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Estado de Minas ENTREVISTA

"Bolsonaro chega ao 1� turno na frente", diz Ciro Nogueira

Ministro est� convencido de que o chefe do Planalto conseguir� reverter vantagem do advers�rio assim que eleitor observar feitos do governo


07/08/2022 11:34 - atualizado 07/08/2022 11:57

Ciro Nogueira
"Em rela��o �s mulheres, � quest�o de comunica��o. A mulher, voc� n�o pega um presente, joga de qualquer jeito e entrega. Voc� tem que entregar com carinho", diz Ciro Nogueira (foto: Correio Braziliense)

A 10 dias do in�cio da campanha eleitoral, o ministro da Casa Civil do governo, Ciro Nogueira (PP), faz contas. Pela sua matem�tica, o principal opositor do presidente Bolsonaro, o candidato do PT, Lu�s In�cio Lula da Silva, s� tem maioria em dois estados e vai receber muito menos votos que Fernando Haddad na �ltima elei��o. J� Bolsonaro receber� muito mais votos do que na �ltima campanha, acredita.

Senador eleito pelo Piau�, Ciro Nogueira tamb�m j� prev� a bancada no Congresso: "Lula, se ganhar, no dia seguinte, est� com 40% de ruim e p�ssimo. Bolsonaro, idem. Qual a diferen�a dos dois? Base eleitoral. Vamos eleger cerca de de 350 deputados com um vi�s mais liberal. A esquerda vai eleger entre 130 e 150 deputados. O teto da esquerda � 150. O teto nosso � 370".

Resumindo a equa��o: para Ciro Nogueira, esta � uma elei��o que j� come�a no segundo turno, com dois candidatos com alta rejei��o, por�m muito populares, e que n�o deixam espa�o para nenhum outro concorrente na disputa � Presid�ncia. Na avalia��o do ministro, Bolsonaro vai ganhar em todas as grandes cidades e j� sai com vantagem no primeiro turno.

"O PT, acho que, hoje, � o sexto ou o s�timo partido no Nordeste. � por a�. O meu � o maior partido do Nordeste em n�mero de prefeitos e vereadores. E isso, numa campanha, tem um efeito muito forte", acredita Ciro Nogueira.

Em entrevista exclusiva ao Correio, Ciro Nogueira diz que, com o in�cio oficial da campanha, entra em cena o jogo de narrativas que pode desbancar a lideran�a do PT nas pesquisas. Acredita que os jovens ser�o muito impactados pela associa��o dos petistas � corrup��o, e as mulheres - campo no qual Bolsonaro precisa crescer - ver�o um presidente "sens�vel".

"N�s temos um presidente que tem uma forma toda peculiar de se comunicar, muito espont�nea e aut�ntica. Para uns � defeito, mas, para outros, � qualidade, n�? Ent�o, as pessoas do marketing t�m que ter um trabalho a mais para lidar com essa espontaneidade dele."

Sobre as cenas que a oposi��o pode explorar, como a do presidente imitando uma pessoa com falta de ar em plena pandemia, Ciro Nogueira acredita que valer� mais o exemplo do Brasil no enfrentamento � pandemia.

O ministro adianta que o 7 de Setembro ser� uma grande celebra��o do governo Bolsonaro e que o discurso do presidente, que coloca sob suspeita a seguran�a das urnas eletr�nicas, logo ser� superado. "Estamos pr�ximos de ter uma solu��o. Eu n�o gostaria de estar perdendo tempo com essa discuss�o. Eu confio nas urnas do nosso pa�s. N�o quer dizer que elas n�o possam ser fraudadas algum dia. Por isso, acho que, a cada dia que passa, tem que se aperfei�oar os instrumentos de fiscaliza��o."

Nesta entrevista, Ciro Nogueira fala ainda sobre o cen�rio local. "Essa quest�o do Senado, achei que estava consolidada a quest�o da Fl�via (Arruda). Mas, agora, Damares disse que seria candidata. Vai ter que se conviver com essa disputa. O mais importante � que (o governador) Ibaneis (Rocha) se consolidou. Praticamente, n�o tem advers�rio."

Como est� a prepara��o para a campanha pela reelei��o que, oficialmente, come�a em 16 de agosto?

