Correio Braziliense

O presidente Jair Bolsonaro (PL) n�o descarta a possibilidade de, caso reeleito, discutir em um eventual pr�ximo mandato proposta de aumento no n�mero de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa medida n�o seria in�dita no cen�rio pol�tico. Durante a ditadura militar (1964-1985), por meio do Ato Institucional nº 02 (AI-2), de 27 de outubro de 1965, a quantidade de ministros da Corte passou de 11 para 16, acr�scimo mantido pela Constitui��o de 24 de janeiro de 1967.
"J� chegou essa proposta para mim e eu falei que s� discuto depois das elei��es. Eu acho que o Supremo exerce um ativismo judicial que � ruim para o Brasil todo", disse o presidente em entrevista � revista Veja. "O pr�prio Alexandre de Moraes instaura, ignora Minist�rio P�blico, ouve, investiga e condena. N�s temos aqui uma pessoa dentro do Supremo que tem todos os sintomas de um ditador. Eu fico imaginando o Alexandre de Moraes na minha cadeira. Como � que estaria o Brasil hoje em dia?"
Ainda durante a ditadura militar, com base no Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, foram aposentados, em 16 de janeiro de 1969, tr�s ministros do STF. Depois, o Ato Institucional nº 6, de 1º de fevereiro de 1969, restabeleceu o n�mero de 11 ministros da Corte, acarretando o n�o preenchimento das vagas que surgiram at� que fosse atendida essa determina��o.
Durante o regime militar, a Corte nunca deixou de funcionar, mas o STF teve o seu poder de atua��o enfraquecido. "Apesar da press�o constante dos militares sobre a Corte - inclusive na nomea��o de novos ministros -, n�o era interessante ao regime chegar ao ponto de fech�-lo, porque isso configuraria a ditadura na sua forma mais primitiva. Por isso, o Supremo permaneceu aberto, mas sob a extrema inger�ncia dos militares", mostra publica��o no pr�prio site do STF.
Bolsonaro indicou dois ministros ao Supremo durante o seu mandato como presidente. Andr� Mendon�a e Kassio Nunes Marques assumiram as vagas de Marco Aur�lio Mello e Celso de Mello, que se aposentaram.
Durante o pr�ximo mandato presidencial, mais duas vagas ser�o abertas. Rosa Weber e Ricardo Lewandowski, indicados em governos petistas, se aposentar�o.
Evang�licos
Durante transmiss�o ao vivo nas redes sociais, nesta sexta-feira (7/10), Bolsonaro disse que crist�os precisam falar de pol�tica hoje para "poder falar de Deus amanh�". Os evang�licos s�o uma das principais bases eleitorais do chefe do Executivo, mas ele encontra mais resist�ncia entre os cat�licos.
Nos �ltimos dias, a campanha do candidato � reelei��o come�ou a temer que ele perca votos do segmento religioso por causa de um v�deo que viralizou nas redes sociais com imagens antigas de Bolsonaro em uma loja da ma�onaria.
"Crist�os, falem de pol�tica hoje para poder falar de Deus amanh�", declarou o presidente durante a live, feita em Bel�m, ao lado da deputada Bia Kicis (PL-DF). A parlamentar, por sua vez, afirmou que padres est�o fazendo campanha para Bolsonaro no Par�. A live tamb�m contou com a participa��o dos deputados Joaquim Passarinho (PL-PA) e Carla Zambelli (PL-SP).