
BRAS�LIA, DF (FOLHAPRESS) - A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) quer ampliar o material publicit�rio com enfoque na popula��o do Nordeste, regi�o com eleitorado majoritariamente alinhada ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).
A comunica��o com esse segmento tem que ser direta, na avalia��o de aliados. Por isso, a campanha deve destacar dados e informa��es regionais.
A economia deve ser um ponto central. Para combater os elevados �ndices de pobreza nos estados nordestinos, o material buscar� apresentar Bolsonaro como solu��o para alavancar o crescimento da regi�o --numa contraposi��o a governos estaduais, associados por Bolsonaro a partidos de esquerda.
Em encontros com aliados no in�cio da campanha do segundo turno, Bolsonaro foi alertado sobre as dificuldades de conter a ampla vantagem petista especialmente em estados como Bahia, Pernambuco e Cear� -os maiores col�gios eleitorais do Nordeste.
Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, Lula lidera no Nordeste (66% a 28%) -regi�o em que saiu das urnas com uma frente de quase 13 milh�es sobre Bolsonaro.
Al�m da campanha centrada na regi�o, a equipe de Bolsonaro quer ressaltar as medidas e promessas mais recentes na �rea social, apresentadas em meio � corrida presidencial. � o caso da manuten��o do Aux�lio Brasil acima de R$ 600 e do 13º para benefici�rias do programa social.
Ap�s ter associado o petismo nordestino ao analfabetismo, Bolsonaro tem ampliado elogios � regi�o e voltou a criticar o PT. Em uma transmiss�o em rede social, ele afirmou que dados econ�micos da regi�o s�o inferiores porque tais estados "h� 20 anos est�o sendo governados pelo PT".
Aliados de Bolsonaro dizem que, na disputa de segundo turno, � momento de o presidente aproveitar a capilaridade da pol�tica.
No primeiro turno, candidatos do partido no Nordeste evitaram usar a imagem de Bolsonaro na campanha. Agora, a avalia��o � que, com o mandato garantido, todos os integrantes do PL ter�o mais tempo e disposi��o para aderirem ao esfor�o de reelei��o do presidente.
Um exemplo � o deputado federal Jo�o Carlos Bacelar (PL-BA), cuja campanha sequer usou as cores verde e amarelo tomadas pelo bolsonarismo. Outro caso � de Fernando Rodolfo (PL-PE), tamb�m reeleito.
Apesar de o foco da campanha bolsonarista ser o Sudeste, regi�o com maior n�mero de eleitores, o presidente foi aconselhado a visitar mais o Nordeste at� a vota��o em segundo turno.
Para as demais regi�es do pa�s, a campanha quer reduzir a alta absten��o em estados que registraram forte vota��o bolsonarista.
A taxa de absten��o no Brasil foi de 20,9% no primeiro turno. Mas, ao analisar o �ndice por estados, os locais com percentual mais elevado s�o os dominados por Bolsonaro.
Rio de Janeiro, Rond�nia, Mato Grosso e Acre foram os estados com maior absten��o -taxas entre 22,4% e 24,7%.
A absten��o tradicionalmente � maior em votantes de baixa renda, ou seja, eleitorado com tend�ncia mais lulista.
Mas a campanha de Bolsonaro avalia que, em alguns estados espec�ficos, um maior comparecimento tende a beneficiar Bolsonaro.
L�der da bancada evang�lica, o deputado S�stenes Cavalcante (PL-RJ) afirma que a costura pol�tica de Bolsonaro ap�s o resultado do primeiro turno ir� ampliar a vota��o do presidente.
"A vota��o do Cl�udio Castro [governador reeleito do Rio de Janeiro] foi alta nas periferias. Ele pode ajudar a melhorar o desempenho do Bolsonaro nesses bairros", disse.
S�stenes tamb�m sugeriu � campanha que as igrejas evang�licas do Nordeste entrem no planejamento das a��es at� o segundo turno.
Na quarta (5), Bolsonaro se reuniu com senadores no Pal�cio da Alvorada e pediu aos parlamentares empenho no segundo turno.
O mandat�rio afirmou que o Brasil elegeu um Senado de perfil de centro-direita e que ter� mais facilidade para aprovar suas pautas, caso seja reeleito.
"Obviamente, pedi para eles, aqui, um esfor�o maior ainda at� o dia 30 [de outubro] para conseguir mais pessoas para votar na gente, porque assim teremos a certeza de que o Brasil n�o sofrer� qualquer retrocesso. E as nossas pautas de fam�lia tamb�m ser�o mantidas. Cada vez mais o respeito � fam�lia, a necessidade que n�s temos, a certeza de garantir liberdades e garantias individuais", disse o presidente.
O senador Roberto Rocha (PTB-MA), que n�o conseguiu se reeleger, disse que Bolsonaro pode melhorar de desempenho no segundo turno porque n�o h� elei��o para os demais cargos na maioria dos estados e a popula��o do Nordeste � muito influenciada pelos pol�ticos locais.
"No primeiro turno, no Nordeste, especialmente, vale muito a for�a dos pol�ticos. Alguns l� chamam de vaqueiros. Pol�ticos locais que arrastam o eleitor para urna. No segundo turno, a gente n�o tem isso. A elei��o � mais solteira e � importante a gente destacar que o Bolsonaro n�o � candidato a elei��o, ele � candidato � reelei��o", disse Rocha.