Cleitinho tem sido bem cotado nas pesquisas sobre a corrida ao Congresso. Na semana passada, apareceu em primeiro lugar em levantamento do Instituto F5 Atualiza Dados, registrado na Justi�a Eleitoral sob os n�meros MG-09704/2022 e BR-05714-2022.
Ele afirmou n�o ser simp�tico ao que chamou de "toma l�, d� c�" e refutou a hip�tese de ser visto como contradit�rio por ter um dos irm�os, Gleidson, como prefeito de Divin�polis, e outro, Eduardo, na disputa por um assento na Assembleia Legislativa.
Para romper com o dito "sistema", defende candidaturas avulsas. "Dependi de um partido para ser candidato. Imagina se n�o me dessem a vaga? Estava 'f...'. Meu partido, de verdade, � o povo", afirmou.
A �ntegra da entrevista com Cleitinho est� dispon�vel no canal do YouTube do Portal Uai. Hoje, o sabatinado ser� Marcelo Aro, candidato do PP ao Senado.
No in�cio da semana, o senhor fez um desabafo sobre um suposto boicote � sua participa��o na elei��o. Anteontem, houve o apoio de Bolsonaro � sua pr�-candidatura. Isso clareou as coisas?
Foram duas "clareadas" nesta semana. Quando fui para o PSC, o presidente nacional era Leonardo Gadelha. Fui a ele com o presidente estadual, Euclydes (Pettersen, deputado federal); me prometeram a vaga para o Senado. Na semana passada, Pastor Everaldo reassumiu a dire��o nacional. Come�aram burburinhos dizendo que havia pol�ticos indo at� ele para n�o deixar eu ser candidato ao Senado. Queria saber (da imprensa) quem foram esses pol�ticos e por que teriam ido l�. Por isso fiz o v�deo.
Na segunda-feira, Everaldo fez uma comunica��o dizendo que quem vai decidir os candidatos s�o os presidentes estaduais - em Minas, Euclydes, que havia me garantido a vaga. Me tranquilizei. Ontem (na ter�a), houve uma reuni�o em que meu nome foi colocado para apoio a Bolsonaro - comigo apoiando ele tamb�m.
O PSC tendia a apoiar Zema. Para que sua candidatura tenha o apoio de Bolsonaro, o partido precisa estar na coliga��o de Viana? Vai ser poss�vel convencer seu partido?
N�o estou participando desses detalhes. Recebi uma liga��o de Bolsonaro me chamando para compor com ele. Dos detalhes partid�rios, Euclydes est� tratando. Se o partido inteiro vai apoiar Viana ou se s� eu terei de ficar com a chapa Viana-Bolsonaro, ser� decidido por Euclydes, com o deputado estadual Noraldino J�nior, que j� tinha feito um compromisso de apoiar Zema.H� uma semana, o senhor disse que pretendia apoiar apenas quem o apoiasse para senador. Como foi a constru��o que o levou � chapa de Bolsonaro?
S� iria abra�ar quem me abra�asse. Tive um convite de Bruno Engler (deputado estadual do PL) para que Bolsonaro me conhecesse (no fim de junho). Ele me disse que n�o trataria do Senado porque havia um candidato (Marcelo �lvaro Ant�nio, do PL) e esperaria chegar mais perto (da elei��o). N�o passei por cima de nada, porque havia o Marcelo �lvaro. N�o fa�o esse tipo de pol�tica - estou passando por isso e n�o desejo �s pessoas o que estou passando. Fiquei � disposi��o e, ontem (ter�a), houve o convite.
O senhor se considera bolsonarista?
Sou, primeiro, Jesus Cristo, mas sou Bolsonaro. Estou com ele. Ele est� me abra�ando, e vou abra��-lo. Se tem uma coisa que n�o sou � tra�ra. Se ele est� estendendo a m�o a mim, vou ser grato a ele agora. Um dos motivos de eu ser pr�-candidato ao Senado � ter um presidente me apoiando. Tenho de estender a m�o e vestir a camisa dele. Uma coisa que sempre tive foi lado.