Acho que ser� uma campanha diferente, na qual o segundo turno j� come�ou. N�o se tem expectativa de mudar os dois atores que estar�o num eventual segundo turno. Ent�o, � uma campanha na qual os dois candidatos t�m inten��o de voto muito alta, mas t�m uma rejei��o muito grande. A gente tem que trabalhar para aumentar a inten��o e diminuir a rejei��o. N�s temos um presidente que tem uma forma toda peculiar de se comunicar, muito espont�nea e aut�ntica. Para uns � defeito, mas para outros � qualidade, n�? As pessoas do marketing t�m que ter um trabalho a mais para lidar com essa espontaneidade dele. No in�cio, pode ter um ru�do, mas, no final, ele acaba consolidando no eleitor a impress�o de que ele diz a verdade quando fala com as pessoas.

O presidente tem insistido que a urna eletr�nica n�o � segura, mas essa � a regra do jogo. Vai ficar nesse discurso?

Estamos pr�ximos de ter uma solu��o para essa discuss�o. Eu n�o gostaria de estar perdendo tempo com isso. Eu confio nas urnas do nosso pa�s. N�o quer dizer que elas n�o possam ser fraudadas algum dia. Por isso, acho que, a cada dia que passa, tem que se aperfei�oar os instrumentos de fiscaliza��o para que ela se torne cada vez mais confi�vel e que o eleitor tenha o seu voto computado da forma correta, com toda transpar�ncia e independ�ncia poss�veis. Acho que a gente perde mais tempo nas discuss�es e nos discursos do que realmente no que est� sendo proposto. A discuss�o � se o Ex�rcito deveria fazer essa proposta ou n�o, se o presidente deveria interferir ou n�o, mas ningu�m vai ver o que est� sendo proposto.

Ministro, isso n�o � estrat�gico (querer colocar o Ex�rcito)?

N�o sei, mas acho que falta � di�logo das institui��es. O Ex�rcito n�o foi l� se oferecer; foi chamado a participar dessa discuss�o. E, j� que foi chamado, ningu�m pode reclamar depois. N�o vejo dificuldade no que o Ex�rcito prop�s ser adequado ou aceito, e a gente virar essa p�gina. Acho que vai acontecer.

Quando o senhor diz que vai virar essa p�gina, refere-se tamb�m ao 7 de Setembro?

Acho que antes disso. No Sete de Setembro n�o se tratar� mais de urna. Vamos tratar de uma grande festa de apoio ao presidente.

No ano passado, tamb�m se esperava uma festa de apoio e deu no que deu, com o ex-presidente Michel Temer chamado a acalmar os �nimos. Corremos o mesmo risco este ano?


Tenho convic��o de que n�o teremos mais esse tema no Sete de Setembro. Se Deus quiser, a gente vai virar essa p�gina.

Quais fatores podem melhorar os �ndices do presidente? Vem mais algum programa de governo?

Estamos muito em cima da elei��o para lan�ar novos projetos. Acho que o governo, agora, vai come�ar a colher os frutos. N�o existe, hoje, um �ndice negativo no nosso pa�s. Desemprego � melhor �ndice da nossa hist�ria; crescimento � um dos melhores �ndices do mundo; infla��o � um dos melhores do mundo. Vamos ter agora defla��o. Temos o combust�vel, talvez, um dos mais baratos do mundo. A energia, hoje, uma pessoa, ao abrir a sua conta, v� que cai 20%. Ent�o, vamos colher os frutos de todos os sacrif�cios que fizemos. N�o tenho d�vida. Uso a m�xima, aquele presidente americano, Ronald Reagan, dizia: 'Se voc� estiver melhorando de vida, vote em mim. Se voc� estiver piorando de vida, vote na oposi��o'. E as pessoas est�o melhorando de vida no pa�s.

Esse olhar � o mesmo para o Nordeste? O senhor falou, recentemente, que o presidente Lula, enfim, ter� um bom desempenho no Nordeste, mas n�o t�o bom quanto os outros anos.

