
A deputada estadual Ros�ngela Reis, do PL, que acusou o pr�prio partido de fraude e viol�ncia pol�tica, n�o teve o nome inclu�do na lista de liberais que devem tentar assento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A sigla fez sua conven��o nesta quarta-feira (20/7) e decidiu que a parlamentar n�o poder� buscar renovar o mandato.
O debate sobre o futuro pol�tico de Ros�ngela levou tens�o ao plen�rio da ALMG, local que sediou a conven��o do PL. Antes do encontro, deputados j� haviam sinalizado que n�o aceitariam a presen�a dela na chapa estadual porque a deputada se filiou depois do ingresso de pol�ticos que entraram para o partido a reboque do presidente Jair Bolsonaro (PL). Havia o temor de que a candidatura dela � reelei��o impedisse o sucesso de parte dos que j� estavam na sigla.
Um dos argumentos utilizados para barrar Ros�ngela foi o fato de ela ter se filiado ao PL junto � dire��o municipal da agremia��o em Ipatinga, no Vale do A�o, onde est� o foco de sua atua��o legislativa. Paralelamente, outros rec�m-chegados ingressaram na legenda a partir da c�pula estadual, baseada em BH.
Depois da vota��o que selou sua derrota, a deputada contestou a tese. "Desde o in�cio buscamos o di�logo. Me filiei junto � Executiva municipal (de Ipatinga), mas n�o h� nada de ilegal nisso. O artigo 4° do estatuto (do PL) defende que as filia��es devem ser feitas junto �s executivas municipais".
70 mil votos
Em seu quarto mandato na Assembleia, Ros�ngela teve pouco mais de 70 mil votos em 2018. Para tentar convencer os correligion�rios e contornar o rev�s, ela chegou a afirmar que, mantido o desempenho do �ltimo pleito, sua reelei��o poderia proporcionar a vit�ria de ao menos dois outros postulantes a deputado estadual.
"Ainda n�o h� decis�o de judicializa��o dessa quest�o. Estamos, primeiro, esgotando todas as inst�ncias para, depois, buscar outros caminhos", explicou, ao tratar dos rumos que pretende tomar.
A conven��o do PL ainda serviu para entregar � dire��o estadual do partido a decis�o de lan�ar, ou n�o, o senador Carlos Viana como pr�-candidato ao governo. Ele espera ter uma resposta definitiva na pr�xima semana.
Colegas criticam postura
Ros�ngela come�ou o ano filiada ao Podemos. Na janela destinada � troca de partidos, chegou a acertar com o MDB. Depois, fez movimento para ir ao PL. O ingresso dela aos quadros liberais foi confirmada apenas em 1° de abril, quando todos os outros deputados estaduais que rumaram � legenda j� haviam concretizado a mudan�a.
Ao longo da conven��o, deputados estaduais liberais pediram a palavra para defender que ela n�o fosse candidata � Assembleia Legislativa.
"N�o podemos permitir que um invasor, sem �tica, fique em nossa casa. Qualquer um que atentar contra esse princ�pio vai receber tratamento estatut�rio", disparou Coronel Sandro, em men��o indireta ao fato de a filia��o dela ter ocorrido em Ipatinga.
Gustavo Santana, deputado e filho do presidente do diret�rio mineiro do PL, Jos� Santana, tamb�m advogou pela aus�ncia de Ros�ngela na chapa regional. Ele chegou a ser vaiado por apoiadores da deputada, que lotaram as galerias do plen�rio do Parlamento.
"N�o ligo para vaias. Aqui tem trabalho; tem homem s�rio", rebateu ele.
No fim de semana, Ros�ngela fez ato para lan�ar sua pr�-candidatura a deputada estadual. Ao lado dela, estavam os deputados federais Mauro Lopes (PP), Al� Silva (Republicanos) e Herc�lio Coelho Diniz (MDB).
Candidatura ao Congresso pode ser alternativa
Segundo apurou o Estado de Minas, lideran�as do PL chegaram a oferec�-la a candidatura a deputada federal como forma de contornar o impasse. Ros�ngela afirmou que n�o descarta a possibilidade.
A filha dela, Grazielle Reis, � filiada ao PMN. A deputada foi perguntada sobre a possibilidade de lan��-la como substituta na corrida � Assembleia. "Essa parte ainda n�o definimos. H� outro processo de conven��o e outros passos a serem feitos", esquivou-se.
Antes da reuni�o, o PL emitiu nota para afirmar que a decis�o tomada � "soberana".
"O PL foi surpreendido com uma conduta de dois assessores da Deputada Ros�ngela Reis, que invadiram a sede do Partido, pegaram a chave da porta principal e mantiveram um funcion�rio e uma funcion�ria em c�rcere privado, impedindo-os de sa�rem para suas respectivas resid�ncias, constrangendo-os e proferindo agress�es verbais", pontuaram os representantes da legenda, em coment�rio referente ao caso que envolveu a pol�cia.