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Estado de Minas CORRIDA AO PLANALTO

Michelle e Janja ganham espa�o nas campanhas de Bolsonaro e Lula

'Candidatas' ao posto de primeira-dama, elas participam de compromissos eleitorais; no PDT, Giselle, a companheira de Ciro, tamb�m � tida como importante


21/08/2022 14:13 - atualizado 21/08/2022 16:34

Montagem sobre fotos de Michelle Bolsonaro e Rosângela da Silva, a Janja
Michelle (esq.) e Janja (dir.) t�m tido participa��o ativa nos atos p�blicos liderados por Bolsonaro e Lula (foto: Ed Alves/CB/DA Press e Ricardo Stuckert/PT)
Um elemento em comum, neste ano, nas campanhas dos candidatos ao Pal�cio do Planalto tem movimentado a disputa al�m dos pr�prios personagens: as primeiras-damas. Michelle Bolsonaro inaugurou uma nova fun��o ao cargo de esposa de um presidente. Lugar de destaque na tentativa de reelei��o de Jair Bolsonaro (PL), ela tem mostrado que uma primeira-dama pode participar da articula��o pol�tica, principalmente na busca por conquistar parcelas do eleitorado.

A responsabilidade de Michelle na campanha � diminuir a dificuldade de seu marido em se aproximar do eleitorado feminino - que representa 53% do total, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao fazer isso, acaba levando os advers�rios a se movimentarem na mesma dire��o.

Tanto o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), quanto Ciro Gomes (PDT) t�m feito uso das figuras femininas que est�o ao seu lado, Janja e Giselle Bezerra, respectivamente, em suas estrat�gias. A assessoria de Ciro informa que Gisele participa desde setembro do ano passado, e foi "a primeira a entrar em campanha".

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada na �ltima sexta-feira, analisou de forma in�dita a influ�ncia das esposas dos dois candidatos da polariza��o - Bolsonaro e Lula - e constatou que 57% da popula��o conhece a atual primeira-dama. Nesse grupo, 60% fazem uma imagem positiva dela. Segundo o levantamento, ela � mais conhecida do que a esposa de Lula, Janja, e tem menos rejei��o.

A diferen�a entre as duas ocorre na an�lise dos grupos religiosos. "Michelle parece mesmo ser um �timo cabo eleitoral de Bolsonaro entre os evang�licos, tem 80% de imagem positiva nesse p�blico, no qual Janja n�o faz tanto sucesso assim. Entre os cat�licos, a hist�ria � diferente. Janja tem 57% de imagem positiva e apenas 19% de rejei��o nesse grupo, enquanto Michelle agrada 44% e desagrada 31%", detalha Felipe Nunes, cientista pol�tico e diretor da pesquisa.

Esposas t�m participa��o ativa nas campanhas


A analista pol�tica da Prospectiva Consultoria, Aline Contar, destaca que a participa��o das esposas n�o � apenas figurativa.

"Esse perfil de primeiro-damismo tem sido mais trabalhado principalmente pelo cunho religioso que tem se desenhado no debate atual. Os dois candidatos t�m tentado conquistar votos desse p�blico. O papel e a discuss�o sociol�gica das mulheres na pol�tica tamb�m � um dos fatores para esse advento do primeiro-damismo", explica.

Contar destaca, por�m, que Janja j� era militante, mas Michelle foi puxada para o papel.

Apesar da popularidade nos diferentes eleitorados, a pesquisa mostra que as primeiras-damas n�o revertem votos como esperado. Uma alta porcentagem, 77% dos eleitores, dizem que a Michelle n�o influencia a decis�o do voto e 81% alegam que Janja n�o muda a sua opini�o.

"Elas t�m imagens positivas e negativas em diferentes grupos, mas n�o importam muito na hora do voto. Acho que o protagonismo seria maior se elas fossem as candidatas, n�o quando s�o 'usadas' como ferramenta para tentar conectar os seus maridos com o eleitorado", esclarece Nunes.

Na vis�o do analista pol�tico Andr� C�sar, da Hold Assessoria Legislativa, Michelle Bolsonaro tem limita��es e n�o parece ser capaz de angariar uma parcela maior do voto feminino.

"A mulher padr�o olha para ela e n�o se v� representada. A partir da religi�o, j� se tem um corte, depois h� uma s�rie de restri��es das mulheres ao Bolsonaro que acabam desaguando nela", diz o analista.

Por outro lado, Janja tem uma forma��o intelectual e cultural mais forte, mas � menos conhecida. "Ela tem que construir, subir escadas. Talvez seja um ativo importante para ela, porque pode trabalhar de maneira mais discreta nesse dia a dia da disputa", observa Andr� C�sar.

O crescente papel das primeiras-damas � um sinal do aumento da participa��o feminina na pol�tica, mesmo que em um ritmo muito lento. Para Carolina Venuto, presidente da Associa��o Brasileira de Rela��es Institucionais e Governamentais (Abrig), "ter mulher em um palanque, um espa�o que � genuinamente masculino, � sempre positivo". "Toda mensagem colabora para uma mudan�a social, e a gente, que estuda movimento feminino, sabe que tem mulher que quando n�o v�, n�o consegue ser", pontua

(Com Mariana Albuquerque, do Correio Braziliense)


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