Sem d�vida. Lula, que � uma pessoa historicamente mais forte que o (Fernando) Haddad, vai ter muito menos votos do que o Haddad obteve na elei��o passada. E o presidente Bolsonaro vai ter muito mais votos do que obteve na elei��o passada. Ele vai ganhar em todas as grandes cidades. E, hoje, a gente vai depender dessa matura��o para chegar no interior, nas pequenas cidades, em que o Lula ainda � muito forte. Temos uma base pol�tica que, na elei��o, faz muito efeito. O PT, acho que, hoje, � o sexto ou o s�timo partido no Nordeste. � por a�. O meu � o maior partido do Nordeste em n�mero de prefeitos e vereadores. E isso, numa campanha, tem um efeito muito forte.

Mas, �s vezes, a gente n�o v� essa estrutura partid�ria trabalhando para o candidato do partido, n�?

Isso acontecia no passado porque voc� n�o tinha identifica��o com o candidato. Meu partido mesmo, quando apoiava o PT, n�o tinha identifica��o com as teses do PT. Agora, n�s temos. N�o conhe�o nenhum deputado do partido que n�o esteja apoiando o presidente. L�gico, o deputado pede muito mais voto para si.

Nem Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que foi ministro do PT?

Ele n�o est� pedindo votos para o Lula, n�o.

Ent�o, nenhum pede?

N�o conhe�o.

Se tiver, ningu�m sabe, ministro?

N�o vou dizer que todos, 100%, mas 99% do partido est�o fechados com o presidente, coisa que n�o acontecia. Quando voc� ia para as elei��es, era metade de um lado e metade de outro. Agora n�o. Hoje, h� muitos partidos que est�o com o presidente. O MDB, mais da metade apoia Bolsonaro. PSD, 80%. PL, 100%. Republicanos, quase 100%. Progressistas tamb�m. Ent�o, hoje n�s temos uma base muito mais forte. Vamos ter a�, arrisco dizer, 80, 90% dos prefeitos do pa�s apoiando o presidente Bolsonaro. � um apoio importante. O presidente Lula, para voc� ter uma ideia, os candidatos dele ao governo s� est�o ganhando em seis estados, e isso � muito pouco para quem est� liderando as pesquisas.

Mas s�o estados grandes, que fazem a diferen�a, S�o Paulo, por exemplo...

O partido do presidente Lula s� est� ganhando em dois, S�o Paulo e Rio Grande do Norte. Os candidatos que o apoiam est�o ganhando em Pernambuco, Para�ba, Maranh�o e Par�. N�o tem um candidato do Lula ganhando em outro estado.

E S�o Paulo, como o senhor avalia?

Em S�o Paulo, beira o imposs�vel o Haddad ganhar no segundo turno. A disputa � entre Rodrigo (Garcia, governador candidato � reelei��o) e o Tarc�sio (de Freitas, candidato do Republicanos) para ver quem vai e ganha do Haddad.

Do jeito que o senhor coloca, pode-se falar, ent�o, em elei��o f�cil?

N�o existe f�cil. S�o dois grandes l�deres. O grande problema do Lula � que ele n�o pensava em encontrar um outro grande l�der com ele vivo. Que fale diretamente com a popula��o. Quem tivemos de grande l�der? Get�lio, JK, Lula e, agora, Bolsonaro. E que se enfrentaram mesmo, s� Lula e Bolsonaro agora. Ent�o, � uma disputa dif�cil. Mas o eleitorado, daqui a pouco, vai poder comparar. Temos hoje uma dificuldade eleitoral para o presidente entre as mulheres e os jovens. Acho que j� estamos crescendo no eleitorado feminino. E vimos, numa pesquisa, que o jovem n�o tem toler�ncia com a corrup��o. Voc� pode perguntar. O jovem tem toler�ncia zero com a corrup��o, s� que ele n�o viveu a corrup��o do PT. O jovem que hoje tem 20 anos, quando teve o mensal�o e o petrol�o, tinha 13, 14 anos, ele n�o viveu aquilo ali. Mas, agora, ele vai conhecer na campanha. Isso a� n�s colocamos na (pesquisa) qualitativa e, quando ele (o jovem) v� aquilo, a rea��o � muito forte contra. Se voc�s quiserem, produzam uma qualitativa e botem o jovem vendo os esc�ndalos para ver se ele vota no PT.

