Leite disputa o segundo turno contra o ex-ministro bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL), que teve vantagem no primeiro turno. O tucano decidiu n�o abrir seu voto na elei��o presidencial, justificando que, ao faz�-lo, submeteria a elei��o no estado � polariza��o nacional e prejudicaria o debate sobre temas locais.
O apoio veio por meio de uma nota assinada pelo terceiro colocado no primeiro turno, Edegar Pretto, pelos ex-governadores Ol�vio Dutra e Tarso Genro, pelo senador Paulo Paim e pelo presidente do partido no RS, deputado federal Paulo Pimenta.
"Defender o Brasil da amea�a de Bolsonaro e Onyx"
O texto recomenda um "voto cr�tico" em Leite e justifica a decis�o pela compreens�o do "momento pol�tico que vivemos". A nota diz ainda que "todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da democracia e o combate �s candidaturas que representam o atraso bolsonarista".
Em seguida, os petistas chamam a aten��o para as diverg�ncias entre petistas e a gest�o tucana, como a privatiza��o da estatal de saneamento, a Corsan, e a ades�o recente da gest�o tucano ao regime de recupera��o fiscal junto ao governo federal. Por�m, salienta que "� a hora de defender o Brasil e o Rio Grande da amea�a representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Onyx".
A decis�o vai ao encontro da fala de Luiz In�cio Lula da Silva (PT) no dia 19, em Porto Alegre, quando o ex-presidente disse que o partido tinha autonomia "para fazer o que bem entende aqui, menos eleger o Onyx."
Mais tarde, discursando em frente ao Pal�cio Piratini, Lula foi ainda mais enf�tico. Disse aos apoiadores presentes que eles "n�o podem permitir que o Onyx seja o governador desse estado." E complementou: "O Rio Grande do Sul merece mais. O Rio Grande do Sul � s�mbolo da democracia nesse pa�s e a gente n�o pode permitir que a extrema-direita com preconceito venha a governar esse estado".
Voto cr�tico
A express�o "voto cr�tico" tamb�m foi usada por Leite em 2018 para justificar seu apoio a Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno de 2018. Ele disputava contra Jos� Ivo Sartori (MDB), que escancarou o apoio a Bolsonaro e cunhou o termo "Sartonaro".
Na ocasi�o, o PT havia lan�ado como candidato o ex-ministro Miguel Rossetto, que fez 17,7% dos votos, ficou em terceiro lugar e decidiu n�o apoiar ningu�m no segundo turno.
Ainda assim, Leite venceu no segundo turno em 45 dos 46 munic�pios ga�chos em que Rossetto havia vencido. Nas elei��es de 2022, Pretto ampliou o capital pol�tico petista. Fez 26,7% dos votos e por pouco n�o tirou Leite do segundo turno.
Desde ent�o, Leite evitou alian�a formal com o PT, mas sua campanha � marcada pela cordialidade entre tucanos e petistas em oposi��o ao bolsonarismo. Em seu Twitter, Leite agradeceu as manifesta��es de votos de l�deres petistas e, em seu programa eleitoral, citou a converg�ncia com o projeto de Pretto no combate � fome.
Outro aceno entre petistas e tucanos foi o encontro do atual governador Ranolfo Vieira J�nior (PSDB) --vice de Leite antes de sua ren�ncia, em mar�o passado-- com l�deres petistas e Geraldo Alckmin (PSB) no dia da passagem de Lula pelo RS. Segundo a assessoria do governador, o encontro "n�o representou nenhum tipo de apoio pol�tico", e sim "um gesto de hospitalidade e cordialidade".