
O Brasil entra oficialmente nesta ter�a-feira (16) em campanha eleitoral com Jair Bolsonaro (PL) e Luiz In�cio Lula da Silva (PT) como protagonistas da disputa presidencial mais polarizada em d�cadas.
No primeiro dia de campanha autorizada pela justi�a eleitoral rumo �s elei��es de 2 de outubro, os dois candidatos planejam atos repletos de simbolismo.
O presidente Bolsonaro, 67 anos, discursar� da mesma esquina em que foi esfaqueado na campanha de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais: "A cidade onde renasci", disse ao convocar seus apoiadores para o com�cio, sob o lema "Deus, p�tria, fam�lia, liberdade".
O ex-presidente Lula, de 76 anos, que lidera as pesquisas, visitar� a f�brica de uma montadora de carros em S�o Bernardo do Campo, regi�o metropolitana de S�o Paulo, onde se tornou l�der sindical nos anos 1970 e seu ber�o pol�tico.
"Lula sempre busca voltar a S�o Bernardo em momentos marcantes de sua trajet�ria pol�tica. Isso favorece uma aproxima��o entre ele e a popula��o, em sua narrativa de representante dos trabalhadores", explicou � AFP Adriano Laureno, analista pol�tico da consultora Prospectiva.
J� Bolsonaro "tem buscado construir uma narrativa de escolhido divino e a sobreviv�ncia ao epis�dio da facada tamb�m assume papel central" nisso, completou sobre o presidente, favorito entre a base eleitoral evang�lica.
A pr�-campanha foi marcada pelos constantes questionamentos - sem provas - de Bolsonaro � confiabilidade do sistema de urnas eletr�nicas no Brasil.
As cr�ticas despertaram temores de que Bolsonaro n�o reconhe�a uma eventual derrota nas urnas e tente emular o ex-presidente americano Donald Trump, acusado de incitar os protestos que terminaram na violenta invas�o do Capit�lio de Washington em 2021.
Bolsonaro "est� tentando minar o sistema eleitoral, alegando n�o ser confi�vel, sem fornecer nenhuma prova", afirmou na segunda-feira a ONG Humans Right Watch (HRW).
"Todos os candidatos deveriam rejeitar alega��es infundadas de fraude e respeitar a decis�o dos eleitores, seja quem for o vencedor", acrescentou a HWW.
Para evitar novos incidentes como o atentado contra Bolsonaro em 2018, a seguran�a de ambos os candidatos foi refor�ada.
- Bolsonaro diminui dist�ncia -
Lula, que recuperou seus direitos pol�ticos em 2021 ap�s a anula��o de suas condena��es na Lava Jato, segue liderando as pesquisas, embora Bolsonaro pare�a diminuir a dist�ncia.
Na segunda-feira, o instituto IPEC indicou que Lula tem 44% das inten��es de voto, contra 32% para Bolsonaro, de acordo com a �ltima pesquisa, encomendada pela TV Globo.
Ciro Gomes (PDT), principal representante da 'terceira via', aparece em terceiro lugar com 6% das inten��es de voto.
No m�s passado, o Instituto Datafolha, que divulgar� os resultados de uma nova pesquisa nesta quinta-feira, colocou Lula com 47% das inten��es de voto, contra 29% para Bolsonaro.
"Temos em 2022 a elei��o presidencial mais polarizada desde a redemocratiza��o. Isso porque � a primeira vez que teremos uma disputa de legados, entre um presidente e um ex-presidente", destaca Laureno.
A elei��o envolve "dois candidatos bem conhecidos de toda a popula��o brasileira e que, como tal, tem inten��es de voto altas e apoiadores fieis (...), o que dificulta o surgimento de qualquer candidato alternativo", completa.
Bolsonaro definiu a campanha como uma batalha entre "o bem e o mal", afirmando que a volta de Lula ao poder poderia significar a instala��o do "comunismo" no Brasil.
J� Lula promete restaurar as conquistas sociais das classes mais vulner�veis que caracterizaram seu governo, ao mesmo tempo em que ataca Bolsonaro, que chamou de "genocida" por sua responsabilidade nas mais de 680.000 mortes no pa�s durante a pandemia de covid-19.
A principal preocupa��o dos brasileiros, segundo as pesquisas, � a situa��o econ�mica, marcada nos �ltimos anos por altos n�veis de desemprego e uma infla��o crescente que enfraqueceu a popularidade de Bolsonaro.
Embora a tend�ncia seja o presidente melhorar sua popularidade com os recentes cortes nos pre�os do combust�vel, o aumento do aux�lio social e a maior apari��o da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha, a grande inc�gnita dos analistas � se h� tempo para uma reviravolta eleitoral.
Al�m do pedido expl�cito de votos em atos p�blicos, a partir desta ter�a-feira � permitida a propaganda eleitoral na internet, onde Bolsonaro conta com milh�es de seguidores engajados pelas redes sociais.
Mais de 156 milh�es de brasileiros est�o registrados para votar no dia 2 de outubro, primeiro turno de uma elei��o em que tamb�m ser�o disputados cargos de deputados, senadores e governadores.