Mas o secret�rio-geral do PT, Paulo Teixeira, nos disse no CB.Poder, quando perguntado sobre mensal�o e petrol�o, que o Centr�o, o PP, e PL, que hoje est�o com Bolsonaro estavam envolvidos...

Comandados por ele, comandado por eles. N�o d� para eles entrarem nessa hist�ria de corrup��o. Teve ministro da Economia preso, gente. S� por a�, voc� tira. E tudo do PT � "�o", mensal�o, petrol�o. N�o d� para comparar. Qual foi o recurso desviado no governo Bolsonaro?

H� den�ncias na Educa��o, no Or�amento secreto...

Ah, h� den�ncias de que o ministro recebeu o pastor, mas cad� a mala de dinheiro que foi presa?

Ent�o, a linha para os jovens ser� mostrar a corrup��o que houve no governo do PT. E para as mulheres?

Em rela��o �s mulheres, � quest�o de comunica��o. A mulher, voc� n�o pega um presente, joga de qualquer jeito e entrega. Voc� tem que entregar com carinho. Ser� a forma de comunicar. �s vezes, o presidente demonstrou durante toda a trajet�ria uma certa rigidez, uma forma de falar. Mas, aqui dentro, ele se emocionava. Aquele presidente emotivo, que chorou ao ver a esposa falando dos momentos dif�ceis, tem que ser demonstrado quem � esse presidente. Agora, ele � ele, n�o d� para querer enquadr�-lo. Eu cheguei para ele, h� algum tempo, e disse: "presidente, se o senhor se vacinar, o senhor cresce 8% na pesquisa, segundo um grande estat�stico conhecido". Ele disse: "Ciro, n�o vou fazer isso para ganhar voto". O Lula teria tomado 25 vacinas se eu chegasse com essa conversa para ele. Ent�o, essa � a diferen�a. Voc� n�o vai montar o Bolsonaro para ganhar a elei��o. N�s s� temos que fazer com que o lado dele mais sens�vel, e eu vi isso acontecer diversas vezes, ele se emocionar quando estava tratando de um tema dif�cil, que era duro. Isso a� precisa chegar na popula��o.

O senhor conviveu com os dois, Lula e Bolsonaro. Quais os pontos que destacaria em cada um?

Os dois t�m uma identifica��o �nica com a popula��o. As pessoas olham para o Ciro Gomes, para o Jo�o Doria, para o Tarc�sio, para o Haddad, para o Rodrigo Garcia e tem admira��o. O cara � competente, � s�rio, isso e aquilo. Mas as pessoas n�o se veem l�. Bolsonaro e Lula, a diferen�a � que as pessoas olham e dizem, "esse a� � um de n�s". Esse � o ponto em comum b�sico para os dois pol�ticos. A diferen�a � que eu acho que Bolsonaro coloca o pa�s em primeiro lugar. O Lula coloca o partido dele em primeiro lugar. Os interesses pelo poder. Lula s� � candidato por conta do partido dele. Tenho certeza de que, por vontade pr�pria, ele n�o teria sido candidato. Por isso eu digo que o Bolsonaro de 2022 � muito melhor do que o Bolsonaro de 2018. O Lula � o contr�rio. Lula est� querendo voltar ao poder, para devolver o poder ao partido dele. Essas pessoas que foram massacradas nos avi�es, nas ruas. � uma forma de recupera��o de imagem dessas pessoas, para elas voltarem ao poder. N�o � para desenvolvimento do pa�s, para o pa�s crescer, para as pessoas melhorarem de vida. Acho que � essa a diferen�a.

Mas o Lula tem conseguido angariar apoios, para ver se liquida a fatura no primeiro turno. O senhor disse que hoje esta elei��o tem cara de segundo turno. Esta disputa tem dois turnos ou se resolve no primeiro?

Tenho certeza de que Bolsonaro chega ao primeiro turno na frente. N�o tenho nem d�vida. Com 15 dias de programa eleitoral, a elei��o estar� empatada. Quando as pessoas assistirem o que ele fez, o que ele pode vir a fazer pelo pa�s, e virem o que Lula fez e a confus�o que estava no pa�s anteriormente, as pessoas v�o pensar. O PT aposta que as pessoas v�o votar com o est�mago e com o f�gado. As pessoas v�o votar � com a cabe�a. As pessoas olham para o Lula, e eu tamb�m vi isso em qualitativa, e gostam dele. Agora, quando voc� coloca o entorno dele, dizem: "ah, esse pessoal n�o pode voltar". Qualitativa d� isso, as pessoas n�o querem a volta.

