n�o. � voc� virar para esse cara e falar: ‘Sua casa vai ficar quatro anos sem televis�o, sem ar-condicionado, voc� vai andar a p� e v�o tomar o seu carro’. 'Ah, n�o tem problema, sou muito altru�sta, n�o tem problema'. � isso o que est�o fazendo com o povo, com o povo de Minas e com o povo do Brasil.

O senhor teve muitas secret�rias. Num eventual governo, qual ser� o espa�o da mulher?
 
Eu n�o tive mulheres na secretaria porque eram mulheres. Tive porque elas eram melhores que os homens. Espero arrumar uma equipe de mulheres brilhantes, como na prefeitura, melhor que os homens. Foram mulheres brilhantes, que agrade�o muito, mas n�o tenho muito essa preocupa��o n�o. Pus muita mulher na prefeitura porque s�o muito boas de servi�o, elas olham, xingam, e outra coisa: minhas secret�rias mais mandonas foram as mulheres. Eu falava que era para mandar mesmo, e os homens colocavam o rabo entre as pernas e sa�am miando da sala dela.

Municipaliza��o do Anel Rodovi�rio e o aeroporto da Pampulha. Como governador, d� para entrar nesses assuntos?
 
O Anel eu pedi a municipaliza��o, e outra coisa que a popula��o precisa saber: a obra de escape que est� sendo feita l�, que a prefeitura n�o podia fazer, eu liguei para o ministro Tarc�sio (de Freitas), agora pr�-candidato ao governo de S�o Paulo, e pedi a ele para assumir a obra. Porque os projetos j� eram da Prefeitura de Belo Horizonte. Quando sa� da prefeitura, j� deveria estar terminando, larguei a obra de escape do Anel numa invas�o ao governo federal, autorizada pelo ministro da Infraestrutura, praticamente pronta. Aquilo foi obra que pedimos ao governo federal para fazer os projetos e pagar a obra, porque sen�o ia demorar muito. A municipaliza��o, n�o foi n�o cumprir promessa, foi porque o governo federal n�o quis entregar o anel. E do aeroporto, a mesma coisa. Fizeram, entregaram para o governo de Minas, que privatizou a toque de caixa para matar aquela regi�o. N�o h� projeto no governo. N�o h� projeto de nada. Est� l�, foi entregue com a promessa de que ia privatizar. Privatizou. Ganhou Confins. Nem sei o nome daquela empresa l�, que tem por objetivo liquidar o Aeroporto da Pampulha para que Confins continue, naquela lonjura toda, com aquela estrutura horr�vel. A pior estrutura do Brasil � essa estrutura de Confins, na minha opini�o. E n�o venham me rebater. Acho uma porcaria aquele aeroporto, ent�o v�o matar um aeroporto. � o �nico estado que n�o pode ter dois aeroportos. Rio tem, S�o Paulo tem, Minas Gerais n�o pode, porque Minas Gerais se apequenou a esse ponto.

E o Rodoanel Metropolitano, como voc� se posiciona em rela��o a ele?
 
O Rodoanel tem que pegar aquilo, picar, botar num triturador, jogar fora e voltar a conversar com aquilo. Voc� faz um Rodoanel, no s�culo 21, com pista dupla? Aquilo ali � o que disse, infraestrutura. Esse secret�rio veio para olhar o Rodoanel, vamos l�, � n�mero: o que est� estimado em ped�gio no Rodoanel � 1.116% maior do que a Fern�o Dias. � a ind�stria do bilion�rio, n�o est�o preocupados com Rodoanel. Pegaram o dinheiro ensanguentado da Vale, porque n�o sei como v�o fazer, porque temos que viabilizar dinheiro para sa�de. Temos que acampar em Bras�lia e arrancar, como arranquei quando era prefeito. Espero que n�o tenha que soterrar 300 pessoas por ano, por cada quatro anos, para fazer um governo. Isso � o que espero. Vamos trabalhar esse assunto, conversar esse assunto, porque quando saiu o projeto do Anel e disse que n�o adiantava correr para fazer pol�tica com Anel, que n�o ia dar certo, quase fui massacrado. N�o saiu do papel, est� judicializado porque n�o houve conversa, n�o houve mesa para resolver esse assunto.

O senhor disse que abriria a caixa-preta do transporte p�blico em BH. O senhor acha que foi feito o que gostaria de fazer?
 
O primeiro projeto de extin��o da BHTrans � meu, eu que mandei o projeto para a C�mara. Eu n�o abri a caixa-preta n�o, eu passei a chave na BHTrans, eu acabei com ela. Segundo: est� a� a prova cabal que � um problema nacional. Prefeito de Belo Horizonte est� sofrendo com isso, o de S�o Paulo est� sofrendo, o do Rio est� sofrendo, Curitiba est� sofrendo. E deixei um projeto, que foi sabotado dentro da C�mara por alguns, por alguns, n�o vamos generalizar, de abaixar a passagem. Era s� a C�mara aprovar que a popula��o de Belo Horizonte j� estava pagando R$ 4,20. T�nhamos condi��es de resolver o problema naquela �poca. Retomaram, foi, voltou, porque h� um palanque grande, cretino, canalha, sem vergonha, que n�o est� preocupado com o povo. Se tivesse preocupado com povo, isso j� tinha, estou at� falando muito cretino, canalha, desculpa gente, mas fico com raiva desse neg�cio de n�o aprovar um projeto que abaixa a passagem, que a prefeitura tem o dinheiro, ia subsidiar, e foi sabotado por parte da c�mara de vereadores.

Qual a rela��o com o Ciro Gomes agora?
 
Eu tenho liberdade, sou independente. Gosto do Ciro, gosto da esposa dele, Gisele, tenho considera��o por ele, o recebi na prefeitura mais de uma vez, mas n�o tenho nenhum compromisso com o Ciro, eu n�o tenho. A posi��o do Ciro hoje me incomoda? Me incomoda, como candidato, me incomoda um pouco. A virul�ncia, estamos falando aqui de Rodoanel, de falta de investimento em pobreza, de n�o dar vale-transporte, de abandonar o estado, mas ningu�m est� falando da vida de ningu�m. Eu sou capaz, ningu�m escutou eu falar uma palavra da vida pessoal de A ou B do governo. Estou falando de incompet�ncia administrativa. Acho que estou um pouco amolado, e tenho direito de estar, tamb�m n�o estou ligando ou n�o, se est� preocupado ou n�o, do jeito virulento que est� levando essa campanha pelo lado do meu amigo Ciro Gomes. Se eu tivesse oportunidade de bater um papo mais longo com ele, eu iria dizer que todo mundo tem pai, todo mundo tem m�e, todo mundo tem filho, todo mundo tem neto. N�s temos que preservar um pouco, ter cuidado com a vida pessoal das pessoas.

Vai ser a primeira vez que o senhor votar� no Lula?
 
Vai. E eu disse isso a ele.

O senhor se arrepende de nunca ter votado no Lula?
 
N�o arrependi n�o, mas ele fez um �timo segundo mandato, tanto que elegeu a Dilma (Rousseff). Eu n�o votava porque eu n�o votava no PT, mas tive uma vantagem. Quando conheci ele, eu falei: ‘Muito prazer, Alexandre Kalil’. Ele falou: ‘Muito prazer, Lula’. E eu falei: ‘Nunca votei no senhor’. Foi a primeira frase que falei para ele. A� ele assim: ‘Agora, voc� vai votar’. Eu falei: ‘Vamos ver’.


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