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Estado de Minas APOIADORES DE BOLSONARO

Quem s�o os empres�rios alvos da PF ap�s mensagens sobre golpe

Autorizada pelo STF, opera��o mira empres�rios que teriam usado um grupo de WhatsApp para defender um golpe de Estado caso Lula ven�a as elei��es.


24/08/2022 07:45 - atualizado 24/08/2022 09:47


Luciano Hang ao lado de Jair Bolsonaro
Empres�rio Luciano Hang � um dos apoiadores mais conhecidos do presidente Jair Bolsonaro (foto: Perfil pessoal de Luciano Hang/Instagram)

A Pol�cia Federal deflagrou nesta ter�a-feira (23/8) uma opera��o contra oito empres�rios que teriam defendido um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) ven�a as elei��es presidenciais deste ano.

A defesa teria sido feita em um grupo privado de mensagens no aplicativo WhatsApp. A opera��o foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e faz parte do inqu�rito que apura o funcionamento de mil�cias digitais.

Segundo nota divulgada pela Pol�cia Federal, o ministro determinou que fossem cumpridos mandados de busca e apreens�o em cinco estados diferentes: Rio de Janeiro, Cear�, S�o Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ainda de acordo com a nota, os mandatos fazem parte de um inqu�rito policial que tramita no STF.

As mensagens em que empres�rios teriam defendido um golpe em caso de vit�ria de Lula foram reveladas pelo portal Metr�poles, na semana passada. O grupo se chamava "Empres�rios & Pol�tica".

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os alvos da opera��o foram Luciano Hang, Afr�nio Barreira Filho, Jos� Isaac Peres, Ivan Wrobel, Andr� Tissot, Marco Aur�lio Raimundo, Meyer Nigri e Jos� Koury.

Ainda de acordo com o jornal, o ministro determinou as quebras dos sigilos banc�rios e telem�ticos dos empres�rios.

Confira a seguir mais detalhes sobre quem s�o os empres�rios.


Eleições 2022: Sua história pode virar reportagem da BBC
(foto: BBC)

Jos� Koury

Koury � propriet�rio do Barra World, um shopping center no Rio de Janeiro. Segundo o portal Metr�poles, Koury disse preferir um golpe � elei��o de Lula.

"Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milh�o de vezes. E com certeza ningu�m vai deixar de fazer neg�cios com o Brasil. Como fazem com v�rias ditaduras pelo mundo", disse o empres�rio, segundo o portal.

Ainda de acordo com a publica��o, Koury negou defender um golpe, mas reiterou que talvez "prefira isso" � volta do PT ao governo do pa�s.

"Vivemos numa democracia e posso manifestar minha opini�o com toda liberdade. N�o disse que defendo um golpe de Estado, e sim que talvez preferiria isso a uma volta do PT. Para mim, a volta do PT ser� um retrocesso enorme para a economia do pa�s", disse o empres�rio, segundo o portal.

A BBC News Brasil procurou o empres�rio e enviou e-mails para o Barra World, mas at� o momento nenhuma resposta foi enviada.

Luciano Hang

Luciano Hang tem 59 anos e � fundador da rede de lojas de departamentos Havan. Ele � um dos mais conhecidos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele foi alvo do inqu�rito das Fake News, que tamb�m tramita no STF e que apura a dissemina��o de not�cias falsas contra autoridades.

Segundo o portal Metr�poles, Hang � um dos integrantes do grupo. Nas reportagens publicadas pelo portal, n�o h� men��o de que Hang tenha defendido a realiza��o de um golpe caso Lula ven�a as elei��es.

Em 2021, a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid pediu o seu indiciamento por incita��o a crime ao defender uso do chamado "tratamento precoce" contra a covid-19. Na �poca, ele rebateu o pedido.

"Sobre o relat�rio mencionar o meu nome, n�o esperava nada diferente, pois trata-se de uma comiss�o pol�tica amparada em narrativas e n�o em fatos. Tenho certeza que a verdade ir� prevalecer. Quem n�o deve, n�o teme", disse em nota em 2021.

� BBC News Brasil, a assessoria de imprensa de Hang enviou uma nota informando que o empres�rio estaria "tranquilo" e negando que tenha falado em golpe no grupo de empres�rios.

"Que eu saiba, no Brasil, ainda n�o existe crime de pensamento e opini�o. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp est� claro que eu nunca, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF", disse.

Afr�nio Barreira Filho

Afr�nio Barreira Filho � s�cio-propriet�rio da rede de restaurantes Coco Bambu, fundada em 1989. Atualmente, a rede tem 64 unidades espalhadas em diversos estados do Brasil e um faturamento estimado em 2021 de R$ 1 bilh�o.


Afrânio Barreira Filho ao lado de Jair Bolsonaro
Afr�nio Barreira Filho � dono da rede de restaurantes Coco Bambu, que tem 64 unidades. Ele � um conhecido apoiador do presidente Jair Bolsonaro (foto: Isac N�brega/Presid�ncia da Rep�blica)

Segundo o portal Metr�poles, ele teria respondido de forma positiva a uma mensagem enviada por Jos� Koury em que o empres�rio dizia preferir um golpe � volta do PT.

Procurado pela BBC News Brasil, a assessoria de imprensa do empres�rio enviou uma nota informando que ele est� "tranquilo" e que n�o fez a defesa de golpe.