Mas o Alckmin n�o d� uma suavizada nesse quadro?

Eles erraram com o Alckmin. N�o com a escolha, mas em que eles transformaram o Alckmin - e ainda bem que aconteceu isso. O Alckmin era para ser aquele que a gente conheceu, conservador, tucano. Virou o Alckmin da esquerda, cantando a Internacional Socialista com o chap�u do MST. A� virou uma coisa que decepcionou as pessoas, por ele ter sido capaz de se submeter �quilo. J� conversei inclusive com amigos que tenho no PT, e eles disseram que foi erro de estrat�gia.

Ent�o, o senhor acredita que o antipetismo ser� um tema central nesta elei��o?

Vir� forte. Hoje, voc� abre um jornal, v� um telejornal, � 90% pancada no presidente. Na elei��o, vai ter que dividir o tempo. Voc� n�o vai ficar batendo no presidente todos os dias. Os tempos s�o iguais. Ent�o, vai voltar, as pessoas v�o se lembrar dos esc�ndalos, o que est� um pouquinho adormecido. Qual a dificuldade do Lula? Por que ele demorou tanto a fazer campanha? Porque precisava aparecer com as pessoas do lado, a Gleisi, o Lindinho (Lindhberg Farias), que � quem vai governar. A�, as pessoas pensam: ser� que eu quero Dilma como ministra? Gleisi? Quem vai ser o ministro da Economia? Lula n�o vai fazer campanha sozinho. Cada vez que Lula sair, vai perder voto.

Agora, a oposi��o tem dito muito que pode ter golpe no pa�s, que Bolsonaro � autorit�rio e n�o aceitar� o resultado das urnas...

� um discurso, basta ver que o presidente Bolsonaro nunca chegou a nenhum cargo na vida dele sem ser pelo voto.

Mas o presidente, apesar de eleito pelo voto, insiste no discurso contra a urna, disse aos embaixadores que pode n�o ter elei��o, criticou o sistema...

N�o existe tema proibido. Acredito na urna, mas acredito que ela possa ser fraudada um dia. Se n�o pudesse ser fraudada, o TSE, ao longo do tempo, n�o estaria tomando diversas medidas para torn�-la mais segura.

Mas isso n�o gera mais instabilidade?

Eu preferia estar tratando de outro tema. Como se diz na minha terra, isso � tratar de defunto ruim, perder tempo. Eu preferiria estar tratando do crescimento do pa�s, da expectativa fant�stica que o Brasil vai ter de investimentos, de ser um exemplo no controle da infla��o, da redu��o do desemprego. Isso tamb�m (o discurso sobre a urna) � utilizado pelos meios de comunica��o porque querem derrotar ele. S� querem falar nisso. Ningu�m quer falar do aspecto bom. Voc� pode imaginar que, hoje, o Brasil tem infla��o menor do que Estados Unidos e Inglaterra, gente? Isso a� eu tenho certeza de que voc�s nunca pensaram em presenciar. Eu preferia estar tratando disso, mas, como diz a m�sica, � o que temos para hoje.

Ele cancelou o evento da Fiesp, que era no dia da manifesta��o (11 de agosto). A partir de agora, a postura do presidente ser� a de evitar esses encontros?

Olha o manifesto (de defesa da democracia), por exemplo. O pa�s inteiro poderia assinar esse manifesto, mas se tornou uma coisa pol�tica, para atacar o presidente. Ent�o, perde um pouco o sentido.

Em rela��o ao Congresso, como est� se projetando as bancadas, nesse cen�rio sem coliga��es para as proporcionais?