Se Bolsonaro n�o estivesse em sua alian�a, o senhor abriria, a ele, uma exce��o � regra de s� firmar apoios rec�procos?
Votei nele em 2018 e iria votar novamente. Esta elei��o � Bolsonaro ou Lula. Iria vestir a camisa do Bolsonaro. Com todo respeito ao Lula e a quem vota nele, mas acho que j� teve sua oportunidade e n�o deve ser presidente. Bolsonaro tem que continuar.
Abra�aria (Bolsonaro), mas n�o Zema. O governo dele, para mim, � melhor do que os dos outros (...). Mas o apoiei quando ningu�m acreditava. O Cidadania me deu uma retalia��o dizendo que n�o seria candidato se continuasse apoiando Zema, porque o partido estava coligado ao PSDB para apoiar Antonio Anastasia.
Vesti a camisa dele, levei � cidade (Divin�polis), dei a cara para bater. Foi um pouco de falta de gratid�o comigo nem me chamar para conversar, comigo liderando pesquisas para o Senado. Estou um pouco decepcionado. N�o que isso v� durar, pois n�o guardo m�goas, pe�o perd�o e sei perdoar. Como ele n�o me abra�ou, n�o h� porque abra��-lo. Mas n�o deixo de reconhecer o trabalho dele.
Estar no Senado � essencial para sua estrat�gia de combate aos problemas de Minas?
Me tornei deputado estadual sem pensar em reelei��o ou candidatura a outro cargo. Fui trabalhando, e meu mandato, crescendo. Hoje, sou chamado por toda Minas. Sou um deputado estadual com pouca estrutura; um deputado federal tem mais estrutura, e um Senador (ainda), mais estrutura e op��es para ajudar mais. N�o vou conseguir atender com recursos todas as cidades. Ent�o, como deputado, fiquei um pouco bloqueado.
Estar no Senado � uma forma que tenho de ajudar mais o estado e os munic�pios. Uma das pautas de um senador � ajudar as prefeituras. L�, terei abertura em minist�rios, fora as emendas, que s�o obriga��o. Se eu tiver oportunidade, vou indicar (verba) para as cidades.
O senhor falou em lutar por recursos, mas, se eleito, estar� em um Congresso marcado por um "or�amento secreto". O que acha disso?
Sou contra. Pol�tica � transpar�ncia. J� come�a errado no nome: "secreto" � uma palavra rid�cula para quem faz pol�tica. Essa pr�tica tem de acabar. Se estiver l�, n�o vou fazer (empenhar emendas secretas). Serei transparente. Se houvesse como ter mais deputados e senadores para propor acabar com as emendas... Acho que emenda � compet�ncia do Executivo. No Legislativo, a compet�ncia � legislar, fiscalizar e representar. N�o h� compet�ncia para executar - quem tem de fazer isso � o Executivo. O 'toma l�, d� c�' acontece quando h� essa pr�tica de emendas. Se isso n�o acabar, e eu tiver emendas transparentes para indicar, indicarei. � dinheiro do povo voltando para o povo.
Qual o principal problema de Minas? O que fazer para resolver?
Precisamos desburocratizar o pa�s. O empres�rio, hoje, est� sufocado. Veja o que aconteceu com a Heineken em Pedro Leopoldo. Precisou ir para Passos e quase perdemos (a f�brica). O empres�rio, quando vem para Minas, tem de ter um tapete vermelho estendido, e n�o a situa��o dificultada.
O que pensa do Regime de Recupera��o Fiscal, cuja ades�o de Minas foi autorizada pelo STF?
