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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Saiba o que liga Bolsonaro a Roberto Jefferson e ao ataque a policiais federais


24/10/2022 12:00 - atualizado 24/10/2022 12:24

Roberto Jefferson e Bolsonaro
Roberto Jefferson e Bolsonaro (foto: Reprodu��o/Redes sociais)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta se descolar da imagem de seu aliado Roberto Jefferson desde a tarde do �ltimo domingo (23), quando o ex-presidente do PTB atirou contra policiais federais que cumpriam uma ordem de pris�o em sua casa.

Jefferson estava em pris�o domiciliar com tornozeleira eletr�nica e foi preso por determina��o do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A justificativa � que o pol�tico descumpria medidas impostas pela Justi�a.

A aproxima��o entre os dois pol�ticos ficou mais evidente no in�cio de 2020, quando Jefferson se radicalizou e passou a posar com armas e a defender a demiss�o de todos os ministros do STF.

Relembre alguns pontos que ligam o �ltimo epis�dio do ex-deputado a Bolsonaro.

CR�TICAS � PRIS�O

Em agosto de 2021, Bolsonaro afirmou que n�o se podia aceitar passivamente pris�es como a de Jefferson. No v�deo, o presidente menciona tamb�m os casos do ex-deputado federal Daniel Silveira, correligion�rio de Jefferson, e do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eust�quio.

"Um ministro do Supremo Tribunal Federal mandar prender, isso n�o � justo. (...) Voc� n�o pode prender um deputado federal. E foi preso h� pouco tempo um deputado federal [Silveira] e continua preso at� hoje em pris�o domiciliar. A mesma coisa um jornalista, blogueiro [Eust�quio]. Ele continua em pris�o domiciliar at� hoje. Temos agora um presidente de partido [Jefferson]. A gente n�o pode aceitar passivamente isso dizendo: 'Ah, n�o � comigo'. Vai bater na tua porta", afirmou.

Filho de Bolsonaro, Carlos tamb�m qualificou a pris�o de "injusta", em uma publica��o pelo Twitter na mesma �poca. "Qualquer inocente sabe que sua pris�o � preocupante n�o somente a um, mas a todos os brasileiros", escreveu.

Em abril de 2020, Bolsonaro compartilhou uma live, posteriormente retirada do ar por uma decis�o da Justi�a, em que Jefferson menciona um suposto golpe para aprovar o impeachment de Bolsonaro, arquitetado com governadores e l�deres como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

 

PADRE KELMON

No �ltimo domingo, quando Jefferson resistia � ordem de pris�o, Padre Kelmon (PTB) foi at� a resid�ncia do ex-deputado para, segundo sua assessoria, oferecer apoio espiritual. Mais tarde, o padre foi visto entregando um fuzil do pol�tico aos policiais.

Kelmon ganhou notoriedade neste ano, quando entrou na corrida pelo Pal�cio do Planalto ap�s o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negar o registro de candidatura de Jefferson --ineleg�vel at� dezembro de 2023 por condena��o no esc�ndalo do mensal�o.

Uma vez no p�reo, Kelmon fez dobradinha com Bolsonaro e tumultuou um debate na televis�o �s v�speras do primeiro turno. No segundo turno, declarou apoio ao presidente.

Em v�deo deste ano com uma dirigente do PTB, Bolsonaro mandou um abra�o a Jefferson.

 

XINGAMENTO A MINISTROS DO STF

Dois dias antes da ordem de pris�o, na sexta-feira (22), Jefferson atacou a ministra C�rmen L�cia e a comparou a "prostitutas", "arrombadas" e "vagabundas".

Segundo a coluna M�nica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o STF havia recebido informa��es de que o ex-deputado aumentaria o tom de seus ataques �s institui��es �s v�speras do segundo tuno e mantinha um arsenal de armas em sua casa de forma irregular.

Investidas contra o Judici�rio n�o s�o uma novidade na vida p�blica de Jefferson. Em maio de 2020, o pol�tico publicou uma foto segurando uma arma e pedindo ao presidente para tirar ministros do STF.

