
O levantamento � do Girl Up Brasil, movimento que apoia meninas pela igualdade de g�nero e que fez mutir�o para jovens emitirem seus t�tulos no in�cio deste ano. O c�lculo foi feito usando dados p�blicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do IBGE nos pleitos presidenciais entre 2014 e 2022.
"A juventude est� comprometida com o fortalecimento da democracia", diz Helena Branco, 20, supervisora de advocacy no Girl Up Brasil. "Esse eleitorado vai ajudar a eleger deputados estaduais, federais, vai fazer a diferen�a no total para o senado."
Neste ano, 35% das pessoas com 16 e 17 anos poder�o ir �s urnas. Os jovens nesta faixa et�ria s�o 1,4% do total do eleitorado brasileiro.
O dado � uma conquista, segundo a organiza��o, pois em janeiro de 2022 apenas 12% dessa popula��o tinha se interessado em tirar o t�tulo. Em 2014, no mesmo per�odo, eram 25% de alistados no TSE.
A ARRANCADA E O TSE NO TIK TOK
Em maio, uma mobiliza��o popular em todo o pa�s encorajou jovens a emitir seu primeiro t�tulo para votar em outubro. A campanha contou com engajamento de mulheres como Anitta, Larissa Manoela, Sophia Valverde, Mel Maia e Paolla Oliveira.
A Girl Up contabiliza 90 mil acessos ao site do TSE oriundos de suas campanhas nas redes sociais.
"Fez muita diferen�a quem estava passando a mensagem", diz Helena Branco. "Acompanhamos a Larissa Manoela crescer. Quando ela fala 'seu voto importa', os jovens prestam aten��o. A mensagem chega e n�o soa imposi��o."
Ela acrescenta que o TSE modernizou sua comunica��o tendo em vista o leitorado jovem. Se em 2020 a plataforma de alistamento era elementar, em 2022 o tribunal tem at� uma conta no Tik Tok.
"Eles chamam jovens para entender as trends, a linguagem � acess�vel", afirma. De fato: tem quiz eleitoral e at� challenge da novela Pantanal.
Outro dado que o Girl Up comemora � que quase metade das meninas brasileiras neste recorte solicitou t�tulo de eleitor. Foram 45% de pedidos contra 37% de meninos que foram atr�s do documento. Em 2014, foram 34% e 32%, respectivamente.
"Ver um grupo de meninas t�o empenhadas em fazer jovens presentes nessa elei��o n�o motivou apenas a mim, mas a todos os meus amigos", diz Ana Elise Candido Rojas, 16, do Rio de Janeiro.
Para outra adolescente, a mobiliza��o mostrou que votar � quest�o de cidadania.
"Percebi que mesmo sendo s� um, meu voto pode mudar o destino do pa�s. Votar � muito mais que pol�tica, � exercer meu direito de cidad�", afirma Yaskara Mota, 17, que estuda no Instituto Federal do Rio Grande do Norte.
Neste ano, as mulheres brasileiras ser�o 53% do eleitorado, segundo o TSE. Entre as jovens de 16 e 17 anos, s�o 55%.
V�O OU N�O V�O?
O Girl Up tamb�m estudou a taxa de comparecimento na �ltima elei��o, usando dados do TSE, para mostrar que jovens de 16 e 17 anos foram mais �s urnas que os adultos.
Em 2018, 83% da juventude compareceu, contra 79% de maiores de 18 anos.
Com isso, a organiza��o estima que, mantendo-se a m�dia de 80% de comparecimento, ser�o 1,7 milh�o de jovens comparecendo �s urnas para eleger candidatos nestas elei��es.
"S� se falava de responsabilidade c�vica, que o jovem � o futuro do pa�s. A pesquisa prova que o convite para a festa da democracia foi aceito", diz Helena Branco.