Lula mescla defesa a Minas Gerais e ataque a Bolsonaro em discurso em BH

�gor Passarini e Matheus Muratori

O discurso de Luiz In�cio Lula da Silva (PT) na tarde deste domingo (09/10) na Pra�a Tiradentes, Regi�o Centro-Sul da capital de Minas Gerais, foi marcado pela valoriza��o do estado mineiro, ataques ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL) - rival de Lula no segundo turno da elei��o presidencial - e outras pautas recorrentes nas falas do petista. Entre elas, est�o defesa da mulher, de povos origin�rios e tamb�m ao meio ambiente.

 

 

Foram 11 minutos de um discurso marcado pela empolga��o de Lula, mesmo ap�s participar de uma caminhada (ele estava em cima de uma caminhonete) com os milhares de apoiadores, que come�aram a descer da Pra�a da Liberdade por volta de meio-dia. Pouco mais de uma hora e meia de caminhada, o pronunciamento foi feito na Pra�a Tiradentes.

Lula iniciou valorizando o territ�rio mineiro. O candidato do PT citou a Inconfid�ncia Mineira, de 1789, que lutou contra o dom�nio portugu�s, e o assassinato de Tiradentes - que d� nome � pra�a onde parte do ato desse domingo foi finalizado - pelos governantes da �poca.

"Foi aqui em Minas Gerais que surgiu o primeiro embri�o da Independ�ncia do Brasil. O que voc�s est�o demonstrando hoje � que os ditadores da �poca enforcaram Tiradentes, esquartejaram, salgaram e penduraram em um poste a sua carne para que ningu�m nunca mais ousasse falar em independ�ncia. O que eles n�o sabiam � que eles mataram apenas a carne. As ideias continuaram com o povo de Minas Gerais", declarou.

Lula terminou � frente no primeiro turno, com 48,43% dos votos v�lidos no �ltimo domingo (2), no primeiro turno. Bolsonaro (PL), candidato � reelei��o, teve 43,20%.

Na sequ�ncia, Lula disse que "Minas n�o suporta ditadura, Minas n�o suporta opress�o" e defendeu uma pol�tica p�blica voltada para emprego, cultura, mais oportunidades para os jovens e respeito �s mulheres. 

Ataques a Bolsonaro

Ap�s falar que deve participar dos confrontos na TV, o presidente do Brasil entre 2003 e 2010 disse que vai "colocar muito repelente no corpo com medo de uma mordida" de Bolsonaro. "Ele disse numa entrevista para o New York Times que ele teria coragem de comer carne de �ndio. Se ele pensar em dar uma mordida no pernambucano, ele vai morrer envenenado", completou. Houve outras cr�ticas � gest�o de Bolsonaro durante o discurso.

Cultura, meio ambiente e pautas igualit�rias

Lula estava acompanhado de v�rios apoiadores, dentre pol�ticos e artistas. Um deles era o cantor Chico Buarque, e o candidato prometeu a recria��o do Minist�rio da Cultura.

Posteriormente, o ex-presidente retomou com assuntos abordados por ele corriqueiramente: pautas igualit�rias de g�nero, defesa de povos origin�rios e defesa do meio ambiente, com men��o breve � Serra do Curral: "Vai ter um cuidadinho especial", disse, sobre o cart�o-postal de BH, amea�ado pela minera��o.

Lula retornou a S�o Paulo ap�s o ato em BH, mas deixou o caminh�o de som com uma mensagem esperan�osa aos milhares de apoiadores: "At� a vit�ria, se Deus quiser", afirmou, ao encerrar o com�cio. Antes de Lula, falaram no caminh�o de som: Reginaldo Lopes (PT-MG), deputado federal; Mar�lia Campos (PT), prefeita de Contagem; Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT; e Chico Buarque, m�sico.

O segundo turno da elei��o presidencial ser� realizado em 30 de outubro. Minas, estado tido como chave na disputa presidencial, � o segundo maior col�gio eleitoral do Brasil. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram 12.655.228 eleitores no primeiro turno, atr�s somente de S�o Paulo - com 27.189.714 votos.