“Ele [PT] n�o faz um enfrentamento a fundo ao que o bolsonarismo significa, ele n�o faz um enfrentamento a fundo com os privil�gios dos grandes bilion�rios. E ao n�o fazer um enfrentamento a fundo com o privil�gio dos grandes milion�rios, n�o vai ter condi��es de garantir as necessidades b�sicas da popula��o pobre, trabalhadora”, disse tamb�m.
Questionada se o fato de ter o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice-presidente seria o grande problema do programa de governo de Lula, Vanessa Portugal foi al�m: para ela, o petista “n�o fala nem sequer o b�sico”.
“O problema da candidatura � o programa que se apresenta, e que � um programa que n�o aponta nenhuma das rupturas necess�rias. Lula n�o fala nem sequer o b�sico, em revogar a reforma da Previd�ncia, n�o fala em revogar, porque � revogar a reforma trabalhista, n�o � rever alguns pontos. E tantas outras quest�es que est�o colocadas, essas s�o essenciais se queremos gerar empregos, se queremos gerar condi��es dignas de vida. N�o seriam suficientes, mas seriam uma primeira premissa essencial”, disse.
Sobre uma eventual disputa em segundo turno entre Lula e Bolsonaro, Vanessa Portugal reafirmou a rejei��o contra o atual presidente, mas ponderou um poss�vel apoio ao petista. “Fora Bolsonaro? Com certeza. Agora, se n�s vamos apoiar o Lula no segundo turno, essa tamb�m � uma decis�o coletiva que n�s ainda n�o tomamos”.
Socialismo
Para Vanessa Portugal, “o socialismo � um regime que distribui a riqueza que � produzida coletivamente”. A candidata prop�e uma mudan�a de sistema e diz que isso n�o seria f�cil, mas diz que � uma “tarefa necess�ria”. “N�o � uma tarefa das mais simples, talvez seja uma das mais complicadas, mas � uma tarefa necess�ria. Dif�cil mesmo � viver neste sistema. Vamos pensar, 33 milh�es de brasileiros passando fome. Vamos pensar em Minas Gerais, 60% das pessoas em idade de trabalhar ou est�o desempregadas ou est�o em subemprego. Isso � muito dif�cil, e isso � imposs�vel de resolver se permanecem as coisas como est�o”, afirmou.“A tarefa de mudar � muito dif�cil, mas � a �nica que tem possibilidade para resolver os problemas”, completou a candidata. Ela tamb�m considera que o voto em sua candidatura n�o � individual, mas a um “programa” socialista, completou. “N�o queremos voto em um nome, em uma imagem. Queremos voto em um programa que apresentamos, e queremos discutir com cada trabalhador, com cada desempregado, que n�o adianta o candidato apresentar uma lista de propostas. Isso todo mundo fez em todas as elei��es, mas se esse candidato n�o estiver disposto a, junto dos trabalhadores, enfrentar aqueles que se apropriam da nossa riqueza, as propostas n�o v�o se concretizar”.
Sa�de e Educa��o
Vanessa Portugal tem uma proposta de “universaliza��o” dos sistemas de sa�de e educa��o, a fim de ambos serem p�blicos e de uma grande qualidade. “A sa�de e a educa��o t�m que ser �nica para todo mundo, n�o pode ter escola diferente do filho do pobre e do filho do rico”, disse. “�nica para todo mundo, no caso da educa��o, respeitando as especificidades e individualidades de cada povo, de cada realidade, mas �nica sobre o ponto de vista dos equipamentos que s�o oferecidos, da forma��o dos profissionais, do sal�rio dos profissionais, do tempo dos profissionais para planejar e atender as crian�as. E para ela ser �nica para todo mundo, ela tem que ser estatal, ela n�o pode ser privada”, completou.
A candidata do PSTU abordou tamb�m a quest�o financeira de Minas Gerais. Atualmente, o estado tem uma d�vida de R$ 141,5 bilh�es com a Uni�o. O governador Romeu Zema (Novo), que tenta a reelei��o, considera a ades�o ao Regime de Recupera��o Fiscal (RRF) uma alternativa vi�vel para sanar essa quest�o. Vanessa Portugal discorda.
“O Regime de Recupera��o Fiscal no estado de Minas Gerais vai representar um apag�o social. As pessoas precisam entender o que isso significa, que � limitar os investimentos na sa�de e na educa��o, mais limitados que eles j� est�o, n�o ter contrata��o de novas pessoas (...) O estado n�o tem como espremer mais, e o Regime de Recupera��o Fiscal � isto: � espremer a�”, diz.
