"Diferente do Bolsonaro, eu vou trabalhar. Desde o primeiro dia, porque eu n�o preciso de tempo para aprender a ser presidente - e esta � a principal diferen�a do Lula de agora para o Lula de 2003. Estou mais experiente, sei o que � governar - e como governar", afirmou.
Hoje, Lula faz, na Pra�a da Esta��o, seu primeiro grande ato pol�tico desde o in�cio da campanha eleitoral. Ele vai dividir o palanque com Alexandre Kalil (PSD), candidato ao governo mineiro com o apoio do PT. O senador pessedista Alexandre Silveira, postulante � reelei��o com o endosso da federa��o � esquerda liderada pelos petistas, tamb�m estar� no com�cio.
"Kalil e Silveira s�o os meus candidatos aqui em Minas porque s�o pessoas com capacidade de di�logo e disposi��o para o trabalho. Que � o que a gente precisa para superar as trag�dias criadas por este desgoverno", disse.
Lula refor�a o desejo de aliados e pensa em retornar a Minas Gerais antes do primeiro turno, agendado para 2 de outubro. Segundo ele, o estado "tem a diversidade e a complexidade do pa�s".
O ex-presidente prometeu manter os pagamentos mensais de R$ 600 aos cidad�os em situa��o de vulnerabilidade, mas garantiu que Bolsonaro "passa por cima das regras" e usa o Aux�lio Brasil com fins eleitorais.
"N�o sei se (esta) � a elei��o mais dif�cil, mas acho a mais importante, porque o Bolsonaro n�o respeita a democracia e tem um projeto de destrui��o do Brasil", falou.
O ato em Belo Horizonte ser� a primeira atividade oficial de sua campanha. Por que resolveu inici�-la por Minas Gerais? Acredita que a elei��o presidencial, novamente, poder� ser decidida em Minas? Ir� visitar outras regi�es do estado at� outubro?
Minas � um estado fundamental no Brasil. Segunda maior popula��o, segunda maior economia, com uma diversidade enorme em cada uma das suas regi�es. Eu j� estive no Tri�ngulo, em Uberl�ndia, e na Zona da Mata, em Juiz de Fora, este ano e quero estar em outras regi�es sim, no Norte de Minas, no Vale do A�o. Minas tem a diversidade e a complexidade do pa�s. O pa�s � grande, este ano a campanha � muito curta, e esta � uma elei��o para selar o compromisso dos brasileiros com a democracia, com a paz, com a inclus�o social, com nossa soberania e independ�ncia.
Quais as afinidades que o senhor descobriu nos encontros que teve at� agora com Alexandre Kalil? Muitas pesquisas mostram que o ex-prefeito de BH ainda � desconhecido por parte expressiva dos eleitores do interior do estado. O que o senhor far� para tornar Kalil mais conhecido? E o candidato de sua coliga��o ao Senado, Alexandre Silveira, como impulsionar a candidatura dele?
O Kalil � um cara muito sincero, muito digno, corajoso, e que faz um excelente trabalho como prefeito de Belo Horizonte. � um cara com muita disposi��o de botar a m�o na massa, de fazer acontecer. Ele e o Alexandre Silveira s�o os meus candidatos aqui em Minas porque s�o pessoas com capacidade de di�logo e disposi��o para o trabalho. Que � o que a gente precisa para superar as trag�dias criadas por este desgoverno.
A campanha do presidente Bolsonaro trabalha com um aumento da popularidade dele entre as classes mais desfavorecidas ap�s o an�ncio do Aux�lio Brasil e o in�cio dos pagamentos do benef�cio. O senhor vai manter o aux�lio por quatro anos? Onde ir� buscar or�amento para isso? E o que tem a dizer aos que est�o recebendo ajuda financeira?
Claro que vamos manter o aux�lio. E vamos fazer mais para gerar emprego, melhorar a educa��o p�blica, valorizar o sal�rio m�nimo, cuidar de tudo que cuidamos para o povo viver melhor como vivia no meu governo. Vamos fazer isso com a responsabilidade que tive quando fui governo, com a urg�ncia de cuidar de quem est� em situa��o dif�cil agora, de resolver quem est� passando fome.
J� o Bolsonaro, depois de 3 anos e meio sem fazer nada, decidiu tentar enganar o povo �s v�speras da elei��o. O que tenho a dizer para quem est� recebendo aux�lio financeiro � para pegar o dinheiro, porque precisam disso, e votar para tirar esse incompetente da presid�ncia.
Como avalia as cr�ticas feitas na �ltima sexta-feira pelo seu novo aliado, o deputado Andr� Janones, � comunica��o e � linguagem utilizada pela esquerda no pa�s? Concorda com a avalia��o dele de que � preciso falar de forma mais direta com o povo brasileiro? Qual ser� a participa��o de Janones em sua comunica��o?
