
Ingrid Soares
Bras�lia – O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato � reelei��o, segue o plano de conquistar ainda mais apoio nos munic�pios brasileiros. Ontem, ele recebeu, no Pal�cio da Alvorada, os prefeitos de Manaus, David Almeida (Avante), e de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos).
Ambos disseram que caminhar�o ao lado do presidente no segundo turno. “Estaremos recebendo tamb�m outros prefeitos de Santa Catarina, Cambori�, Pelotas e Rio Grande do Sul. Continuamos fazendo as articula��es. Estamos indo bem e acreditamos na vit�ria”, disse Bolsonaro, que afirmou querer “hipotecar solidariedade e esperan�a de continuar tendo uma pol�tica sadia” com sua reelei��o.
“Agora, com votos somente de governador e presidente, esse apoio estar� mais concentrado e, na ponta da linha, traduzido em mais votos para mim e para o Tarc�sio”, emendou.
O prefeito David Almeida relatou que a quest�o sobre a redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na Zona Franca de Manaus causou diverg�ncia, mas que, ap�s a reuni�o de ontem, “tudo ficou esclarecido”. Ele destacou ainda ter autonomia para se posicionar a favor de Bolsonaro, mesmo que seu partido apoie o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Diesel vai diminuir
Ainda ontem, Bolsonaro afirmou que o pre�o do diesel vai diminuir “em breve”. A declara��o ocorreu durante entrevista a jornalistas, em Ceil�ndia.
“Reconhe�o que est� alto, mesmo zerando os impostos federais do diesel. J� chegaram dois navios russos, n�o sei os pre�os. N�o � a Petrobras, s�o importadores privados, e eles n�o comprariam da R�ssia que n�o fosse um pre�o mais compensador”, afirmou.
“N�s pavimentamos esse terreno para que esse diesel chegasse at� aqui. Espero que comece a chegar com mais frequ�ncia e, brevemente, devemos sentir tamb�m a queda do pre�o do diesel. Caindo o diesel, a tend�ncia da infla��o � se manter l� embaixo”, afirmou.
No local, o chefe do Executivo cumprimentou apoiadores e parou para comer pastel em um quiosque. “Sempre estive no meio do povo, mesmo durante a pandemia. Passei por aqui no momento grave da pandemia, entrei na casa do povo. E, agora, a gente retorna, pergunta para as pessoas humildes como viveram na pandemia, antes da pandemia, se acreditam que v�o ter picanha todo domingo com cerveja em casa ou n�o”, declarou o candidato � reelei��o.
“Falam que eu deveria oferecer coisas. Se vai cumprir ou n�o, [a gente] v� depois. Eu mantenho a minha posi��o da verdade acima de tudo. Obviamente, eu n�o quero perder a elei��o. N�o � por mim, � o futuro do meu Brasil”, emendou.
Durante a visita a Ceil�ndia, onde gravou v�deo para a sua campanha, Bolsonaro se irritou ao ser questionado por uma rep�rter a respeito do recuo sobre o chamado or�amento secreto e disse desconhecer ter “desvetado” a medida.
"Por favor, voc� n�o aprendeu or�amento secreto ainda, que n�o � meu? Pelo amor de Deus, para com isso. Or�amento secreto � uma decis�o do Legislativo que eu vetei, depois derrubaram o veto. Quem recuou do veto? Ah, eu desvetei? Desconhe�o desvetar", disse encerrando a entrevista.
Frequentemente, Bolsonaro tem dito n�o ter responsabilidade sobre a medida. O mesmo ocorreu no �ltimo debate na TV Globo, no dia 30. “Voc� sabe que o or�amento secreto n�o � meu. Eu vetei. Depois, passou e virou uma realidade. Eu n�o indico um s� centavo nesse dito or�amento secreto. Ele � totalmente administrado pelo relator, ou da C�mara, ou do Senado. Ent�o, n�o existe da minha parte qualquer coniv�ncia com esse or�amento.” O presidente sancionou, sem vetos, o or�amento secreto de 2022 e o de 2023, conhecido como RP9.
O que � or�amento secreto?
Criadas em 2019 e implementadas em 2020, as chamadas emendas de relator do Or�amento ficaram conhecidas como or�amento secreto por permitir que parlamentares destinem recursos que saem diretamente dos cofres da Uni�o sem que haja transpar�ncia para onde vai o dinheiro.
Ao n�o especificar nomes, limites e o destino, o mecanismo facilita, na pr�tica, os casos de corrup��o. Pode ser ainda utilizada como moeda de troca, a fim de facilitar a aprova��o de medidas no Congresso junto aos parlamentares