Carlos Marcelo e Guilherme Peixoto
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP) chamou de "incontrol�vel", nesta quinta-feira (13/10), a rea��o de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Aparecida (SP), durante as celebra��es do dia de Nossa Senhora Aparecida, ontem. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, Nogueira relacionou as hostilidades, cometidas, inclusive, contra profissionais da TV oficial do Santu�rio, ao que chamou de "revolta" de bolsonaristas com a cobertura do 1° turno da elei��o.
"S�o coisas, �s vezes, incontrol�veis. N�o vou negar. Existe um sentimento de revolta muito grande do eleitorado de Bolsonaro com essa tentativa de estelionato eleitoral que aconteceu no 1° turno. Foi muito grave. Agora: nunca pode descambar para a viol�ncia e (tentativas) de cercear o trabalho da imprensa. Isso, temos de reprovar", disse.
Imagens captadas pela "CNN Brasil" mostraram jornalistas sendo xingados por apoiadores de Bolsonaro do lado de fora da Bas�lica. Alguns, inclusive, aparentavam estar carregando bebidas alc�olicas. "N�o vou negar que existe um sentimento de frustra��o e revolta com o papel de grande parte da imprensa no 1° turno", emendou o ministro.
A "Folha de S. Paulo" publicou, ainda, v�deo que mostra um homem de camisa vermelha, cor do PT de Luiz In�cio Lula da Silva, sendo encurralado por bolsonarista em uma das �reas do Santu�rio de Aparecida.
O "estelionato eleitoral" citado por Ciro Nogueira diz respeito ao resultado das pesquisas eleitorais divulgadas antes da ida da popula��o �s urnas. O senador licenciado defende, inclusive, a instala��o de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) para apurar a conduta dos institutos de pesquisa. Muitos deles n�o acertaram o percentual obtido por Bolsonaro no 1° turno - terminou com 43,2%, ante 48,43% de Lula.
"O que se viu foi que esses institutos, no meu ponto de vista, tentaram criar o maior estelionato eleitoral da nossa hist�ria. Gra�as a Deus, n�o tiveram sucesso. Sa�mos da elei��o com uma perspectiva muito positiva de vit�ria do presidente", criticou.
'Guerra santa' e 'politiza��o'
Ciro Nogueira acusou a Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de, muitas vezes, "politizar" em dire��o � esquerda. Devoto de Nossa Senhora do Perp�tuo Socorro, o ministro disse n�o ver problemas no fato de Bolsonaro ir frequentemente a templos religiosos durante a campanha � reelei��o. Ontem, antes da missa em Aparecida, o presidente participou de um culto evang�lico em Belo Horizonte.
"Temos de respeitar o direito das pessoas. Questionar o direito de um presidente da Rep�blica de ir � Bas�lica mais importante do pa�s no dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil... Deveria ser enaltecido, incentivado, e n�o criticado. Lula e os candidatos tamb�m deveriam ter ido", defendeu.
Nas redes sociais, o debate religioso ganhou cartaz desde o in�cio do 2° turno. A disputa direta entre Lula e Bolsonaro come�ou com falsas acusa��es de satanismo, atribu�da ao petista, e de rela��o com a ma�onaria, que estaria ligada ao candidato do PL. Segundo Ciro Nogueira, temas do tipo receberam destaque por uma estrat�gia do PT.
"Iniciaram o 2° turno chamando o presidente de 'canibal'. Fiquei estarrecido. Imaginei esse desespero na �ltima semana, mas, no primeiro dia do programa eleitoral, come�ar chamando um candidato de 'canibal'? N�o gostaria de um debate dessa forma. Gostaria de um debate de propostas e ideias, mas o PT tem fugido disso", falou.