Uberl�ndia - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), pr�-candidato do PT ao Pal�cio do Planalto, e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que pretende disputar o governo de Minas, compartilharam palanque pela primeira vez, ontem, no Centro Universit�rio do Tri�ngulo (Unitri), desde que formaram alian�a. “Kalil vai fazer com Minas Gerais o que ele fez com o Atl�tico. Fazer com que Minas seja um dos estados mais poderosos do pa�s”, afirmou o petista, que garantiu que voltar� para novos atos de campanha com o ex-prefeito. Durante sua passagem pelo clube, entre 2008 e 2014, o Atl�tico conquistou o t�tulo mais importante de sua hist�ria, a Copa Libertadores da Am�rica (2013) e ainda a Copa do Brasil (2014).
“Quando chegar janeiro, voc� n�o precisa tomar posse no dia primeiro. Atrase um pouco, porque quero estar com voc� na posse do novo governador de Minas Gerais”, emendou o petista, que esteve acompanhado do seu companheiro de chapa, o ex-governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSB).
“Kalil n�o prometeu, mas cumpriu. Fez governo exemplar na capital”, disse Alckmin, que destacou a import�ncia de Minas para a campanha nacional. “O estado � uma s�ntese do Brasil”, disse o ex-governador paulista, que afirmou ser neto de um mineiro e evocou at� ao escritor Guimar�es Rosa, autor do cl�ssico “Grande Sert�o: Veredas”.
“Quando chegar janeiro, voc� n�o precisa tomar posse no dia primeiro. Atrase um pouco, porque quero estar com voc� na posse do novo governador de Minas Gerais”, emendou o petista, que esteve acompanhado do seu companheiro de chapa, o ex-governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSB).
“Kalil n�o prometeu, mas cumpriu. Fez governo exemplar na capital”, disse Alckmin, que destacou a import�ncia de Minas para a campanha nacional. “O estado � uma s�ntese do Brasil”, disse o ex-governador paulista, que afirmou ser neto de um mineiro e evocou at� ao escritor Guimar�es Rosa, autor do cl�ssico “Grande Sert�o: Veredas”.
Em seu discurso, Kalil afirmou sobre seus advers�rios: “N�s vamos entregar a caneta para quem tem humanidade, para quem pensa nos outros, ou vamos eleger quem tem cora��o e olhar humano, ou vamos entregar esse pa�s para essa corja e desumanos que realmente amam simplesmente a antici�ncia, a cloroquina, a desumanidade e a fome?”. “Essa � uma quest�o de sobreviv�ncia. Temos pessoas passando fome, abandonadas, a juventude est� sem faculdade”, afirmou ainda.
O ato de campanha foi marcado por um incidente causado por pessoas que colocaram um drone para espalhar fezes e urina sobre o p�blico. Os dejetos foram jogados pouco depois das 16h30, antes que o evento come�asse. Pessoas que esperavam o ex-presidente seguiram o trajeto do drone do ataque at� o pouso e chamaram a Pol�cia Militar, que deteve uma pessoa. A identidade dela n�o foi divulgada. Segundo o tenente-coronel Fl�vio Santiago, chefe da comunica��o da corpora��o, a lei de abuso de autoridade impede a divulga��o do nome do homem que teria pilotado o drone de fezes. Embora atingidos tenham relatado ter sofrido ataque com fezes, a Pol�cia Militar disse se tratar de produto biol�gico usado para atrair moscas em lavouras.
Kalil criticou duramente a agress�o. “Me desculpe, presidente, Minas Gerais n�o recebe ningu�m dessa maneira. Isso, aqui, � muito novo. Sabemos receber com bom caf� e p�o de queijo. Eles mandaram o que gostam: coc� e xixi”, disse. “Fiquem com outdoors, coc� e xixi. Vamos entregar o voto ao presidente Lula”, disse tamb�m Kalil aos agressores. Lula tamb�m reagiu � agress�o: “Um canalha que coloca drone para jogar sujeira em cima de homens, mulheres e crian�as n�o � um ser humano normal”, declarou.
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), principal advers�rio de Lula na elei��o deste ano, espalharam outdoors por Uberl�ndia criticando a presen�a do petista na cidade. Mais cedo, horas antes de Lula desembarcar em Uberl�ndia, o governador Romeu Zema (Novo), pr�-candidato � reelei��o e principal advers�rio de Kalil na disputa pelo governo de Minas, ironizou o ato de campanha. Pelo Twitter, ele afirmou: “Uberl�ndia vai receber refor�o policial para n�o dar brecha pra bandido! Vamos inaugurar a sede do 32º Batalh�o PM e entregar mais 24 viaturas esse m�s. Pra manter o estado mais seguro do pa�s, temos toler�ncia zero com o crime: de pequenos delitos aos ladr�es dos cofres p�blicos”. Mais tarde, Kalil rebateu: “J� senti todo tipo de sentimento a respeito de senhor, mas vergonha foi a primeira vez”, rebateu Kalil.
