
Ontem, durante sabatina no "EM Entrevista", podcast de Pol�tica do Estado de Minas, Miranda reconheceu a miss�o de dar palanque a Ciro, mas defende propostas como a renda b�sica de R$ 1 mil por fam�lia e a educa��o em tempo integral.
"Em um pa�s com tanta desigualdade, onde a fome voltou, n�o temos que brigar por conta do radicalismo de 'A' ou 'B'. Temos que brigar contra a fome, a mis�ria e a intoler�ncia", disse.
Filiado ao PDT desde os 16 anos, Miranda � seguidor das ideias de Leonel Brizola e prega o di�logo, l�der do trabalhismo brasileiro.
"N�o acho que gritaria resolve o problema de ningu�m. Sou do estado de Tancredo (Neves), Itamar Franco e Juscelino Kubitschek", afirmou.
Em Minas, os pedetistas apoiam a candidatura de Marcus Pestana (PSDB) ao governo.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista, cuja �ntegra est� dispon�vel no canal do Portal Uai no YouTube:
Ciro e Pestana ainda n�o conseguiram decolar nas pesquisas. O que leva o senhor a acreditar que ser� poss�vel chegar ao Senado?
A elei��o, de fato, vai come�ar agora, com o programa eleitoral e as ruas tomadas por cartazes e bandeiras. As pessoas v�o come�ar a escolher seus candidatos. Temos dois p�los muito fortes no Brasil - Lula e Bolsonaro -, e muitos tendem a achar que s� temos essas op��es. Agora, as pessoas v�o poder perceber que Ciro far� esse enfrentamento n�o s� no programa eleitoral, mas na m�dia tradicional e nos debates - Pestana, da mesma forma.
Para o Senado, o cen�rio est� muito aberto. Em todas as pesquisas, a grande maioria da popula��o nem imagina em quem vai votar para senador. H� pesquisas que mostram que o voto para o Senado � definido, pela maioria das pessoas, nas �ltimas 48 ou 72 horas. Vamos aproveitar a campanha para fazer com que possam me conhecer.
Se eleito, o senhor pretende priorizar a busca por recursos para Minas Gerais ou a apresenta��o de projetos de lei?
A gente precisa fazer as duas coisas. O senador representa um dos estados da federa��o. � muito importante buscar recursos, pois precisamos de dinheiro para fazer obras estruturantes em Minas, mas como n�o entrar em pautas importantes e n�o fazer o debate pol�tico sobre pautas que acreditamos? Temos algumas ideias em rela��o � tributa��o de produtos destinados � mulher, que s�o majorados por impostos federais. Os absorventes t�m imposto maior do que um "gilete" masculino. � inadmiss�vel. Por que n�o fazer esse debate? Fala-se muito, hoje, em dignidade menstrual e em sa�de menstrual.
O que Minas mais precisa, em sua vis�o? O que se compromete a fazer para ajudar?
Minas � uma pot�ncia, e cada regi�o tem sua potencialidade de produ��o e desenvolvimento. O estado precisa recuperar o protagonismo do ponto de vista do crescimento industrial - sustent�vel, � claro. Ciro traz isso em seu livro, que tem metas e diretrizes para o Brasil, e Heringer fez isso com o Projeto Mineiro de Desenvolvimento Sustent�vel.
S�o pontos que precisamos trabalhar para que Minas volte a crescer e gerar empregos de qualidade. O emprego na ind�stria � de maior valor agregado, e h� empregos gerados no entorno de uma ind�stria. Existe um c�rculo vicioso quando uma ind�stria se coloca em uma regi�o, pois os empregos indiretos fazem toda a diferen�a. Para atrair investimentos, � preciso ter infraestrutura e educa��o de qualidade. S�o fatores de escolha de um investidor.
A candidatura do senhor surgiu quando outras pe�as, como Alexandre Silveira (PSD), Cleitinho (PSC) e Marcelo Aro (PP), j� estavam com articula��es mais avan�adas. Como lida com o fato de ter largado atr�s na disputa?
O importante n�o � a largada, e sim a chegada. Temos todas as condi��es de chegar � frente (dos demais), porque temos hist�ria concreta para mostrar, com realiza��es. Prestamos bom servi�o. Vejo as outras candidaturas com muito respeito, e tem de ser assim.
N�o acho que gritaria resolve o problema de ningu�m. Sou do estado de Tancredo (Neves), Itamar Franco e Juscelino Kubitschek. Esse pessoal construiu Minas fazendo pol�tica dialogando. Democracia d� trabalho demais. Estou no Parlamento e sei muito bem: �s vezes, um polo pensa de uma forma, mas outro, de outra. Se a gente n�o se sentar � exaust�o para chegar a um denominador comum e tentar chegar aos entendimentos, n�o avan�amos. Mas d� trabalho. Com esse perfil, me coloco � disposi��o dos mineiros.
Ciro Gomes tem defendido renda m�nima de R$ 1 mil a todas as fam�lias. O senhor � favor�vel a um programa de transfer�ncia de renda? Sob quais bases?
Vou lutar por isso. Em um pa�s com tanta desigualdade, onde a fome voltou, n�o temos que brigar por conta do radicalismo de 'A' ou 'B'. Temos que brigar contra a fome, a mis�ria e a intoler�ncia. Ciro apresenta os caminhos, inclusive, de aumento de receita para viabilizar o investimento nos mais pobres. N�o podemos admitir, em um pa�s que produz tanto alimento, gente passando fome.
Mas h� espa�o no or�amento para um programa como esse?
Quando h� um presidente que tem um entendimento sobre a import�ncia da renda b�sica m�nima, a gente consegue viabilizar ajustes no or�amento para isso. Ciro, inclusive, fala no aumento da receita com a tributa��o de grandes fortunas. Mas, quando h� um presidente que coloca isso em segundo plano, o trabalho no Senado fica dificultado.
Quais ser�o as prioridades de seu eventual mandato no Senado?
As prioridades passam pelo combate � fome, pela renda b�sica e pela educa��o de tempo integral, bandeira do meu partido. Sou brizolista, e n�o h� como falar de Brizola sem falar de educa��o em tempo integral. � a �nica ferramenta que vai tirar nossa juventude das drogas. Falei a Pestana que um pedido da milit�ncia do PDT � colocar a escola em tempo integral no centro do plano de governo. A escola, no hor�rio regular, tem uma grade estabelecida pela Lei de Diretrizes B�sicas (LDB). No contraturno, pode-se inserir o ensino profissionalizante, mas m�sica, esporte e lazer s�o fundamentais.