"Bolsonaro, para atender o povo e tomar as r�deas do governo, precisa de duas atitudes inadi�veis: demitir e substituir os 11 ministros do STF, heran�a maldita. Precisa cassar, agora, todas as concess�es de r�dio e TV das empresas concession�rias Globo. Se n�o fizer, cai", escreveu ele.

O presidente tamb�m acumula ataques e xingamentos a membros do Judici�rio. Em agosto de 2021, diante de apoiadores em Joinville (SC), Bolsonaro chamou o ministro do STF Lu�s Roberto Barroso de "filho da puta". No trecho, Bolsonaro d� a entender que o ministro teria mandado gente para o local para atac�-lo.

Em setembro deste ano, o presidente se referiu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, como "vagabundo" durante um discurso em Novo Hamburgo (RS). Ele se referia � a��o contra empres�rios que participavam de um grupo de WhatsApp onde se defendeu golpe de Estado.

"Eu posso pegar meia d�zia aqui, bater um papo e falar o que bem entender. N�o � porque tem um vagabundo ouvindo atr�s da �rvore a nossa conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora, mais vagabundo do que esse que est� ouvindo a conversa � quem d� a canetada ap�s ouvir o que ouviu esse vagabundo", afirmou.

 

AMEA�AS DE DESCUMPRIMENTO DE ORDENS

Bolsonaro j� deu a entender, em maio de 2020, que poderia deixar de cumprir ordens judiciais que considerasse absurdas. Um dia antes, uma opera��o policial ordenada pelo STF havia atingido empres�rios, pol�ticos e ativistas bolsonaristas.

"N�o teremos outro dia como ontem, chega", disse, na sa�da do Pal�cio da Alvorada. "Querem tirar a m�dia que eu tenho a meu favor sob o argumento mentiroso de fake news."

Em outro trecho, Bolsonaro afirmou ter em m�os as "armas da democracia" e que "ordens absurdas n�o se cumprem".

Nas comemora��es do 7 de Setembro do ano passado, o presidente repetiu a amea�a.

"N�s devemos, sim, porque eu falo em nome de voc�s, determinar que todos os presos pol�ticos sejam postos em liberdade. Dizer a voc�s, que qualquer decis�o do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente n�o mais cumprir�. A paci�ncia do nosso povo j� se esgotou", afirmou Bolsonaro.

"[Quero] dizer aos canalhas que eu nunca serei preso", continuou o presidente na mesma ocasi�o. "Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. N�o se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade."

 

POVO ARMADO

Bolsonaro � um entusiasta do armamento da popula��o desde que chegou � C�mara dos Deputados, em 1991. Durante o mandato na Presid�ncia, falou em diversas ocasi�es que "um povo armado jamais ser� escravizado".

No final de setembro deste ano, durante ato de campanha em Campinas (SP), repetiu o bord�o. "Se precisar lutar contra essa quadrilha, n�s lutaremos", afirmou.

No final de agosto do ano passado, Bolsonaro defendeu a apoiadores em frente ao Pal�cio da Alvorada que todos comprassem armas. "Tem que todo mundo comprar fuzil, p�", disse.

O presidente ironizou quem se op�e � pol�tica. "Eu sei que custa caro. Da� tem um idiota que diz 'ah, tem que comprar feij�o'. Cara, se n�o quer comprar fuzil, n�o enche o saco de quem quer comprar", declarou.

Jefferson come�ou a tornar p�blico o seu posicionamento em uma publica��o no Twitter em maio de 2020, quando, com arma em punho, pediu que Bolsonaro demitisse os 11 ministros do STF.

Anos antes, em 1988, ele chegou a ser acusado de ter ido armado a uma sess�o da Constituinte com o objetivo de resolver desaven�as com o ent�o deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). O caso est� registrado no CPDOC (Centro de Pesquisa e Documenta��o de Hist�ria Contempor�nea do Brasil), da Funda��o Getulio Vargas.

Jefferson negou ter ido armado ao plen�rio, mas disse que era membro da Confedera��o Brasileira de Tiro ao Alvo e possu�a uma cole��o de armas.

 


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