Esse � um grande fator pelo qual as pessoas v�o optar pelo presidente Bolsonaro. Temos dois presidentes com uma rejei��o muito alta. Ent�o, na pr�tica, o Lula, se ganhar, no dia seguinte, est� com 40% de ruim e p�ssimo. Bolsonaro, idem. Qual a diferen�a dos dois? Base eleitoral e a forma de conquistar uma base eleitoral. Vamos eleger cerca de 350 deputados com um vi�s mais liberal. A esquerda vai eleger entre 130 e 150 deputados. O teto da esquerda � 150. O teto nosso � 370. Como � que o Lula vai cooptar essas bancadas? Emenda? N�o tem mais isso, porque est� tudo com o Congresso hoje em dia.

Ele quer acabar com o Or�amento secreto...

Quando? Em 2024? J� estar� votado. Pegaria um presidente do Banco Central, o homem mais preparado que conhe�o na minha vida, por mais dois anos com vi�s liberal. Todas as ag�ncias reguladoras com um vi�s liberal. Como � que vai cooptar? Vai entregar de novo as estatais para os partidos? Vai entregar os minist�rios de porteira fechada para os partidos, para cooptar? Olha o caos que seria no pa�s. Voc� acha que as pessoas, hoje, v�o aceitar voc� entregar o Banco do Brasil para um partido pol�tico? Caixa Econ�mica, BNDES? N�o d� mais para voltar atr�s. Seria muito ruim para o pa�s. Na hora de votar, as pessoas v�o pensar nisso. O presidente Bolsonaro, por mais que tenha uma rejei��o grande, estar� com uma base para fazer as transforma��es e continuar fazendo com que o pa�s avance.

O que atrapalhou o governo, a pandemia?

Principalmente, a pandemia. Enfrentamos Brumadinho, logo no in�cio, pandemia, infla��o por causa da guerra na Ucr�nia. O que seria desse pa�s hoje se a gente tivesse, em tese, entregue R$ 750 bilh�es a mais para o Tarc�sio, para ele fazer de infraestrutura no pa�s? Se tiv�ssemos pegado esse dinheiro e jogado no Or�amento da Educa��o? Imagine o que seria do pa�s. Imagine investimentos com esse recurso. Se n�o tivesse infla��o causada pela guerra, estar�amos falando em elei��o atualmente? Ningu�m enfrentou o que o presidente enfrentou. N�o d� nem para comparar com qualquer governo. Qual foi o �ltimo governo do PT? Todos os �ndices eram tr�gicos da Dilma, sem pandemia, gente! Nem no pior momento da pandemia atingimos os �ndices do tempo da Dilma.

Por falar em pandemia, qual o discurso que o governo far� para contrapor as imagens do presidente imitando uma pessoa com falta de ar, e o pronunciamento com ele dizendo que era uma gripezinha?

Quando a Organiza��o Mundial de Sa�de convidou o Brasil para escrever o tratado sobre pandemia como um exemplo para o mundo, a� acabou qualquer coisa. O presidente pode ter errado em alguma palavra, mas as a��es dele foram exemplares. N�o faltou nenhuma vacina para nenhum brasileiro. Cuidamos, como ningu�m cuidou nesse pa�s, das pessoas que precisavam manter seus empregos e se alimentar. Ajudamos estados e munic�pios a n�o irem para o caos. Ent�o, foi um exemplo. A gente precisa � de a��o, n�o de discurso.

Mas ele deu o mau exemplo de n�o se vacinar...

Foi uma decis�o dele. E se ele se vacinasse e faltasse uma vacina? N�o faltou uma vacina no nosso pa�s.

Mas muita gente diz que o governo se atrasou na compra...

N�o, isso a� � uma narrativa. N�o � justo dizer isso. No dia seguinte em que foi aprovado pela Anvisa, n�s compramos a vacina. Isso a� � uma narrativa do pessoal l� da CPI, que eu chamo da Rep�blica do Gale�o. Do Get�lio Vargas. Voc� se lembra de algum nome da Rep�blica do Gale�o? N�o, mas do Get�lio voc� se lembra, n�? Esse pessoal vai ser esquecido. Ali, era a Rep�blica do Gale�o, que criou uma narrativa para atacar.

Mas, num determinado momento, foi preciso orientar o presidente em rela��o ao discurso das vacinas...

Algumas palavras foram mal colocadas. Mas o fundamental � que tivemos um exemplo de condu��o da pandemia para o mundo. O resultado final.