O Janones � uma jovem lideran�a que conhece a realidade do povo brasileiro, e que aprendeu a falar com o povo pela internet justamente por essa grande qualidade dele. Acho que ele tem dado contribui��es importantes, entusiasmadas, assim como todos os outros partidos e lideran�as que est�o conosco nesse movimento, como o Alckmin, o Kalil e tanta gente que est� se unindo a n�s para devolver o Brasil a normalidade e o direito de uma vida digna aos brasileiros, com comida no prato e trabalho decente.
O presidente Bolsonaro disse, em recente tu�te, que o PT defende "aborto, drogas, ideologia de g�nero, desencarceramento, controle da m�dia/internet, ladr�es de celular, financiamento de ditaduras e di�logos cabulosos". O seu partido, ou o senhor, pessoalmente, defende algum dos itens citados pelo presidente?
Eu n�o defendo nada disso e o povo que viveu o meu governo sabe disso. O Bolsonaro fala essas mentiras para tentar distrair, at� voc�s do Estado de Minas, do que interessa de verdade. Ele trabalha direito? Ele trabalha? Porque ele n�o governa, faz palha�ada nas redes sociais, anda de moto, de jet ski, conta mentira no cercadinho.
Quando o pa�s precisou de algu�m s�rio na pandemia, ele foi para a TV contar mentira e fazer piada sobre "gripezinha", "hist�rico de atleta". Demorou para comprar vacina e ainda recusou oferta para pagar mais barato. As estimativas s�o de que 400 mil pessoas morreram na pandemia por causa da incompet�ncia dele.
� a primeira vez, desde a democratiza��o, que um ex-presidente da Rep�blica enfrenta nas urnas um presidente no exerc�cio do mandato. Essa � a elei��o mais dif�cil que o senhor ir� disputar?
� a elei��o em que eu estou vendo o sujeito que ocupa a cadeira usar, descaradamente, a m�quina do governo, passar por cima das regras, jogando as contas e os problemas para o or�amento do ano que vem para tentar gerar uma ilus�o na elei��o. Mas o povo n�o est� caindo nessa dele. N�o sei se � a elei��o mais dif�cil, mas acho a mais importante, porque o Bolsonaro n�o respeita a democracia e tem um projeto de destrui��o do Brasil.
O senhor considera que houve corrup��o no governo federal durante o seu mandato? Como o senhor pessoalmente vai se empenhar no combate � corrup��o em um eventual terceiro mandato?
O que houve no meu governo foi investiga��o e transpar�ncia, n�o � como hoje, que o presidente vai decretando sigilo de 100 anos para tudo. No meu mandato, tivemos disposi��o nunca vista antes de dar ao pa�s as ferramentas necess�rias para investigar e expor os casos de corrup��o. Voc� sabia que no meu governo, pela atua��o da Controladoria-Geral da Uni�o, que n�s criamos, afastamos 5.390 funcion�rios por irregularidades? A Pol�cia Federal recebeu investimentos e tinha autonomia.
Criamos regras de transpar�ncia, a Lei de Acesso � Informa��o, porque nada que � p�blico deve ser segredo - o que � o exato oposto do que Bolsonaro diz e faz. Ent�o, o meu compromisso primeiro � acabar com sigilos. Depois, voltar a fortalecer as institui��es que acompanham as contas p�blicas e investigam o que est� errado.
O que o senhor vai fazer de diferente do que fez nos seus mandatos anteriores? E o que far� que o presidente Bolsonaro n�o conseguiu fazer nos �ltimos quatro anos?
Diferente do Bolsonaro, eu vou trabalhar. Desde o primeiro dia, porque eu n�o preciso de tempo para aprender a ser presidente - e esta � a principal diferen�a do Lula de agora para o Lula de 2003. Estou mais experiente, sei o que � governar e como governar. Ent�o, vou trabalhar desde o primeiro minuto para cuidar do povo brasileiro, conversando com os governadores, com os prefeitos, com as universidades, com os sindicatos, os empres�rios.
E, trabalhando junto com a sociedade, ouvindo todos, a� vai ser poss�vel devolver a cada homem e a cada mulher as tr�s refei��es que o Bolsonaro tirou da mesa dos brasileiros. Devolver os empregos que ele e o Guedes fizeram desaparecer. Devolver aos nossos jovens a possibilidade de acabarem seus estudos e entrarem numa universidade, para serem o que quiserem ser. E devolver o Brasil ao posto de pa�s respeitado internacionalmente, atraindo investimentos produtivos, que atua pela paz, pela solidariedade, que protege seu meio ambiente. Um Brasil que volte a nos dar orgulho.