Para ela, a d�vida precisa ser suspensa. “Tem que ter uma suspens�o do pagamento da d�vida. A partir do estado e, � claro, a partir de uma campanha efetiva para que haja suspens�o do pagamento da federa��o. Minas Gerais n�o � um estado marginal, Minas Gerais precisa ter uma posi��o mais efetiva nas lutas e nas press�es nacionais. Tem que mobilizar a popula��o para isso”.
Disputa em Minas
Sobre a disputa ao governo de Minas, Vanessa Portugal se mostra esperan�osa quanto � disputa num segundo turno entre Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD). A candidata afirma que nenhum deles � “uma alternativa para a popula��o trabalhadora”. “N�o tem uma decis�o com rela��o a isso tomada neste momento, e essas decis�es ser�o coletivas. O que n�s temos dito, nem Zema, nem Kalil e nem outros candidatos, de fato, s�o alternativa para a popula��o trabalhadora. Agora, a posi��o que n�s vamos tomar em rela��o ao segundo turno, quem sabe n�s vamos estar no segundo turno, a� est� clara nossa posi��o”, afirmou.Outros trechos da entrevista
Candidatura"Vamos continuar fazendo a campanha do jeito que a gente acredita que seja verdadeira. Usando os meios que a gente tem, as redes sociais, espa�os como esse s�o muito importantes para mostrar e esclarecer as pessoas as contradi��es que n�s vivemos. N�s estamos em uma elei��o e queremos voto. Mas n�s n�o queremos voto em um nome ou em uma imagem. N�s queremos votos no programa em que n�s apresentamos. E n�s queremos discutir com cada trabalhador, com cada desempregado que n�o adianta um candidato apresentar uma lista de propostas. Isso todo mundo fez, em todas elei��es. Mas se esse candidato n�o estiver disposto, junto com os trabalhadores, aqueles que se apropriam da nossa riqueza, essas propostas n�o v�o se concretizar".
Economia
"O Regime de Recupera��o Fiscal no estado de Minas Gerais vai representar um apag�o social. As pessoas precisam entender o que isso significa, que � limitar os investimentos na sa�de e na educa��o, mais limitados que eles j� est�o, n�o ter contrata��o de novas pessoas (...) O estado n�o tem como espremer mais, e o Regime de Recupera��o Fiscal � isso: � espremer a�".
"Tem que ter uma suspens�o do pagamento da d�vida. A partir do estado e, � claro, a partir de uma campanha efetiva para que haja suspens�o do pagamento da federa��o. Minas Gerais n�o � um estado marginal, Minas Gerais precisa ter uma posi��o mais efetiva nas lutas e nas press�es nacionais. Tem que mobilizar a popula��o para isso".
Zema e Bolsoanro
"O Zema e Bolsonaro, e o Kalil, em certa medida, Lula e Alckmin, embora eles n�o sejam iguais, governam para pessoas que se beneficiam dessa d�vida. Eles governam para os banqueiros, para as mineradoras, governam para os senhores. E eles atendem �queles para quem eles governam. Eles s�o eficientes em determinar pol�ticas que atendam as demandas de quem j� tem muito dinheiro".
Microempreendedor
"O PSTU � contra a propriedade privada dos meios de produ��o. Estamos discutindo aqui, os meios de produ��o e a propriedade privada daqueles que produzem em larga quantidade e se apropriam da riqueza da nossa classe. O micro e pequeno empres�rio, at� o m�dio, em boa parte, s�o, na verdade, trabalhadores que ficaram desempregados e rasparam o “fundo do tacho”e come�aram um pequeno neg�cio. Em regra, s�o trabalhadores do seu pr�prio neg�cio. As pessoas est�o ali, n�o s� administrando, est�o ali “ralando”, literalmente. Esses trabalhadores s�o parte do setor que precisa ser acolhido por um programa de governo. O dono da padaria paga mais impostos que o dono de uma rede de supermercados, proporcionalmente. Tem uma invers�o completa".
Entrevistas
A s�rie de sabatinas dos Di�rios Associados Minas com os candidatos ao governo do estado est� sendo realizada �s 17h30, com transmiss�o ao vivo pelo canal do Portal Uai no YouTube e pelo site do Estado de Minas. E �s 19h15 no “Jornal da Alterosa”, na TV Alterosa. Confira as datas das entrevistas:
Hoje – Alexandre Kalil (PSD)
Amanh� – Renata Regina (PCB)
22/9 – Cabo Trist�o (PMB)
23/9 – Indira Xavier (UP)
26/9 – Romeu Zema (Novo)
27/9 – Lourdes Francisco (PCO)
28/9 – Carlos Viana (PL)
29/9 – Marcus Pestana (PSDB)
30/9 – Lorene Figueiredo (Psol)