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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Centr�o sempre � governo e estar� com Lula, diz governador do Maranh�o


25/10/2022 09:53 - atualizado 25/10/2022 11:41

Carlos Brandão (3°, da esq p/dir), entre Felipe Camarão e Lula (à esq) e Flávio Dino (dir)
Carlos Brand�o (3�, da esq p/dir), entre Felipe Camar�o e Lula (� esq) e Fl�vio Dino (dir) (foto: Ricardo Stuckert)
Reeleito no primeiro turno para o Governo do Maranh�o, Carlos Brand�o (PSB) diz que a chave para que Luiz In�cio Lula da Silva (PT) mantenha ou amplie sua margem de vit�ria no estado � n�o deixar a mobiliza��o esfriar.

O poss�vel aumento na absten��o � o maior risco identificado pela campanha de Lula para sua vit�ria no segundo turno.

No Nordeste, onde a ampla maioria do petista sobre Jair Bolsonaro (PL) compensa a desvantagem em outras regi�es, essa preocupa��o � ainda maior.

"N�o podemos deixar a elei��o esfriar", diz Carlos Brand�o, que assumiu o cargo em abril depois da ren�ncia de Fl�vio Dino (PSB), de quem era vice, para disputar o Senado. Ele foi reeleito com 51,14% dos votos no �ltimo dia 2 de outubro.

No Maranh�o, Lula teve 1,7 milh�o de votos a mais do que Bolsonaro, exatamente a mesma margem que o presidente teve sobre o petista em S�o Paulo. "A diferen�a que S�o Paulo fez [para Bolsonaro] n�s tiramos aqui no Maranh�o", diz ele, sem disfar�a o orgulho.

Brand�o se elegeu com uma coliga��o que incluiu desde o PT de Lula at� o PP, que apoia Bolsonaro.

Ele diz que pretende governar com uma base ampla na Assembleia, que incluir� at� o PL, j� interessado numa composi��o pol�tica. "O pessoal aqui � muito governo, n�o quer ficar contra."

Da mesma forma, ele prev� que o centr�o ir� procurar Lula para dar a ele sustenta��o congressual. "O centr�o sempre � governo", diz.

 

FOLHAPRESS - Lula teve 69% dos votos no Maranh�o no primeiro turno. � poss�vel ampliar essa fatia?

CARLOS BRAND�O - N�o podemos deixar a elei��o esfriar. Houve a elei��o no domingo (2), e na segunda-feira (3) j� fizemos uma caminhada. Depois uma agenda com prefeitos e vice-prefeitos e outra com ex-prefeitos. A tend�ncia natural, quando s� h� o candidato a presidente, � uma redu��o na mobiliza��o. Tivemos 23% de absten��o, mas a gente tem uma preocupa��o de que isso n�o aumente no segundo turno. A diferen�a que S�o Paulo fez [para Bolsonaro] n�s tiramos aqui no Maranh�o. Acho que o Lula cresce um pouquinho mais. E a gente n�o v� movimento deles [bolsonaristas] aqui. Teve uma presen�a da primeira-dama e do pr�prio Bolsonaro, que veio num evento fechado, pequeno. Aqui � um estado muito lulista.

 

P. - O PSB n�o teve uma boa elei��o, com redu��o da bancada federal e derrotas duras em Pernambuco, S�o Paulo, Rio de Janeiro etc. Por que isso ocorreu? CB - Quem cresceu foram os partidos do centr�o. Aqui, os deputados atribuem muito a essa quest�o do or�amento secreto, os valores s�o exorbitantes. Isso teve muito impacto.

 

P. - Esse resultado ruim pode prejudicar o espa�o do PSB num eventual governo Lula?

CB - Hoje, para governar, voc� tem que compor com os partidos, sen�o fica muito dif�cil. O centr�o � um grupo de partidos que sempre � governo. Acredito que todos esses partidos, mesmo n�o tendo votado no presidente Lula, v�o se sentar com ele. N�o d� para governar s� com a federa��o PT-PC do B-PV e com o PSB. � imposs�vel, voc� n�o aprova nada no Congresso. S� n�o precisa escancarar como fizeram com o or�amento secreto, exageraram.

 

P. - Se Bolsonaro for reeleito, qual ser� o papel dos governadores do Nordeste, que em geral s�o alinhados � esquerda?

CB - No come�o deste mandato, houve muito interesse dos governadores em dialogar com o presidente. E s� bem para o fim eles desistiram, porque n�o havia reciprocidade. A gente n�o conseguiu fazer uma reuni�o produtiva, para discutir os problemas do pa�s, as obras estruturantes de cada estado. Eu defendo que a gente tente mais uma vez alguma parceria [se Bolsonaro vencer], at� para n�o dizer que n�o tentamos. Mas pelo perfil do presidente Bolsonaro, parece que ele n�o tem muito interesse. Ele faz pol�tica na live. Chega no estado, tem aquela aglomera��o no aeroporto dos eleitores dele. N�o tem di�logo. Mas sinto que essa nossa reuni�o vai ser com Lula.

