
O apresentador William Bonner, respons�vel pela media��o, precisou intervir diversas vezes para pedir que os participantes respeitassem as regras do evento, transmitido pela Rede Globo, que come�ou �s 22h30 e terminou por volta de 0h50 de hoje. O candidato do PTB, Padre Kelmon, desrespeitou seguidas vezes as regras do debate e levou Lula ao descontrole, ao ponto de ambos ficarem cara a cara batendo boca com o microfone desligado, quando o petista foi tachado de “descondenado” e rebateu chamando o advers�rio de “candidato laranja” de Bolsonaro.
O principal tema do primeiro bloco foi a corrup��o, citada majoritariamente para ataques a Lula. O petista foi quem mais pediu direitos de resposta para se defender. Teve quatro solicita��es concedidas e uma negada. Bolsonaro pediu quatro vezes e foi atendido em duas. Ciro Gomes (PDT) foi o primeiro a perguntar. Ele questionou Lula sobre suas pretens�es de retornar ao Planalto, citando n�meros negativos da economia durante a gest�o petista. Lula voltou a ser alvo de cr�ticas de Bolsonaro, Luiz Felipe d’Avila (Novo) e de Padre Kelmon, que foi acusado tamb�m por Soraya Thronicke (Uni�o Brasil) de ser “laranja” de Bolsonaro.
Lula se defendeu das den�ncias de corrup��o citando medidas tomadas em seu governo, como a cria��o do “Portal da Transpar�ncia” e a fiscaliza��o da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) nos dos minist�rios. O petista ainda chegou a dizer que os esquemas de corrup��o foram descobertos e os respons�veis punidos por meio de mecanismos criados na gest�o petista, admitindo casos ocorridos durante o per�odo do PT na Presid�ncia.
Em um pedido de resposta contra Bolsonaro, que o acusou de formar “quadrilha durante sua gest�o, Lula rebateu: “Ele falar que montei quadrilha? Com a quadrilha da rachadinha, do sigilo de 100 anos, do Minist�rio da Educa��o. Ele vir falar de quadrilha comigo? Precisa se olhar no espelho e saber o que est� acontecendo com ele. A quadrilha da vacina. Se quiser pedir direito de resposta, pe�a � CPI, e n�o ao debate. Respeite quem est� assistindo, n�o minta.
Comporte-se como presidente da Rep�blica”, disse Lula. Em direito de resposta atendido, Bolsonaro afirmou: “Mentiroso, traidor da p�tria. Que rachadinha? Rachadinha � teus filhos. Roubando milh�es de empresas ap�s a tua chegada ao poder. Que CPI � essa da farsa? Que dinheiro de propina?”.
CELSO DANIEL
A acusa��o mais grave feita durante o primeiro bloco partiu de Bolsonaro para Simone Tebet (MDB). O presidente citou uma fala da vice na chapa da candidata, Mara Gabrilli (PSDB), na qual a tucana acusava Lula de ter pago para encobrir uma eventual participa��o no assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito petista de Santo Andr�, no ABC Paulista. Tebet rebateu o presidente pedindo para que ele fizesse a pergunta a Lula.
“Eu lamento essa quest�o ser tratada em um debate neste momento t�o importante da hist�ria do Brasil e ser dirigida a mim. Acho que falta ao senhor coragem de perguntar isso ao candidato do PT, que segundo o senhor � envolvido, que est� aqui”. Na tr�plica, a senadora por Mato Grosso do Sul questionou se Bolsonaro n�o direcionou o tema ao petista por covardia.
Lula teve direito de resposta concedido e se defendeu da den�ncia dizendo que era amigo de Celso Daniel e chegou a convidar o correligion�rio para seu governo. O petista tamb�m afirmou que a Pol�cia Civil e o Minist�rio P�blico j� finalizaram as investiga��es sobre o caso, ocorrido em 2002. Al�m dos pedidos de direito de resposta, o debate foi marcado por candidatos desrespeitando as regras, interrompendo outros participantes e falando fora do tempo determinado.
O apresentador William Bonner interrompeu a sequ�ncia das perguntas diversas vezes e chegou a pedir para que os candidatos “em respeito ao p�blico, mantivessem o n�vel de tranquilidade”. Bolsonaro foi repreendido pelo jornalista enquanto tentava falar fora de seu tempo determinado. Sua voz foi ouvida mesmo enquanto o microfone estava fechado.
O segundo bloco do debate teve como foco a discuss�o de propostas entre os candidatos. Simone Tebet elevou o tom ao questionou Bolsonaro presidente sobre o desmatamento na Amaz�nia e no Pantanal. “Seu governo foi o governo que mais deixou florestas devastadas. Maior desmatamento dos �ltimos 15 anos. Em vez de proteger florestas, o senhor protegeu mineradoras e grileiros.
