
O mandat�rio comparou a apura��o do �ltimo domingo (2) com a das elei��es de 2014, quando a ent�o presidente Dilma Rousseff (PT) se reelegeu por uma pequena margem de votos. Bolsonaro afirma que o atual deputado A�cio Neves (PSDB-MG) venceu o pleito, tese j� recha�ada pelo pr�prio tucano.
"At� o gr�fico da evolu��o que foi feito aqui levando-se em conta cada percentual de voto que era computado criou figura geogr�fica uniforme bem t�pica de algoritmo, muito parecido com aquela do segundo turno de 2014 do A�cio Neves", afirmou em uma transmiss�o ao vivo nas redes sociais.
Bolsonaro j� afirmou em outras oportunidades que a alegada fraude no pleito de 2014 est� comprovada pelo fato de A�cio e Dilma terem aparecido intercalados na lideran�a de votos recebidos por mais de 200 minutos. Na teoria propagada pelo presidente e que j� foi desmentida pelo TSE, esse tipo de padr�o matem�tico n�o poderia ocorrer de forma espont�nea.
Nesta quarta, o presidente disse que "apareceram alguns problemas" na apura��o e que "passou para frente esses problemas".
No �ltimo domingo, logo ap�s a divulga��o do resultado da elei��o, em que ficou atr�s de Lula, mas com diferen�a menor do que era apontado pelas pesquisas e com vit�ria de diversos aliados, Bolsonaro evitou levantar suspeitas contra as urnas, como costuma fazer.
Ele disse apenas que aguarda um relat�rio das For�as Armadas, que integra uma comiss�o de transpar�ncia eleitoral do TSE para opinar sobre o assunto.
Nesta quarta, por�m, ele comparou a apura��o deste ano com a de 2014, que ele j� afirmou que houve fraude.
"Conseguiu j� a maioria, da� ela foi numa paralela at� o final e cada vez que entrava um minuto de voto dava ora vit�ria de A�cio, ora vit�ria da Dilma, e assim foi paralela at� final e foi decidido segundo turno de 2014. Agora parece que se tivesse mais 5% o nosso oponente teria conseguido elei��o no primeiro turno", disse.
A alegada altern�ncia entre Dilma e A�cio alegada por Bolsonaro n�o aconteceu. Mesmo se considerada a question�vel metodologia do v�deo, ao efetuar os c�lculos corretamente, o suposto padr�o desaparece.
Em julho de 2021, o mandat�rio fez uma live com uma profus�o de mentiras sobre as urnas.
Nela, apresentou um v�deo que serve como base para sua teoria. Um homem an�nimo diz ter encontrado um padr�o nos dados divulgados minuto a minuto que indicariam fraude, pois tal altern�ncia entre A�cio e Dilma no recebimento da maioria dos votos a cada parcial s� seria poss�vel por meio do uso de um algoritmo.
Ao observar o gr�fico com os votos apurados a cada minuto pelo TSE, � poss�vel ver que n�o h� um padr�o, tampouco que Dilma e A�cio aparecem continuamente intercalados por mais de 200 minutos.
O que o gr�fico mostra � que, no in�cio da apura��o, A�cio recebe sempre mais votos do que Dilma e que, a partir das 18h25, Dilma registra quase sempre um ganho maior de votos.
De acordo com o TSE, esse comportamento � explicado pela distribui��o geogr�fica da apura��o das urnas.
No in�cio da contagem dos votos, a apura��o ocorreu predominantemente nas regi�es Sul e Sudeste, onde A�cio venceu. Com isso, o tucano manteve a dianteira na apura��o parcial. Mas a situa��o se inverteu com a computa��o dos votos do Norte e Nordeste, onde Dilma atingiu ampla vantagem. Isso consolidou a vit�ria da petista, que foi reeleita com 51,6% dos votos, conta 48,3% de A�cio.
Uma auditoria independente promovida pelo PSDB entre 2014 e 2015 concluiu que n�o foi poss�vel identificar fraudes na vota��o de 2014. No entanto, os autores fizeram v�rias sugest�es de mudan�as e sustentaram que n�o era poss�vel fazer uma auditoria externa independente e efetiva do sistema. O TSE contesta essas conclus�es e sustenta que o sistema j� � completamente audit�vel.