
O encontro ocorreu no Lago Sul, �rea nobre de Bras�lia, e foi viabilizado por integrantes da Presid�ncia da Rep�blica e da Embaixada da Venezuela no Brasil.
A equipe da primeira-dama foi quem ofereceu o encontro, segundo relatos de pessoas envolvidas. O plano inicial era que a conversa tivesse ocorrido na noite de domingo (16), em S�o Sebasti�o (DF).
Num primeiro momento, houve resist�ncia da fam�lia venezuelana, que estava assustada com a repercuss�o do caso.
Leia: Randolfe pede ao STF prote��o de meninas venezuelanas citadas por Bolsonaro
O encontro, no entanto, aconteceu nesta segunda ap�s a fam�lia decidir que gostaria de ser ouvida pela Michelle e dar a oportunidade da primeira-dama pedir desculpas pela exposi��o indevida das menores de idade.
O principal problema, segundo os relatos, foi com a insinua��o que o presidente fez de que as meninas fossem prostitutas —o que � negado pelos venezuelanos e pela C�ritas Arquidiocesana de Bras�lia, que acompanha os refugiados em S�o Sebasti�o.
Com a exposi��o da fam�lia, o Minist�rio P�blico do Distrito Federal e Territ�rios e a Defensoria P�blica da Uni�o passaram a acompanhar as venezuelanas.
Michelle Bolsonaro e a ex-ministra Damares Alves foram convocadas no domingo pela campanha de Bolsonaro para conversar com a fam�lia venezuelana e arrefecer a crise causada pela fala do presidente.
Em entrevista ao podcast Paparazzo Rubro-Negro na sexta (14), Bolsonaro disse, enquanto dirigia por S�o Sebasti�o, a cerca de 30 km do centro de Bras�lia, ele encontrou adolescentes venezuelanas quando "pintou um clima".
"Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, tr�s, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num s�bado numa comunidade", disse o presidente durante a entrevista.
Leia: Moraes ordena que PT retire v�deos com fala de Bolsonaro sobre venezuelanas
"Pintou um clima, voltei, 'posso entrar na tua casa?' Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, [num] s�bado de manh�, se arrumando —todas venezuelanas. Meninas bonitinhas, 14, 15 anos, se arrumando num s�bado para qu�? Ganhar a vida. Quer isso para a tua filha? E como chegou a este ponto? Escolhas erradas."
Carregando post do Twitter
No domingo, o GSI (Gabinete de Seguran�a Institucional) enviou equipes � comunidade Morro da Cruz, em S�o Sebasti�o, para encontrar os venezuelanos e propor um encontro com Michelle e Damares.
O objetivo inicial era gravar um v�deo com a fam�lia e contar, em detalhes, o que ocorreu no dia em que o presidente a visitou.
A fam�lia venezuelana n�o quis gravar o v�deo, para evitar a exposi��o do caso.
Em 10 de abril de 2021, um s�bado, Bolsonaro fez um passeio por S�o Sebasti�o e entrou numa casa em que viviam mulheres venezuelanas que fugiram da crise pol�tico-econ�mica no pa�s vizinho. Na ocasi�o, ele fez uma live na qual criticou as medidas sanit�rias ent�o adotadas por governadores contra a Covid.
Leia: Lula sobre 'pintou um clima' de Bolsonaro com venezuelanas: 'Agiu de m�-f�'
As garotas venezuelanas recebiam, naquele dia, uma a��o social com foco em quest�es est�ticas e de bem-estar, como maquiagem e massagem.
Durante a entrevista ao podcast, Bolsonaro insinuou que as adolescentes estavam bem vestidas e "arrumadas" na tarde de s�bado para "ganhar a vida", em refer�ncia a explora��o sexual.
Na entrevista que originou as cr�ticas a Bolsonaro, o objetivo do presidente era refor�ar o mote de um suposto risco de o Brasil "virar uma Venezuela" caso Lula ven�a o segundo turno do pleito presidencial.
A fala do mandat�rio tamb�m foi criticada por sugerir que ele n�o tomou provid�ncias diante de uma situa��o de explora��o sexual de menores. Ainda que a campanha admita a repercuss�o negativa do caso, o epis�dio n�o � visto como definidor na disputa pelo Planalto, segundo o entorno do mandat�rio.
O "Beab� da Pol�tica"