
Coincidentemente, no dia da visita a estrada foi cen�rio de um grave acidente entre um caminh�o e uma carreta pr�ximo ao km 435, em Ravena, distrito de Sabar�. Quem viajava em dire��o ao Vale do A�o teve de passar horas no congestionamento de mais de cinco quil�metros provocado pela colis�o. Entre motoristas ouvidos pelo Estado de Minas ao longo desse congestionamento, um consenso: a rodovia � uma sequ�ncia de obst�culos e necessita de aten��o redobrada.

Tamb�m parado no congestionamento, Carlos Garbato, executivo de contas, de 34, tamb�m criticou a situa��o da rodovia: "A condi��o da via, aqui neste trecho, ainda est� boa, mas l� para frente o trecho da rodovia � pior. � ondula��o e buraco. Gosto muito de ir a Jo�o Monlevade, Itabira. A Ipatinga, faz dois anos que n�o vou; Governador Valadares tamb�m. S� de estrada cansa, e a �ltima vez que voltei gastei nove horas de estrada e vi seis acidentes. Trezentos quil�metros de BH at� l� para rodar em seis horas?", reclamou.
Pouco mais � frente, ainda na parada por causa do acidente entre caminh�es em Ravena, o chapa Miguel Barbosa, de 54, tamb�m chamou a aten��o para os riscos de trafegar na rodovia. "O mais perigoso que tem � este trecho. � muito ruim aqui, eles tinham que arrumar. N�o tem acostamento, n�o tem nada. Aqui morreu muita gente j�. Geralmente, a gente sempre pega tr�nsito, tem que tomar cuidado. At� Jo�o Monlevade � sofrido, perigoso", afirmou.
A BR-381, principalmente no trecho de BH at� Jo�o Monlevade, � uma sequ�ncia de obst�culos para os motoristas. Al�m das curvas fechadas, s�o in�meros os buracos, lombadas, pontes estreitas, irregularidades no asfalto, sinaliza��o prec�ria e vegeta��o alta �s margens da estrada. Em alguns pontos, h� obras que se arrastam e nunca s�o conclu�das e nesses trechos existem desvios que deixam a estrada ainda mais perigosa.
“Precisamos que o governo federal tenha um olhar diferenciado para a BR-381. N�o aguentamos a BR-381 do jeito que est�, uma BR que todo dia ceifa um ente querido da gente e que h� d�cadas vive nesse imbr�glio. Precisamos que essa BR (duplica��o) realmente saia do papel e que venha trazer tranquilidade para nossos familiares”, afirmou o prefeito de Coronel Fabriciano e presidente da Associa��o Mineira de Munic�pios (AMM), Dr. Marcos Vinicius (PSDB).
Bolsonaro n�o viu de perto a situa��o real da BR-381, embora tenha trafegado de moto nela por alguns quil�metros em parte do trajeto do aeroporto de Ipatinga, em Santana do Para�so, at� Coronel Fabriciano - com uma motociata. Mas esse trecho � como se fosse uma avenida entre as duas cidades e n�o mostra os muitos problemas da estrada.
Promessas que n�o saem do papel
A novela da duplica��o da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, come�ou em 2013, durante o governo Dilma Rousseff (PT), de 2010 a 2016, quando 11 trechos da rodovia foram licitados. Cada empresa ficaria respons�vel pela duplica��o de um lote, recebendo pela obra executada. Embora os acordos tenham sido feitos, as licita��es foram canceladas e retornaram aos processos de estudos do governo.
Em 2014, quase um ano depois, a ent�o presidente assinou a ordem de servi�o para a duplica��o de cinco trechos. Na �poca, o governo federal chegou a prometer investir R$ 2,5 bilh�es nas obras.
A obra de duplica��o inclu�a a constru��o de cinco t�neis, 34 pontes, 66 viadutos, al�m de 31 passarelas, 150 paradas de �nibus e de uma variante em Santa B�rbara, numa extens�o de 303 quil�metros da BR-381. Quase nada disso foi feito.
A duplica��o da rodovia sempre foi alvo de promessas de presidentes e ministros e classificada como assunto de extrema urg�ncia – especialmente em anos de elei��o –, mas nunca saiu do papel. Hoje, o que se tem s�o trechos com pistas duplicadas e outros com pistas simples.
No governo Michel Temer (MDB), entre 2016 e 2018, pouco foi investido na obra. No governo Bolsonaro, as promessas continuam, mas a duplica��o ainda est� longe de ser conclu�da, para desespero de motoristas e passageiros que s�o obrigados a trafegar pela chamada Rodovia da Morte.
Ex�rcito faz reparos na pista
