
Mais de 156,4 milh�es de brasileiros v�o �s urnas hoje escolher o pr�ximo ocupante da Presid�ncia da Rep�blica, 27 governadores estaduais, 27 senadores, 513 deputados federais e 1.035 parlamentares estaduais. No plano nacional, a elei��o, que ocorre das 8h �s 17h, no hor�rio de Bras�lia (DF), op�e o candidato � reelei��o Jair Bolsonaro (PL) ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).
� a primeira vez que um ocupante e um ex-ocupante do Pal�cio do Planalto se enfrentam pela chefia do governo federal. Primeiros colocados nas pesquisas de inten��o de voto desde o ano passado, Lula e Bolsonaro deixaram para tr�s as for�as pol�ticas que tentaram construir a chamada “terceira via” e devem coroar a domin�ncia hoje, fazendo uma esp�cie de segundo turno antecipado.
Levantamentos divulgados ontem apontam vantagem para o petista. No Ipec, Lula chega a ter 51% dos votos v�lidos, mas a margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, faz com que os respons�veis pelo instituto afirmem ser imposs�vel dizer se um confronto direto entre as chapas de PT e PL vai ser necess�rio.
Para o Datafolha, em que Lula tem metade das manifesta��es v�lidas, o segundo turno tamb�m � inc�gnita.
Se a disputa presidencial dependesse �nica e exclusivamente de Minas, Lula seria eleito hoje. Isso porque, segundo o Ipec, o concorrente do PT tem 55% dos votos v�lidos no estado, contra 34% de Bolsonaro. O percentual de Lula representa crescimento de dois pontos em rela��o � �ltima pesquisa regional do instituto, divulgada na ter�a-feira. Do outro lado, o atual presidente se manteve est�vel.
O avan�o do petista pode, inclusive, ajudar a ditar os rumos da elei��o estadual – isso porque aliados de Alexandre Kalil (PSD), candidato ao governo mineiro com o apoio de Lula, creem que o ex-prefeito de BH pode ganhar f�lego na reta final a reboque do aliado e, assim, for�ar um segundo turno contra Romeu Zema (Novo), candidato � reelei��o e l�der de todas as sondagens.
A campanha de Lula apostou as �ltimas fichas em um movimento em prol do “voto �til”. Sob mote que aponta necessidade de derrotar Bolsonaro j� no primeiro turno, aliados do ex-presidente passaram a defender o embarque, na coliga��o petista, de eleitores que, inicialmente, pensavam em optar por Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
Do outro lado da arena, Bolsonaro apostou na agenda de costumes em busca de reagrupar, em sua base eleitoral, os cidad�os que priorizam pautas como a criminaliza��o do aborto, por exemplo. Para evitar a fuga do voto crist�o, fez “dobradinhas”, no �ltimo debate do primeiro turno, com o candidato Padre Kelmon (PTB).
Personalidades declaram voto
Artistas, atletas, lideran�as pol�ticas internacionais e outras personalidades, inclusive estrangeiras, foram usados de parte a parte para captar indecisos. Ontem, Lula ganhou manifesta��o favor�vel da apresentadora F�tima Bernardes, da TV Globo, que declarou voto no petista. Ela se juntou a um grupo que conta com a tamb�m apresentadora Ang�lica, o influenciador Carlinhos Maia, o ex-jogador de futebol Ra� e o humorista Paulo Vieira. No campo pol�tico, al�m do apoio de ex-candidatos � Presid�ncia do Brasil, como Marina Silva (Rede), Luciana Genro (Psol) e Henrique Meirelles (Uni�o Brasil), o grupo pr�-Lula foi engrossado.Agora com Lula, F�tima Bernardes disse ter esperado o surgimento de uma alternativa vi�vel, em termos eleitorais, � polariza��o entre Bolsonaro e Lula. “Depois do que aconteceu nos �ltimos 4 anos, da falta de humanidade diante das centenas de milhares de v�timas da pandemia, dos seguidos ataques �s mulheres, � imprensa, � ci�ncia, �s artes, � democracia, do retorno da fome de uma maneira inaceit�vel, da campanha pelo aumento do n�mero de armas nas m�os dos civis, da mistura da religi�o – algo sagrado – com a pol�tica, eu achei importante revelar meu voto”, disse.
Bolsonaro, por sua vez, celebrou ontem o apoio dado a ele por pol�ticos da extrema-direita mundial, como o primeiro-ministro h�ngaro Viktor Orb�n e o deputado espanhol Santiago Abascal, do partido ultranacionalista Vox. “Estamos falando de um presidente que, apesar de toda a esquerda atual, combateu o globalismo e foi corajoso o suficiente para colocar o Brasil em primeiro e Deus acima de tudo”, afirmou Orb�n, em v�deo publicado pelo presidente brasileiro no Twitter. O liberal conquistou, ainda, o apoio de personalidades, como o jogador de futebol Neymar, o ex-atleta Rivaldo, o cantor Gusttavo Lima e o sertanejo Marrone, da dupla com Bruno.
Terceira via
O pleito de hoje deve evidenciar, ainda, as dificuldades dos partidos de centro na constru��o de uma candidatura que pudesse furar a polariza��o. Ciro Gomes, embora esteja no PDT, partido de centro-esquerda, fez sinais ao centro com cr�ticas a Lula, mas, segundo as pesquisas divulgadas ontem, deve ter menos do que os 12,47% obtidos em 2018, quando terminou em terceiro lugar. Ele, ali�s, tem a posi��o amea�ada por Simone Tebet (MDB). Conforme Datafolha e Ipec, a emedebista e o pedetista est�o tecnicamente empatados. Segundo o Datafolha, ela tem 6% das manifesta��es v�lidas, ante 5% dele; no Ipec, ambos t�m 5%.Maior partido do Brasil em n�mero de parlamentares e no acesso a recursos p�blicos, o Uni�o Brasil n�o conseguiu reivindicar para si o crach� de terceira via. A senadora Soraya Thronicke, candidata da legenda, chega �s urnas estagnada em 1%.