 

P. - O ex-governador Flavio Dino tinha uma ampla alian�a, que agora se dividiu. � poss�vel refaz�-la no Maranh�o?

CB - Nessa �ltima elei��o a gente construiu uma grande base. Sa�ram s� PDT e Republicanos. O Uni�o Brasil ficou neutro. O PL fez um acordo com o Weverton [Rocha candidato a governador derrotado], mas n�o quer ser oposi��o. J� mandaram recado que na Assembleia v�o marchar junto. O pessoal aqui � muito governo, n�o quer ficar contra. O deputado contra o governo n�o consegue levar uma ponte, um po�o artesiano, apesar de ter emenda impositiva. Eles querem indicar cargos nas diretoria dos hospitais, participar de �rg�os do governo no munic�pio. A quest�o do partido � mais para disputar a elei��o, n�o tem essa ideologia, se � esquerda, direita. A sigla n�o pesa muito, n�o.

 

P. - O sr. vai contemplar todos esses partidos no seu secretariado?

CB - Os partidos que nos ajudaram a tend�ncia � ocuparem espa�o no governo. Qual � a nossa preocupa��o? � a indica��o de um quadro t�cnico qualificado. O partido que nos ajudou, comp�s a nossa base, n�o tem nenhum problema fazer indica��o. S� que tem o crivo da qualifica��o t�cnica, o hist�rico dessa pessoa.

 

P. - O Maranh�o segue sendo um dos estados com piores indicadores sociais do pa�s. Por que isso acontece e onde o governo falhou?

CB - Esses �ndices que a gente tem s�o do censo de 2010. Assumimos o governo em 2015. Em 2015 e 16, tivemos a maior recess�o do pa�s. Em 2021, tivemos a pandemia. Mesmo assim, somos o estado que teve o maior salto positivo no Caged do Nordeste e o quarto do Brasil. Mais de 100 mil empregos formais gerados. No que diz respeito �s escolas, fizemos mais de 1.500 obras educacionais, implanta��o de escolas de tempo integral. O sal�rio de professores temos os melhores do Brasil. Na sa�de, constru�mos 27 hospitais regionais. Criamos a Secretaria de Agricultura Familiar para gerar renda. Quando o novo censo for divulgado, essas a��es v�o se refletir.

 

P. - O sr. come�ou no PFL, depois foi para o PSDB, mudou para o Republicanos, voltou ao PSDB e agora est� no PSB. O sr. � um pol�tico de esquerda?

CB - O meu Brasil � o Maranh�o. Preciso defender os interesses do povo maranhense. Eu estou no centro da esquerda. O dia em que me filiei ao PSB foi o dia em que o governador Geraldo Alckmin se filiou. Nesse momento a gente tem que partir para um lado que restabele�a a democracia. O melhor caminho era me filiar ao PSB, era o partido que apresentava a melhor conjuntura. Estamos defendendo a bandeira da esquerda porque entendemos que � o melhor caminho para o Brasil. N�o essa direita radical. Quando voc� v� que essas ideologias se sobrep�em ao partido, voc� tem que migrar, porque tem que estar num lugar em que voc� acredita.

 

P. - O sr. teme pela democracia se o presidente Bolsonaro se reeleger? Pode haver uma guinada autorit�ria?

CB - Durante esse per�odo na Presid�ncia, os gestos dele preocuparam. Enfrentamento ao Congresso, ao Supremo. A gente tem de ter os Poderes de forma harm�nica e independente. � isso que � direita? Se for eu estou fora. N�o vejo muita pr�-disposi��o de mudan�a. At� pelo jeito, pelo temperamento. N�o vejo ele como um l�der de di�logo. A gente tem que desarmar o palanque. Eu me conduzi de modo diferente aqui. Nos debates, n�o parti para a agress�o. Acabou a elei��o, o palanque est� desmontado. Estou aberto aqui no Pal�cio dos Le�es [sede do governo] para receber qualquer deputado. Receber n�o significa que ter� privil�gio. � l�gico que nossos apoiadores ter�o uma aten��o diferenciada, mas os que n�o apoiarem n�o ser�o discriminados.

 

Raio-x Carlos Brand�o, 64

Graduado em veterin�ria pela Universidade Estadual do Maranh�o, foi secret�rio de Articula��o Pol�tica, chefe de gabinete do governador, deputado federal (2014-17) e vice-governador do Maranh�o (2015-22). O governador j� passou por PFL, PSDB, Republicanos e PSB


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