Nesse aspecto � o pior presidente da hist�ria.” Em resposta, Bolsonaro citou o passado da senadora que � ligada ao agroneg�cio. Durante r�plica, o presidente disse ser “amado pelo agro” e pelos empres�rios porque ajuda “na quest�o das armas” que d�o “mais seguran�a no campo”. Em seguida, voltou a dizer que o Brasil � exemplo na preserva��o de florestas. “O senhor mente tanto que acredita na pr�pria mentira”, rebateu a senadora.
BATE-BOCA
O terceiro bloco foi marcado pelo confronto entre Lula e Padre Kelmon. O tema do questionamento de Kelmon foi a corrup��o. O religioso afirmou que Lula liderava esquemas de corrup��o durante sua gest�o no Pal�cio do Planalto. “O senhor � um descondenado. N�o deveria nem estar aqui como candidato”. O petista se irritou e chamou o advers�rio de “candidato laranja [de Bolsonaro] que n�o tem respeito por regra, faz o que quer”. O tempo de resposta do petista foi interrompido reiteradamente pelo candidato do PTB.
Bonner interveio diversas vezes para fazer as regras do debate serem cumpridas. “Pe�o que se acalmem. Estamos aqui para debater, e n�o por esse tipo de agress�o e ofensa pessoal”, disse o mediador enquanto se ouvia os participantes discutindo ao fundo. A corrup��o seguiu como tema. Ciro Gomes questionou Bolsonaro sobre esc�ndalos na fam�lia do presidente, sobre a venda de bens p�blicos a pre�os abaixo do avaliado pelo mercado e sobre as emendas do relator, que receberam a alcunha de “or�amento secreto” durante a atual gest�o.
Bolsonaro respondeu dizendo que n�o tem ger�ncia sobre o or�amento secreto e transferiu a responsabilidade para o Congresso Nacional. O argumento foi repetido durante direito de resposta concedido ao presidente no fim do terceiro bloco. O candidato � reelei��o tamb�m repetiu que seu governo n�o tem casos de corrup��o e que n�o envolvimento de sua fam�lia em atividades ilegais.
Por outro lado, Ciro Gomes e Lula fizeram o primeiro embate sem que a corrup��o fosse tema. Os candidatos se questionaram sobre pol�ticas culturais no pa�s. O petista disse que o Brasil vive uma estrat�gia de desmonte na �rea e Ciro apresentou ideias para descentralizar o investimento em atividades culturais, que, segundo o presidenci�vel, ficam concentradas no Rio de Janeiro e S�o Paulo.
Bolsonaro e Soraya Thronicke protagonizaram confronto sobre apoios no quarto bloco. A discuss�o depois que Soraya perguntou ao presidente se ele daria um “golpe” caso n�o seja reeleito. Em resposta, Bolsonaro citou o apoio que recebeu de Soraya em 2018, mostrando carta enviada por ela pedindo cargos para amigos e colegas em Mato Grosso do Sul. “Se eu tivesse atendido a senhora pelos cargos que voc� pediu…? A senhora gosta de cargos. E n�o conseguiu, virou [minha] inimiga”, afirmou.
Na tr�plica, a candidata disse que em 2018, acreditava que o presidente “ia tirar a petralhada” e cobrou o presidente em apoiar candidatos que se aliam com ele.
Depois do bate boca entre os candidatos, os temas sorteados puderam ser debatidos. Simone Tebet e Felipe D'Avila lamentaram as brigas e prezam pela discuss�o de ideias e propostas. Foram sorteados os seguintes temas: seguran�a p�blica; gastos p�blicos; cultura; privatiza��es; sa�de; habita��o e agricultura.
“LARANJA”
Soraya Thronicke e Padre Kelmon tamb�m proporcionaram momentos cr�ticos no primeiro e no terceiro blocos do debate. Ela questionou o advers�rio sobre a condu��o feita pela gest�o Bolsonaro durante a pandemia e perguntou se ele, como padre, tinha dado extrema-un��o para v�timas da doen�a. Na sua resposta, Kelmon defendeu o presidente, o que irritou a candidata. "Voc�s s� falam de covid, s� se morre por COVID neste Pa�s?", respondeu o candidato do PTB.
“N�o deu extrema-un��o porque � um padre de festa junina. N�o sabe nem o que � direita ou esquerda. N�o sabe!”, comentou a candidata do Uni�o Brasil, depois que o religioso associou o partido dela, Uni�o Brasil, � esquerda.
Em outro momento, ela provocou o padre: “O senhor n�o tem medo de ir para o inferno, n�o?'', perguntou Soraya. “Se a senhora soubesse o que significa um sacerd�cio n�o estava desrespeitando um padre, mandando um padre para o inferno”, reagiu o candidato. Em outro momento, o padre afirmou: “Se voc�s [candidatos] s�o capazes de fazer isso com um padre, imagine o que podem fazer com o povo?”.
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