Comemora��o da independ�ncia re�ne quatro presidenci�veis em Salvador

Bras�lia – As comemora��es da independ�ncia do Brasil na Bahia levaram a Salvador ontem os quatro principais candidatos � Presid�ncia da Rep�blica. A luta no estado s� se consolidou em 2 de julho de 1823, quando os �ltimos portugueses foram expulsos, nove meses ap�s o grito de dom Pedro I. Luiz In�cio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) participaram das solenidades, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez passeio de moto na orla. Bolsonaro voltou a exaltar a redu��o dos pre�os do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) e prometeu “um dos combust�veis mais baratos do mundo”. Lula criticou a proposta aprovada no Senado que amplia benef�cios sociais �s v�speras das elei��es.

Em discurso no Farol da Barra, acompanhado do pr�-candidato ao governo da Bahia e ex-ministro Jo�o Roma (PL), o chefe do Executivo federal repetiu cr�ticas aos 12 governadores do Nordeste que recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei que limita a al�quota do ICMS sobre combust�veis e energia. “Lamento que os nove governadores do Nordeste tenham entrado na Justi�a contra a redu��o de impostos na gasolina. Isso � inadmiss�vel. Vamos acreditar que a Justi�a n�o dar� ganho de causa a essas pessoas. E n�s teremos, brevemente, assim como j� baixei ou zerei a maioria dos impostos federais, teremos um dos combust�veis mais baratos do mundo”, disse. “Os governadores dizem que ajudam os mais pobres, mas quando chega na hora fazem o contr�rio. Vamos acreditar que a Justi�a n�o dar� grande causa a essas pessoas”, emendou.

Na tentativa de cativar eleitores nordestinos, onde Lula � favorito, segundo as pesquisas, Bolsonaro disse: “Dizer que o Nordeste � uma parte important�ssima do nosso Brasil. Somos um s� povo, uma s� ra�a. Cada um tem o seu credo, mas mais de 90% acreditam em Deus”. Ele afirmou tamb�m que a popula��o vai sentir em 2023 “o benef�cio da vit�ria da economia".

"Podem ter certeza, os benef�cios disso, aos poucos vamos estendendo para toda a popula��o. No ano que vem, voc�s sentir�o j� o benef�cio da vit�ria da nossa economia", afirmou tamb�m o chefe do Executivo.

� tarde, Jair Bolsonaro participou de evento evang�lico na Pra�a da Apoteose, no Rio de Janeiro. Ao lado do pastor Silas Malafaia e outros religiosos, ele afirmou: "O que o outro lado quer, n�s n�o queremos", bradou, em refer�ncia a Lula e ao PT. O presidente seguiu com as cr�ticas ao seu principal advers�rio. “O Brasil enfrenta, no momento, uma luta do bem contra o mal. N�s sabemos o que o nosso lado quer. O lado do bem quer. Assim como sabemos o que outro lado deseja. O outro lado quer legalizar o aborto, n�s n�o queremos. O outro lado quer legalizar as drogas, n�s n�o queremos”, criticou.

O presidente continuou com as cr�ticas citando novamente as pautas de costumes: “O outro lado quer legalizar a ideologia de g�nero, n�s n�o queremos. O outro lado quer se aproximar de pa�ses comunistas, o outro lado ataca a fam�lia. N�s defendemos a fam�lia brasileira. O outro lado quer cercear as m�dias sociais, n�s queremos a liberdade das m�dias sociais”.

Lula n�o era esperado nas ruas de Salvador e chegou de surpresa no ato comemorativo da independ�ncia do Brasil. Estava ao lado do pr�-candidato a vice na sua chapa, Geraldo Alckmin (PSB); do governador da Bahia, Rui Costa (PT); do pr�-candidato ao governo da Bahia, Jer�nimo Rodrigues (PT); e outras lideran�as locais. Ap�s o desfile, ele seguiu para um evento da campanha petista na Bahia na Arena Fonte Nova, chamado de "Grande Ato da Independ�ncia".

Ele criticou a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) 1/2022, que concede R$ 41,2 bilh�es em benef�cios sociais, aprovada no Senado. "Agora o presidente est� tentando aprovar isso, aprovar isso, aprovar aquilo, para ver se ele consegue ganhar as elei��es", disse. Para o petista, a medida � manobra de Bolsonaro para tentar reelei��o. "E eu queria dizer para ele o que o povo baiano est� dizendo para ele: ‘Bolsonaro, aprova suas leis. Porque a gente vai pegar todo o dinheiro que voc� mandar, mas a gente n�o vai votar em voc�. A gente vai votar em outras pessoas, porque o dinheiro que ele est� dando agora � s� at� dezembro'”.

Lula disse ainda ter certeza de que as For�as Armadas "estar�o do lado do povo" e que � preciso superar o autoritarismo. “O Brasil independente e soberano que queremos n�o pode abrir m�o das suas For�as Armadas. N�o apenas bem treinadas e equipadas, mas, sobretudo, comprometidas com a democracia". Segundo ele, cabe �s For�as Armadas atuar na defesa do povo, do territ�rio nacional e do espa�o a�reo, al�m de cumprir "estritamente" o que diz a Constitui��o. Bolsonaro e seus apoiadores costumam usar um artigo da Constitui��o para sugerir que as For�as Armadas poderiam atuar como uma esp�cie de �rbitro em conflitos entre os Poderes, o que � contestado por especialistas. O atual chefe do Executivo costuma atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e as urnas eletr�nicas.

“� necess�rio superar o autoritarismo e as amea�as antidemocr�ticas. E tenho certeza de que as For�as Armadas estar�o ao lado do povo brasileiro nessa luta pela nova independ�ncia, como estiveram em momentos importantes da nossa hist�ria", afirmou o petista.

O petista ainda comentou as den�ncias de ass�dio sexual contra o ex-presidente da Caixa Pedro Guimar�es. "As mulheres brasileiras lutam dia a dia uma guerra injusta, recebendo menos sal�rio do que os homens na mesma fun��o. Expostas ao machismo, feminic�dio, estupro, e outras formas de viol�ncia das quais s�o v�timas todos os dias no Brasil. Como as mulheres que foram v�timas de ass�dio pelo presidente da Caixa Econ�mica", afirmou Lula. "Temos que ser mais duros na apura��o e no julgamento dessas pessoas. � mais que urgente construirmos igualdade de direito entre mulheres e homens", destacou.

O ex-presidente lembrou tr�s mulheres que estiveram na linha de frente da Independ�ncia do Brasil na Bahia: Maria Quit�ria, Maria Felipa e Joana Ang�lica. Lula tamb�m aproveitou a tem�tica para atacar Bolsonaro. "[As mulheres s�o] desrespeitadas pelo atual presidente da Rep�blica, que divide as mulheres entre as que n�o merecem e as que merecem ser estupradas", finalizou.