"Estou absolutamente tranquilo, pois n�o posso ser acusado por participar de um grupo de Whattsup (sic). N�o h� uma �nica frase de minha autoria sobre esse assunto", diz um trecho da nota.

Jos� Isaac Peres

O empres�rio � s�cio-majorit�rio da Multiplan, uma rede de shopping centers que faturou R$ 172 milh�es no segundo trimestre de 2022.

De acordo com o portal Metr�poles, Peres teria dito no grupo que Lula s� venceria as elei��es caso houvesse "fraude grossa" e que o STF seria composto por ministros petistas.

"O TSE � uma costela do Supremo, que tem 10 ministros petistas. Bolsonaro ganha nos votos, mas pode perder nas urnas. At� agora, milh�es de votos anulados nas �ltimas elei��es correm em segredo de Justi�a. N�o houve explica��o", disse o empres�rio segundo o portal Metr�poles.

� BBC News Brasil, a assessoria de imprensa da Multiplan informou que n�o haveria manifesta��o sobre o assunto.

Ivan Wrobel

Wrobel � propriet�rio da construtora W3. Segundo o portal Metr�poles, ele teria levantado suspeitas sobre a atua��o do Judici�rio durante as elei��es em mensagens enviadas no grupo.

"Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as elei��es ap�s um desfile militar na Av. Atl�ntica com as tropas aplaudidas pelo p�blico", disse o empres�rio de acordo com o portal Metr�poles.

Procurada pela BBC News Brasil, a defesa de Ivan Wrobel enviou uma nota negando que ele tenha defendido um golpe militar.

"Descendente de fam�lia polonesa judia, o Sr. Ivan sempre soube o perigo que ditaduras podem causar. Cumpre ressaltar em 1968, quando aluno do IME, foi convidado a se retirar da institui��o por ter se manifestado contr�rio ao AI-5. Foi convivendo e defendendo a democracia que o Sr. Ivan tra�ou toda sua vida, tanto familiar como profissional", disse a nota enviada.

Andr� Tissot

Tissot � presidente do Grupo Sierra, especializado na fabrica��o de m�veis de luxo. Segundo o portal Metr�poles, ele disse um "golpe" teria que ter sido dado em 2019, o que garantiria mais 10 anos no poder.

"O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 ter�amos ganhado outros 10 anos a mais", disse o empres�rio no grupo, segundo o portal.

Procurada pela BBC News Brasil, a assessoria de imprensa do Grupo Sierra e de Tissot informou que n�o haveria manifesta��o sobre o assunto.

Marco Aur�lio Raymundo

Raymundo � dono da marca de roupas e acess�rios Mormaii. De acordo com o portal Metr�poles, ele defendeu que o desfile militar previsto para o dia 7 de setembro, no Rio de Janeiro, ser� uma demonstra��o de apoio dos militares ao grupo pol�tico liderado por Bolsonaro.

"O 7 de setembro est� sendo programado para unir o povo e o Ex�rcito e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Ex�rcito est�. Estrat�gia top e o palco ser� o Rio. A cidade �cone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro", disse o empres�rio, segundo o Metr�poles.

Ainda de acordo com a publica��o, Raymundo defendeu uma media��o "sem juiz" caso haja desrespeito a regras.

"Os 'bonzinhos' sempre foram dominados… � uma utopia pensar que sempre as coisas se resolvem 'na boa'. Queremos todos a paz, a harmonia e m�os dadas num mesmo objetivo… masssss (sic) quando o m�nimo das regras que nos foram impostas s�o chutadas para escanteio, a� passa a valer sem a media��o de um juiz. Uma pena, mas somente o tempo nos dir� se voltamos a jogar o jogo justo ou [se] vai valer pontap� no saco e dedo no olho", disse o empres�rio segundo o portal.

Ainda de acordo com o portal, Raymundo negou ter apoiado atos ileg�timos, ilegais ou violentos.

"Sem acesso ao conte�do ou � mat�ria que referes, informo que n�o apoiei, n�o apoio e n�o apoiarei qualquer ato ileg�timo, ilegal ou violento, e destaco que uso de figuras de linguagem que n�o representam a conota��o sugerida", disse o empres�rio ao portal.

� BBC News Brasil, a assessoria de imprensa da Mormaii disse que o empres�rio se colocou � disposi��o das autoridades para esclarecimentos.

Meyer Nigri

Nigri � fundador da construtora Tecnisa. Segundo o portal Metr�poles, o empres�rio encaminhou mensagens no grupo com ataques ao Judici�rio. Uma das mensagens dizia que o STF ser� o respons�vel por uma "guerra civil no Brasil. Em outra mensagem h� cr�ticas � atua��o do STF e do TSE e de institutos de pesquisa como o Datafolha.

"Todo esse desservi�o � democracia dos 3 ministros do TSE/STF faz somente aumentar a desconfian�a de fraudes preparadas por ocasi�o das elei��es. O Datafolha infla os n�meros de Lula para dar respaldo ao TSE por ocasi�o do an�ncio do resultado eleitoral", disse a mensagem encaminhada por Nigri, segundo o portal Metr�poles.

Procurada, a Tecnisa disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que a empresa � "apartid�ria" e que "defende valores democr�ticos".

- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62653680

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