O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou nesta quarta-feira (26) que as cr�ticas que tem recebido do ministro da Economia, Paulo Guedes, s�o sinais de "frustra��o e desespero" por n�o ter conseguido realizar todas as reformas que abarcavam as promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) num momento em que o mandat�rio aparece atr�s do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de inten��o de voto.
"Paulo Guedes � um ministro que, de baixo do falat�rio enorme, simplesmente n�o faz tudo aquilo que anuncia. N�o � uma quest�o de prestar aten��o ao que � dito, porque ele mostra incompreens�o b�sica da realidade e, evidentemente, parte para o desespero. Isso mostra o desespero de quem passou a vida inteira esperando um cargo e, de repente, fracassa nessa fun��o", afirmou, em entrevista � CNN Brasil.
Mais cedo, o ministro da Economia disse que Meirelles nem economista �. As cr�ticas ocorreram quando Guedes falava sobre o teto de gastos, regra que limita o crescimento de despesas � infla��o implementada quando Meirelles comandava o Minist�rio da Fazenda, durante o governo Michel Temer (MDB). O ministro bolsonarista disse que a medida foi mal constru�da, e por isso o teto foi furado durante a atual gest�o.
"N�s furamos o teto porque � um teto muito mal constru�do", afirmou. "� t�o mal constru�do que o economista, n�o � nem economista, o ministro que est�o falando que vai ser do Lula, o Meirelles, nem economista �", acrescentou, em meio a aplausos da plateia durante evento na Fiemg (Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais).
Guedes tamb�m debochou da forma como Meirelles fala. "Ele fez um teto, passou anos falando 'oh, porque est�o furando meu teto' [imitando a pron�ncia do ex-ministro]. Ele fala empolado, n�?", afirmou, em meio a risadas dos presentes. "J� anunciou que vai entrar furando", disse.
Nesta ter�a-feira (25), o ex-ministro defendeu a continuidade do Aux�lio Brasil no valor de R$ 600 e afirmou que superar "excepcionalmente" o teto de gastos seria uma alternativa para bancar benef�cio social.
"Criar, primeiro, a excepcionalidade para 2023, aquilo que o mercado chama de waiver [licen�a tempor�ria das atuais regras fiscais]. Criar uma excepcionalidade dizendo o seguinte: 'Em 2023, n�s vamos excepcionalmente superar o teto 'em tanto' e cumprir aquilo'", afirmou Meirelles.
Segundo Meirelles, que tamb�m presidiu o BC (Banco Central) durante o governo de Lula, a diferen�a de R$ 200 do Aux�lio Brasil - de R$ 400 para R$ 600 - provocaria custo de R$ 53 bilh�es aos cofres p�blicos.
"N�s temos que definir os gastos que j� est�o definidos e aqueles que ainda n�o est�o definidos, mas que precisam continuar, como o Aux�lio Brasil de R$ 600. N�o � poss�vel chegar para a fam�lia que precisa dos R$ 600 para comer e dizer que, a partir de agora, s�o s� R$ 400. N�o d�, pelo menos durante um bom tempo, at� o pa�s ter condi��es de criar emprego, renda", afirmou.