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Estado de Minas ELEI��ES 2022

Campanha eleitoral em Minas Gerais, estado-chave de um Brasil dividido

Em Minas Gerais, os deputados Nikolas Ferreira (PL) e C�lia Xakriab� (PSOL) fazem campanha para os candidatos � presid�ncia


27/10/2022 19:40 - atualizado 28/10/2022 17:30

 

Nikolas Ferreira (PL) � um jovem influenciador ultraconservador que prega sobre pol�tica em igrejas e redes sociais; C�lia Xakriab� (PSOL) � uma ativista ind�gena determinada a levar a emerg�ncia clim�tica para o centro do debate p�blico.

Rec�m-eleitos deputados no Congresso Nacional, esses pol�ticos est�o trabalhando intensamente nas respectivas campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz In�cio Lula da Silva (PT) em seu estado natal, Minas Gerais, com a miss�o de atrair e virar o maior n�mero poss�vel de votos no segundo turno das elei��es presidenciais, no domingo (30).

Segundo maior col�gio eleitoral do pa�s, Minas � chave: desde 1989, com a redemocratiza��o, o candidato � Presid�ncia que vence no estado, chega ao Pal�cio do Planalto.

Nikolas Ferreira, "influencer" e deputado mais votado do Brasil

Bandeiras do PT e do Brasil e toalhas de banho estampadas com Lula e Bolsonaro expostas e um painel preto de uma loja no centro de BH
Candidatos Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) realizaram v�rios com�cios em Minas Gerais disputando o eleitorado local (foto: DOUGLAS MAGNO / AFP)
Este advogado e "influencer" de 26 anos, filiado ao Partido Liberal do presidente Bolsonaro, foi o deputado federal mais votado do pa�s, com quase 1,5 milh�o de votos, nas elei��es legislativas celebradas juntamente com o primeiro turno, em 2 de outubro.

H� meses, Ferreira diz estar em "guerra" contra a "amea�a silenciosa do comunismo", que garante que vai se concretizar se Lula, favorito nas pesquisas de inten��o de voto, for eleito.

"Vamos virar esse trem, sim ou n�o? Aborto, sim ou n�o? Legaliza��o das drogas, sim ou n�o?", dizia Ferreira � plateia, durante ato recente em seu estado natal ao lado de Bolsonaro, com quem participou de com�cios ao menos tr�s vezes durante a campanha.

Imberbe e de expressivos olhos pretos sob sobrancelhas grossas, Ferreira aparenta ser ainda mais jovem. Mas chama rapidamente a aten��o de qualquer p�blico com seu discurso articulado, como o de um pastor evang�lico, e � considerado um l�der em potencial do bolsonarismo.

"Tem crente votando no capeta. Tem crente votando no Lula", disse em entrevista recente � emissora Jovem Pan.

Formado em direito pela Pontif�cia Universidade Cat�lica de Minas Gerais, Ferreira garante que as universidades brasileiras est�o cooptadas por uma "ideologia marxista" que quer destruir a fam�lia tradicional.

E propaga esse discurso em confer�ncias e v�deos provocativos, que compartilha com seus milh�es de seguidores nas redes sociais, onde se tornou uma figura de destaque entre jovens conservadores.

Conte�dos seus que afirmavam erradamente que Lula � favor�vel ao aborto ou � legaliza��o das drogas foram removidos por determina��o da justi�a eleitoral e, segundo a imprensa local, a Justi�a abriu uma investiga��o depois que exp�s uma menor transg�nero que usou o banheiro feminino em um col�gio.

"N�o sou pol�mico, s� estou seguindo aquilo no que acredito", disse � Jovem Pan.

Ap�s dois anos como vereador em Belo Horizonte, como deputado quer impulsionar no Congresso Nacional uma reforma tribut�ria e a educa��o domiciliar.

C�lia Xakriab�, resist�ncia ind�gena

C�lia Xakriab� tem 32 anos e a certeza de que vive um "momento hist�rico". Com mais de 100.000 votos, ela se tornou a primeira deputada ind�gena por Minas Gerais, pelo Partido Socialismo e Liberdade.

"A nossa prioridade n�mero um do mandato s�o as quest�es ambientais", disse � AFP durante uma de suas atividades de campanha, em apoio a Lula em Belo Horizonte.

Origin�ria do territ�rio Xakriab�, no norte do estado, C�lia � educadora e doutoranda em antropologia pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Com um cocar de penas verdes e amarelas e o rosto pintado de vermelho vivo, C�lia sorri, dan�a e tira fotos fazendo o "L" de Lula.

Mas fica s�ria ao falar como pretende fazer frente � poderosa bancada do agroneg�cio, � qual atribui os �ndices alarmantes de destrui��o na Amaz�nia, registrados durante o governo Bolsonaro.

"N�s, povos ind�genas, sabemos o que � luta e resist�ncia h� mais de 500 anos. Como podemos apoiar um presidente que disse que n�o ia demarcar um cent�metro de terra ind�gena?", afirma esta mulher, que integrou uma comitiva ind�gena que em 2019 percorreu a Europa, denunciando as "graves viola��es" do Executivo e participou em 2021 da COP26 de Glasgow.

"Toda a Am�rica Latina e o Parlamento Europeu est�o de olho no resultado desta elei��o".

Ela garante que seus votos n�o vieram s� de lulistas, mas tamb�m de quem preferia outros candidatos e apoia a igualdade de g�nero ou est� preocupado com o meio ambiente.

E agora est� tentando convenc�-los de que h� muito mais em jogo do que duas figuras antag�nicas.

Muitos "n�o est�o vendo que nesse momento � um projeto da vida e um projeto da morte. N�o vai existir garantia de futuro", adverte.

"Se acabar para n�s, a humanidade n�o � dividida em partes: acaba para voc�s, para seus filhos, para toda a humanidade", diz. "Quem desmata, mata", sentencia.


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