O Estado sempre fez a popula��o pagar a conta. Quem tem de pagar a conta s�o os Tr�s Poderes. O que sempre vejo � colocar a conta no povo ou no servidor, aumentando uma taxa ou colocando um imposto. Enquanto n�o mexer na classe pol�tica, jamais votarei a favor de um projeto para prejudicar o cidad�o.
O "regime" tem de ser nos Tr�s Poderes, e n�o no servidor. A gordura est� no aux�lio-palet�, no aux�lio-moradia, em s� um servidor do governo receber R$ 200 mil.
Se eleito senador, tentar� juntar colegas por uma sa�da pol�tica para a d�vida de Minas com a Uni�o?
N�o fazemos pol�tica sozinho. Se for eleito, estarei com mais dois senadores. Temos de nos unir em prol de Minas Gerais. Se eu estiver l�, vamos correr atr�s. A Recupera��o Fiscal, para ser justa, deveria valer para quem vai prestar concurso, que j� estaria sabendo da realidade no servi�o p�blico. Punir quem est� no servi�o p�blico e j� programou a vida, � injusto.
No desabafo do in�cio da semana, o senhor disse que um "sistema nojento" tentava te boicotar. A quem ou a que se referia?
Pergunte a qualquer pol�tico com quem conversei durante esse percurso de pr�-candidato a senador se pedi alguma coisa a mim. Fui o mais justo e honesto poss�vel na pol�tica. Esse sistema de "toma l�, d� c�" eu n�o fa�o. Por isso, sempre fui muito sozinho e independente. Estou na pol�tica, mas tento fazer de tudo para n�o participar desse sistema. Um exemplo de reforma pol�tica s�o as candidaturas avulsas. Dependi de um partido para ser candidato. Imagina se n�o me dessem a vaga? Estava "f....". Meu partido, de verdade, � o povo.
Andr� Janones, com quem o senhor teve afinidade pol�tica, disse que h� "um golpe em curso" ao tratar de Bolsonaro. O que pensa desse tipo de declara��o?
N�o vejo golpe nenhum. Bolsonaro � totalmente democr�tico. Olha o tanto que o presidente apanha. N�o vai ter isso (golpe). Tenho certeza que ele vai aceitar (o resultado em caso de derrota). Oposi��o existe e sempre vai ter.
O senhor falou em um "sistema nojento". N�o soa como contradi��o o fato de um de seus irm�os, Gleidson, ser o prefeito de Divin�polis? Eduardo, outro irm�o e vereador, deve ser candidato a deputado estadual.
Isso mostra que tenho pavor do sistema nojento. Se eu participasse dele, eles estavam na Assembleia ou indicados na Copasa, na Cemig ou em C�maras Municipais. Eles foram eleitos pelo processo democr�tico. Meu voto n�o elegeu meu irm�o prefeito. Quem escolheu foi o povo. Eles entraram pela porta da frente.
Quem motivou meu irm�o (Gleidson) a entrar na pol�tica foram os concorrentes: todos o chamaram para ser vice a fim de ter meu apoio. Mas nenhum deles aceitou ser o vice do meu irm�o. N�o somos coron�is. N�o viramos pol�ticos para mandar na cidade. Vamos para servir. Temos prazo de validade. Meu irm�o e eu vamos passar. Queria que esta fosse minha �ltima elei��o. Tenho o sonho de ser prefeito da minha cidade, mas depois que eu tiver aposentado, sem receber sal�rio.
H� condi��es de continuar pagando o aux�lio de R$ 600 no ano que vem? Como avalia a postura de Paulo Guedes no caso?
Se ele (Guedes) � louco de fazer uma coisa dessas (o aux�lio), s� (de cunho) eleitoral, tem que ser preso, com todo o respeito. Fazer uma situa��o dessas e, depois, ferrar com o povo e falar que n�o h� dinheiro para pagar em janeiro e fevereiro ter� sido leviano, irrespons�vel. Se o Brasil tiver or�amento para pagar, vou defender (a manuten��o do aux�lio).