Enquanto o evento n�o come�ava, Lula publicou uma foto com Kalil nas redes sociais refor�ando a alian�a. Na foto, Lula usou o slogan da campanha: “Com @alexandrekalil, vamos juntos por Minas Gerais e pelo Brasil!”. Kalil tamb�m compartilhou a imagem. A equipe do PT mineiro informou que Lula deixaria Uberl�ndia logo ap�s o evento com os correligion�rios no estado. Ele viajou para o Nordeste, onde assumiu compromissos em Natal (RN), Macei� (AL) e Aracaju (SE). Kalil, por sua vez, seguiu para um jantar com empres�rios do setor sucroalcooleiro.
Senado
Presente tamb�m no palanque de Lula e Kalil, o senador Alexandre Silveira (PSD), candidato � reelei��o, afirmou ao petista: “Quero firmar um compromisso p�blico. N�s n�o fizemos uma alian�a s� para eleg�-lo e eleger Alexandre Kalil. Eu quero ajud�-lo a governar o Brasil, no Senado da Rep�blica, porque l� � a trincheira da democracia”. Disse tamb�m: “Quero ser um soldado. Para viajar o Brasil. Para fazer o convencimento dos nossos parlamentares federais, dos nossos senadores da Rep�blica, porque eu quero acalentar a esperan�a de que PSD ainda vai com o senhor no primeiro turno, para ganharmos a elei��o no Brasil e resgatarmos a dignidade do povo brasileiro”.
Ele ainda complementou: “Fica feito o compromisso, presidente, de ajudar, junto de Geraldo Alckmin, junto de Alexandre Kalil, uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais solid�ria e mais igual. De agora at� dois de outubro, aqui em Minas n�s cumprimentaremos assim” (fez um 'L' com os dedos).
Mistura de vermelho e verde e amarelo
Em meio ao vermelho formado pelas cores do PT no ato de campanha de Lula e Kalil no Centro Universit�rio do Tri�ngulo (Unitri), em Uberl�ndia, algumas pessoas resolveram se destacar e utilizar camisas e bandeiras em verde e amarelo. A ideia era mostrar que o apre�o aos s�mbolos do Brasil n�o � exclusividade dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). A costureira Azenilda Queiroz j� havia sa�do de casa para ver Lula quando percebeu que n�o estava trajada com sua camisa verde e amarela. Ent�o voltou para vesti-la. "Isso (exibe a camisa) � a nossa cor, do nosso Brasil, e n�o a cor de um determinado partido. Nosso Brasil bem brasileiro", disse ela, ao Estado de Minas. "Essa � a blusa que me representa, eu sou brasileira, eu sou Lula", emendou.
Psic�logo e professor aposentado da Universidade Federal de Uberl�ndia (UFU), Luiz Adelino se vestiu de vermelho, mas fez quest�o de carregar, em um mastro, a bandeira nacional. "A bandeira pertence aos brasileiros, n�o aos bolsonaristas. Eles se apropriaram da bandeira, que � de todo brasileiro. Todo brasileiro deve usar a bandeira, inclusive aqueles que s�o de esquerda", defendeu
Tamb�m esperando Lula, o assessor parlamentar Paulo Cesar Silva se enrolou em uma bandeira. ‘Nossa bandeira representa a alegria e n�o o terror do Bolsonaro e o bolsonarismo representa hoje no pa�s", defendeu. Do lado de fora da faculdade, bolsonaristas tamb�m vestiam amarelo e portavam bandeiras. Eles emitiam gritos de ordem em dire��o aos carros que passavam pelo entorno do espa�o.
Sil�ncio por indigenista e jornalista
Durante o se discurso em Uberl�ndia, Lula criticou a situa��o econ�mica do pa�s e os desmontes das universidades p�blicas. Ele tamb�m pediu um minuto de sil�ncio pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista brit�nico Dom Phillips, que desaparecem no dia 5 na Amaz�nia. Ontem, a Pol�cia Federal informou que encontrou restos mortais na floresta que podem ser dos dois. Dois suspeitos do crime est�o presos em Manaus. Com duas representantes dos povos ind�genas convidadas a subir ao palco, o ex-presidente comprometeu-se a, caso eleito, demarcar as terras ind�genas do pa�s. (leia sobre o caso na p�gina 5)
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), presente ao ato de Lula e Kalil, disse que o ex-prefeito precisa vencer a elei��o ao governo mineiro para derrotar Romeu Zema (Novo), chamado por ele de "Bolsonaro de sapat�nis". "Kalil, tu tens uma miss�o aqui: derrotar esse Bolsonaro de sapat�nis, esse Bolsonaro personalit�", disse o parlamentar, em Uberl�ndia, no Tri�ngulo mineiro. "Ele (Zema) tem horror a pobre, quer privatizar tudo e � contr�rio a tudo o que � decente", afirmou Randolfe.
Quem tamb�m subiu o tom ao tratar do governador foi Agostinho Patrus (PSD), presidente da Assembleia Legislativa. O que aconteceu aqui n�o foi diferente do que aconteceu no Brasil. Assumiu o governo uma turma que queria privatizar tudo e entregar Minas Gerais a dois ou tr�s", emendou o deputado estadual, um dos principais rivais pol�ticos de Zema”, disse.