
Os organizadores tamb�m t�m recebido xingamentos por meio da plataforma e pessoas que tentam se passar por outras. H� uma equipe trabalhando na seguran�a e tecnologia do portal, para manter a estabilidade de acesso. Tamb�m � feita a checagem de CPF com bases de dados da Receita Federal para confirmar a identidade dos signat�rios e descartar casos de duplicidade. A maior parte dos acessos foi feita no Brasil (6,2 milh�es). Os de fora do pa�s s�o dos Estados Unidos, de Portugal, do Reino Unido e da Alemanha.
Al�m da chamada "Carta �s Brasileiras e aos Brasileiros", outro manifesto est� em elabora��o pela Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), intitulado "Em Defesa da Democracia e da Justi�a", e faz parte de um dos atos organizados para ocorrer em 11 de agosto, na Faculdade de Direito da USP.
A Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou, na quarta-feira, que vai participar desse manifesto, que deve ser publicado nos principais jornais do pa�s, com a assinatura de entidades da sociedade civil. H� a expectativa de que a Associa��o Brasileira da Infraestrutura e Ind�stria de Base (Abdib) tamb�m assine o texto. A ideia � unir for�as no mesmo movimento.
O manifesto em defesa dos tribunais superiores e da Justi�a Eleitoral se antecipa aos atos de 7 de Setembro, que est�o sendo organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na carta, est�o banqueiros, empres�rios, petistas, tucanos, procuradores que trabalharam na Lava-Jato, entre outros.
Bolsonaro
O chefe do Executivo criticou, ontem, a iniciativa do presidente da Fiesp, Josu� Gomes. Para ele, o manifesto tem teor pol�tico e visa defender a candidatura de Lula. "Quem � contra a democracia no Brasil? Somos pela transpar�ncia, pela legalidade, respeitamos a Constitui��o. Eu n�o entendi essa nota, que foi patrocinada pelo nosso querido filho do vice do ex-presidente Lula, seu Josu� Gomes da Silva", reprovou, em live nas redes sociais. "� uma nota pol�tica em ano eleitoral. � melhor democracia com ladr�o do que outro regime com honesto. Agora, qual outro regime com o honesto. Que outro regime � esse? N�o consigo entender. Est�o com medo de qu�? Se eu estou tr�s anos e meio no governo, nunca nenhuma palavra minha, nem um gesto (contra a democracia)."
Bolsonaro repetiu a acusa��o de que a Febrabran ser� signat�ria do documento por perdas de arrecada��o decorrentes do Pix. "No corrente ano, banqueiros devem deixar de arrecadar em torno de R$ 22 bilh�es com Pix", pontuou.
Na avalia��o do cientista pol�tico Leandro Gabiati, n�o h� ilegalidades nas falas de Bolsonaro, mas ele se movimenta em um "espa�o cinzento", que rompe "c�digos n�o escritos de conviv�ncia democr�tica". A carta, para ele, "se insere nessa contesta��o, nesse posicionamento de alguns setores que questionam a falta de respeito a esses c�digos".
O especialista n�o v� risco de interrup��o democr�tica. "Por enquanto, a resposta � n�o, as For�as Armadas sinalizam que v�o se manter alinhadas � lei. Para essa interrup��o, seria preciso um consenso, um apoio muito grande de diversos atores, da m�dia, da sociedade civil, militares, empres�rios", destacou. "Quando a gente v� a carta em defesa da democracia, vemos um setor importante da sociedade que indica claramente n�o apoiar esse tipo de interrup��o democr�tica."
Autor do livro A m�o e a luva: o que elege um presidente, o cientista pol�tico Alberto Carlos de Almeida v� a carta pr�-democracia como uma esp�cie de "carta aos brasileiros ao contr�rio", se referindo � mensagem que Lula endere�ou aos eleitores, em 2002, para enfrentar a rejei��o a um candidato de esquerda que disputava pela quarta vez a Presid�ncia.
"Em 2002, quem escreveu a carta foi Lula. Agora, com a justificativa de defender a democracia, esses segmentos da sociedade escrevem uma carta ao Lula declarando 'eu te apoio' sem dizer isso explicitamente", avaliou.
Com Ag�ncia Estado
