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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Como Helder Barbalho fez alian�a com 15 partidos e venceu PL com 70% no PA

Para conseguir apoio de v�rios lados, Barbalho se afastou da polariza��o das elei��es presidenciais e se valeu de um novo arranjo de for�as pol�ticas no Par�


13/10/2022 10:49 - atualizado 13/10/2022 11:29

Hélder Barbalho
H�lder Barbalho fugiu da polariza��o (foto: ERASMO SALOMAO)
Uma alian�a extensa com 15 partidos de ideologias diferentes ajuda a explicar por que o governador do Par�, Helder Barbalho (MDB), foi reeleito para o segundo mandato no primeiro turno com a maior vota��o do pa�s. Ele obteve 70,47% dos votos v�lidos (mais de 3 milh�es), derrotando o principal concorrente, Zequinha Marinho (PL), aliado de Jair Bolsonaro.

Juntaram-se � campanha do emedebista os partidos PSDB, Cidadania, PT, PCdoB, PV, PP, PSD, PDT, Republicanos, Avante, Podemos, Uni�o Brasil, DC, PTB e PSB.

Com tantas siglas aliadas —incluindo legendas que nacionalmente apoiavam Bolsonaro— o tempo de propaganda pol�tica de Barbalho na TV tamb�m foi maior.

J� o principal advers�rio de Barbalho contou apenas com Patriota e PSC como aliados.

Para conseguir apoio de v�rios lados, Barbalho se afastou da polariza��o das elei��es presidenciais e se valeu de um novo arranjo de for�as pol�ticas no Par�, segundo especialistas.

A m� avalia��o dos �ltimos governadores tamb�m favoreceu a reelei��o do emedebista com ampla vantagem.

Desde a redemocratiza��o, a principal polariza��o no Par� foi entre o antigo PMDB (hoje MDB) e o grupo liderado pelo PSDB. No polo do PMDB estava a fam�lia Barbalho e seus aliados, explica Gustavo Ribeiro, professor de sociologia e ci�ncia pol�tica da Universidade Federal do Par� (UFPA).

"As duas �ltimas gest�es —de governo com Sim�o Jatene e na prefeitura da capital com Zenaldo Coutinho (ambos do PSDB)— sa�ram muito mal avaliadas e isso fez com que o polo de oposi��o ao MDB ficasse enfraquecido", explica Ribeiro.

"Helder teve a capacidade de arregimentar e incorporar o apoio do principal advers�rio, que era o PSDB", avalia. Em crise, a ponto de n�o lan�ar candidato ao governo na elei��o passada, o PSDB ficou ainda mais fraco, alterando as for�as pol�ticas.

"Toda a direita que n�o era bolsonarista estava com ele (Helder Barbalho) e a esquerda teve o PT, um partido forte, que fez coliga��o com Helder com um candidato ao Senado, uma alian�a com o objetivo de marcar posi��o", explica Ribeiro.

O senador Beto Faro (PT) tamb�m conseguiu se eleger, derrotando o oponente do PL.

Al�m da diversidade de partidos, tamb�m ajudou Barbalho o fato de que as alian�as come�aram a se formar bem antes das elei��es, ainda em 2020, com apoio de boa parte das prefeituras dos munic�pios paraenses.

"As alian�as com prefeitos do interior fizeram com que Helder tivesse palanque em v�rios munic�pios fortes", diz o especialista.

Em campanha, Barbalho aproveitou para destacar que visitou todos os munic�pios do Par�.

A professora do Instituto de Ci�ncia Pol�tica da Universidade de Bras�lia (UnB) Marcela Machado tamb�m ressalta a habilidade do pol�tico paraense de conseguir unir o centro e a esquerda em uma chapa —e ainda captar votos dos dois lados.

No primeiro turno, Barbalho conseguiu se manter distante da polariza��o entre Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), usando a candidatura do seu partido para presidente —Simone Tebet— como um escudo, segundo Marcela.

Apesar de n�o declarar apoio a nenhum candidato � Presid�ncia, Barbalho acompanhou Tebet durante agenda em Bel�m e tamb�m subiu no palanque de Lula durante com�cio na capital paraense.

A especialista da UnB destaca ainda o aceno de Barbalho a diferentes segmentos da sociedade: de religiosos a ind�genas.

"Ter um governo bem avaliado, se afastar da elei��o presidencial, garantir maioria no legislativo estadual. Al�m disso, flertar com as for�as armadas, com entidades religiosas, povos ind�genas. Com isso, Helder conseguiu reunir quase todos os segmentos da sociedade paraense", afirma a professora da UnB.

INQU�RITOS NA PF

Nem o fato de ser alvo de dois inqu�ritos na Pol�cia Federal teve impacto nas elei��es. E isso, segundo Marcela, tem rela��o com um comportamento eleitoral da sociedade.

"Em geral, a popula��o n�o se preocupa com inqu�ritos. A an�lise das pessoas � a partir do impacto imediato das coisas que permeiam a vida delas."

Uma das investiga��es apontou a compra de respiradores da China que n�o funcionavam, durante a pandemia. O valor da compra foi de R$ 50 milh�es, metade paga antecipadamente.

Na �poca, o governador afirmou que determinou o bloqueio dos pagamentos � empresa e entrou na Justi�a pedindo indeniza��o por danos morais coletivos.

O outro inqu�rito de que o governador paraense foi alvo � o que investigou 12 contratos com quatro organiza��es sociais, que somaram mais de R$ 1,2 bilh�o.

Ao UOL, Barbalho atribuiu a vota��o expressiva � boa avalia��o do governo, que superou a polariza��o pol�tica, reunindo votos de eleitores dos dois lados, direita e esquerda. Ele tamb�m reconhece que as alian�as foram importantes.

"Com apoio de um conjunto de partidos, de lideran�as, prefeitos, deputados, isso nos permitiu garantir uma ampla frente democr�tica apresentando aquilo que n�s desejamos fazer nos pr�ximos quatro anos no estado", disse o governador.

QUEM � HELDER BARBALHO

Natural de Bel�m, Helder Zahluth Barbalho tem 43 anos. Ele � filho do senador Jader Barbalho (MDB), que governou o Par� por duas vezes (1983-1987 e 1991-1994). A m�e, Elcione Barbalho (MDB), � deputada federal desde 2007. O irm�o, Jader Filho, comanda a legenda no estado desde 2019.

Barbalho est� na pol�tica partid�ria desde os 18 anos, quando se filiou ao MDB. Se elegeu vereador de Ananindeua aos 21, em 2000, e depois deputado estadual no pleito de 2002. Aos 25 anos, se tornou prefeito de Ananindeua —quarta maior cidade da regi�o Norte— ap�s vencer as elei��es municipais de 2004. Ele foi reeleito para o mesmo cargo em 2008.

Ap�s deixar o cargo de prefeito, se candidatou ao governo em 2014, perdendo de virada no segundo turno para Sim�o Jatene (PSDB). Ap�s a derrota estadual, comandou os minist�rios da Pesca e Aquicultura e da Secretaria Nacional dos Portos, ambos no governo Dilma Rousseff (PT). Tamb�m foi ministro da Integra��o Nacional no mandato de Michel Temer (MDB).

 


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