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Estado de Minas AN�LISE

Terceira via n�o decola e ajuda Zema contra Kalil em 2� turno antecipado

Dividido, PL de Bolsonaro n�o deu f�lego � candidatura de Carlos Viana; PDT de Ciro n�o teve candidato pr�prio e Tebet ficou sem palanque formal


03/10/2022 14:03 - atualizado 03/10/2022 14:29

Romeu Zema, governador reeleito de Minas Gerais e filiado ao partido Novo
Polariza��o com Alexandre Kalil ajudou Romeu Zema (foto) a vencer a elei��o mineira j� em primeiro turno (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 2/10/22)
Encerrada ontem com a reelei��o de Romeu Zema (Novo) em primeiro turno, a disputa pelo governo de Minas Gerais teve, desde o in�cio, contornos de segundo turno antecipado. Polarizada, a corrida foi protagonizada por Zema e Alexandre Kalil (PSD). Para al�m do dom�nio do pol�tico do Novo no interior e de sua boa rela��o com prefeitos de munic�pios de m�dio e pequeno porte, um fator foi essencial para que o embate terminasse j� na primeira ida �s urnas: a aus�ncia de uma terceira via capaz de tomar para si parte consider�vel dos votos.

Zema terminou a apura��o com 56% dos votos v�lidos, contra 35% de Kalil. O senador Carlos Viana (PL), o mais pr�ximo deles, n�o conseguiu chegar aos dois d�gitos - terminou com 7%. Confirmado candidato apenas duas semanas antes do in�cio da campanha, e apenas porque o presidente Jair Bolsonaro (PL) viu o naufr�gio das tentativas de acordo por apoio do Novo em Minas, Viana encontrou um partido recheado de bolsonaristas, mas fragmentado. Parte dos liberais o apoiou, mas outra ala, composta, inclusive, por deputados com mandato, preferiu trabalhar em prol do governador.

Em entrevistas, Viana n�o escondia o "sonho" de ser governador de Minas. Ao escolh�-lo, Bolsonaro evidenciou uma estrat�gia com dois objetivos: primeiro, ter o aliado como seu representante oficial no estado, amplificando a campanha presidencial. O segundo, mas n�o menos importante, era utilizar Viana como ponte para for�ar um segundo turno local.

Se o senador ultrapassasse os dois d�gitos, iria roubar eleitores de Zema e, assim, gerar confronto direto entre o governador e o ex-prefeito de BH em 30 de outubro. Com o movimento, Zema seria quase que obrigado a dar apoio expl�cito ao presidente no segundo turno contra Luiz In�cio Lula da Silva (PT).

Mesmo sem cumprir a miss�o de formar o segundo turno, Viana foi beneficiado pela onda de votos bolsonaristas n�o captados pelas pesquisas - chegar � casa dos 7% representa crescimento acima da margem de erro em rela��o ao Ipec do dia anterior, que estimava 4% dos votos v�lidos para a chapa do PL. E, apesar da derrota do aliado, Bolsonaro j� afirmou ter aberto canal de di�logo com Zema por uma uni�o eleitoral.

Embora tenha pedido votos a Viana em alguns momentos, como durante uma transmiss�o pela internet na sexta-feira (30), Bolsonaro n�o se furtou a elogiar Zema em v�rios momentos. Em agosto, o presidente liderou um com�cio em BH, mas o senador n�o participou. O mesmo aconteceu na semana retrasada, em Divin�polis, no Centro-Oeste: o candidato ao governo foi ao aeroporto da cidade recepcionar o aliado, mas n�o ficou para as agendas.


Ciro e PSDB se juntam, mas ficam estacionados


Embora tenha terminado a apura��o em quarto lugar, atr�s de Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT) passou os �ltimos quatro anos no posto de terceira for�a da pol�tica nacional. O pedetista buscou abrigo em Alexandre Kalil (PSD), mas a alian�a entre o ex-prefeito de BH e Lula frustrou os planos iniciais.

O PDT, ent�o, passou a articular a candidatura do ex-deputado federal petista Miguel Corr�a. A ideia, contudo, foi publicamente recha�ada por Ciro, que acusou o correligion�rio de ser "ficha-suja".

Sem tempo para construir uma alternativa vi�vel nos quadros internos, os trabalhistas articularam, ent�o, uma alian�a com Marcus Pestana (PSDB). Para atrair os pedetistas, os tucanos entregaram a candidatura ao Senado a Bruno Miranda. Pestana, contudo, n�o decolou nas pesquisas e terminou com cerca de 0,5% A campanha tentou resgatar feitos das gest�es dos tucanos Antonio Anastasia e A�cio Neves, mas o PSDB n�o encontrou apoio, sequer, no Cidadania, partido com quem forma uma federa��o.

O Cidadania foi convidado a compor a chapa de Zema e iria indicar o jornalista Eduardo Costa para a vaga de vice. Majorit�rio na federa��o, contudo, o PSDB impediu a uni�o e obrigou o coirm�o a entregar o tempo de TV a Pestana. Informalmente, contudo, o Cidadania apoiou a reelei��o do governador - impondo a Pestana o mesmo problema que Viana sofreu com parte do PL.

O roteiro de Ciro foi semelhante ao vivido por ele em Minas h� quatro anos. � �poca, o PDT trabalhou para apoiar Marcio Lacerda (PSB), mas uma articula��o nacional fez os socialistas retirarem a candidatura pr�pria. De modo apressado, foi preciso apostar em Adalclever Lopes (ent�o no MDB), que terminou em quarto. 

Na �ltima semana, Lorene Figueiredo (Psol) ganhou cartaz por causa do bom desempenho no debate da "TV Globo". Dona de um leque que simbolizava a diversidade, ela viralizou ao reagir com bom humor ao fato de Zema t�-la chamado de "Edilene" - devolveu chamando-o de Romeu "da Zema". O pouco tempo para crescer e o fato de a maioria das for�as de esquerda ter se aglutinado em torno de Kalil, entretanto, brecou a crescente.

Tebet sem palanque e Uni�o Brasil neutro


Em uma elei��o marcada pela associa��o dos candidatos locais a padrinhos nacionais, n�o houve, em Minas, quem defendesse Simone Tebet. Mesmo tendo capilaridade suficiente no interior para construir palanque pr�prio, o MDB optou por apoiar a reelei��o de Zema. A aproxima��o ao governador se estreitou depois que Carlos Viana deixou o partido - por, justamente, interpretar que existia a chance de n�o conseguir emplacar uma candidatura

Quem tamb�m renunciou ao uso de sua capilaridade foi o Uni�o Brasil, fruto da fus�o entre DEM e PSL. Maior bancada do Congresso Nacional e dona da maior fatia do Fundo Eleitoral, a sigla escolheu ficar neutra na disputa em Minas. Uma uni�o a Carlos Viana, que poderia potencializar o senador, chegou a ser anunciada, mas n�o se concretizou.

O PSB de Geraldo Alckmin tamb�m tentou reivindicar para si o posto de terceira via e anunciou a pr�-candidatura de Saraiva Felipe, ex-ministro da Sa�de. A necessidade de unir os partidos do grupo de Lula em torno de Kalil, entretanto, fez os socialistas desistirem do plano.


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