A oposi��o j� est� com as imagens dele dizendo que era uma gripezinha, imitando uma pessoa com falta de ar, imagens de caix�es, as cenas da trag�dia de mais de 600 mil mortos...

As pessoas viveram a pandemia, todos n�s vivemos. V�o querer construir uma narrativa. As pessoas viveram, foram cuidadas e vacinadas. Isso � muito mais forte do que qualquer erro de comunica��o. As pessoas viveram. Cad� os desvios? Aquele espet�culo grotesco que a CPI produziu, o que resultou de importante para o pa�s? Nada. Aquele relat�rio do Renan (Calheiros) deveria ser jogado no lixo, foi uma CPI de cunho pol�tico para ser usada agora.

Mas as imagens s�o fortes...

Em rela��o a a��es de governo, as imagens das malas de dinheiro, dos esc�ndalos, das caixas de dinheiro, s�o mais fortes. Aqui, nunca teve nada parecido. Ministro da Economia foi preso l� atr�s. N�o precisa se falar mais nada. O que voc� quer? Palocci ou Paulo Guedes? Escolha.

E Presid�ncia da C�mara? Como ficar� no ano que vem?

Temos um presidente da C�mara que o pa�s deve muito a ele. Tudo o que ocorreu no Brasil nos �ltimos tempos, o pa�s deve muito a ele, foi gra�as a sua lideran�a.

Ele conseguiu a aprova��o da PEC das bondades, que gerou o Aux�lio Emergencial de R$ 600. Esse valor ser� tornado permanente no ano que vem?

Vamos trabalhar para tornar o Aux�lio Emergencial permanente e aprovar depois das elei��es.

E os recursos?

Se estamos pagando agora, pagaremos depois. Vamos encontrar os recursos. H� a reforma tribut�ria que est� no Senado, j� aprovada pela C�mara, que pode ser usada.

Seja quem for o presidente eleito?

Vai ser o presidente Bolsonaro. O PT est� cometendo o mesmo erro que Fernando Henrique Cardoso cometeu quando se sentou na cadeira prefeitura. Quem foi o prefeito? J�nio Quadros. Voc� gosta de futebol? Nem come�ou o jogo, e o PT est� na beira do campo, gritando, acaba o jogo, acaba o jogo! Gente, mas o juiz n�o apitou nem o in�cio! Ele est� com medo do jogo.

Acredita que o Aux�lio, que come�a a ser pago na semana que vem, surtir� um efeito positivo para o presidente?

Vai (surtir), fa�a uma pesquisa depois para ver. O nosso foco, a partir de agora, � falar das coisas positivas que o governo fez, do otimismo do pa�s. Se as pessoas estiverem melhorando de vida, n�o v�o mudar (de presidente).

Mas o senhor falou que j� estamos no segundo turno, e os demais candidatos n�o interferem, como Ciro Gomes e a pr�pria Simone Tebet?


Sou um f�, j� fui eleitor do Ciro no passado, meu amigo. Mas ele, a Simone, o pessoal entrou no meio de uma elei��o hist�rica entre os dois maiores l�deres populares depois que JK morreu. Nunca imaginei encontrar uma elei��o dessas. � dif�cil outro candidato entrar.

Como � atuar t�o diretamente nesse momento tenso, mas hist�rico, que o pa�s est� vivendo?

Essa quest�o da Casa Civil, nunca quis ser ministro. Sempre preferi indicar, pelo partido, um ministro. Esse desafio agora da Casa Civil veio num momento de instabilidade que o pa�s estava vivendo. Acredito muito no presidente Jair Bolsonaro. Eu tinha restri��es ao deputado Bolsonaro, mas ao presidente, sou um defensor. Muitas vezes at�, a gente se surpreende com as atitudes dele.

Qual o ponto mais positivo de Bolsonaro?

� a pessoa mais bem intencionada que conheci na minha vida. Nunca conheci ningu�m t�o bem intencionado. At� certo ponto, de uma pureza que surpreende, quando ele fala.

E o defeito?

Espont�neo demais (risos). Ele fala tudo o que pensa e, �s vezes, � deturpada muita coisa que ele fala. Voc� pega o que ele fala, corta uma coisa, e a�... O presidente vai detalhar mais um programa de governo? O que se pode vislumbrar para 2023? O equil�brio fiscal estar� mais dif�cil, e o PT, por exemplo, j� decidiu n�o detalhar uma proposta econ�mica. O PT est� com medo de mostrar quem vai governar, para as pessoas avaliarem os ministros. Estamos superando todas as previs�es, e essa � mais uma que vamos superar. O pa�s tem tudo para colher os frutos da pol�tica respons�vel do ministro Paulo Guedes e nos tornarmos uma pot�ncia como China, �ndia, R�ssia. Sofremos muito com a pandemia e com a guerra, mas h� um lado positivo. O mundo n�o ficar� dependente s� da China e vai passar produzir mais em outros pa�ses. Hoje, o mundo tem uma depend�ncia no que diz respeito a alimentos em n�vel mundial. Daqui a 20 anos, o alimento vai ser muito mais importante que o petr�leo. Nesse setor de energia, temos chance de produzir investimentos. O Brasil ser� uma pot�ncia mundial se ele n�o "se ucranizar".

Como assim, "se ucranizar"?

Grande parte est� se ucranizando. O Macron acabou de ganhar uma elei��o e perde o Parlamento. Para que isso n�o aconte�a, � preciso ter um governo forte. Se houver um governo de esquerda, o Brasil vai se ucranizar. A Am�rica Latina j� se ucranizou toda, praticamente. S� sobraram Estados Unidos, China, R�ssia, que s�o governos fortes. Se tivermos um governo forte, teremos economia forte, povo forte. Se tivermos um governo fraco, teremos uma economia fraca e um povo fraco.

Aqui no DF, a chapa com Celina Le�o de vice de Ibaneis est� definida, uma vez que Damares est� se colocando como candidata ao Senado?

Essa quest�o do Senado, achei que estava consolidada essa quest�o da Fl�via. Mas, agora, Damares disse que seria candidata. Vai ter que se conviver com essa disputa. O mais importante � que Ibaneis se consolidou, praticamente n�o tem advers�rio. Est� fazendo um grande governo. Arruda fez um bom governo, mas teve uma s�rie de problemas. N�o convivi com Roriz, mas o melhor governador que teve nos �ltimos tempos foi o Ibaneis.

No DF, o presidente sempre esteve muito bem, mas, nas �ltimas pesquisas, o Lula subiu.

Mas o presidente subiu. Aqui no DF o presidente j� est� na frente. E com uma margem razo�vel. Nosso grande desafio da campanha, para ganhar a elei��o tranquilamente, � virar Minas e virar Rio de Janeiro. S�o Paulo, a gente j� virou. (Agora) � aumentar a diferen�a em S�o Paulo.

Por isso, a escolha do Rio para o Sete de Setembro?

Acho que ele tem que focar muito no Sudeste agora, porque, no Nordeste, ele est� muito melhor do que esteve na elei��o passada. O PT encolheu muito no Nordeste. Para voc� ter uma ideia, o PT governa o meu estado h� 20 anos. O meu partido fez quatro vezes mais prefeito na �ltima elei��o do que o PT.

Como est� o cen�rio no Piau�?

Vamos ganhar bem. O candidato � o ex-prefeito S�lvio Mendes (UB), mais de 20 pontos na frente. A vice � minha ex-mulher (deputada Iracema) e o senador � o ex-prefeito de Floriano, Joel.

L�, o senhor tinha uma alian�a hist�rica com o PT, que foi rompida para esta elei��o.

N�o, foi rompida para sempre. N�o me vejo com Wellington mais, n�o. Meu amigo, mas um desastre para o Piau�. Vinte anos de atraso.

Mas como fazer campanha longe do PT, nesse momento em que o PT domina no Nordeste?

A minha primeira elei��o foi contra eles, a segunda foi do lado. Lula � muito forte. � tipo "o candidato do Ciro (Nogueira) vai ganhar, mas o Lula"...

E a pauta de costumes, continuar� forte na campanha?

Acho que continua, porque o Lula e o PT defendem essa quest�o de aborto, ideologia de g�nero, e o presidente � radicalmente contra. bolsonaro Ciro Nogueira elei��es 2022 entrevista


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