
Bolsonaro fez um discurso breve, sem espa�o a perguntas de jornalistas. Logo depois, em fala ainda mais curta, Ciro Nogueira associou o in�cio da transi��o � nomea��o de Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito, para coordenar o comit� provis�rio do novo governo.
"O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou e, quando for provocado, com base na lei, iniciaremos o processo de transi��o. A presidente do PT (Gleisi Hoffmann), segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que, na quinta-feira, ser� formalizado o nome do presidente Geraldo Alckmin (como coordenador da equipe de transi��o)", disse o ministro. "Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei em nosso pa�s", completou.
Bolsonaro iniciou a fala em tom de agradecimento aos 58,2 milh�es de votos que teve no segundo turno. Lula, o vencedor, conseguiu 60,3 milh�es. Logo depois, o presidente derrotado se dirigiu, sobretudo, aos apoiadores que bloqueiam rodovias Brasil afora.
"Os atuais movimentos populares s�o fruto de indigna��o e sentimento de injusti�a de como se deu o processo eleitoral. As manifesta��es pac�ficas sempre ser�o bem-vindas, mas os nossos m�todos n�o podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a popula��o, como invas�o de propriedades, destrui��o de patrim�nio e cerceamento do direito de ir e vir", afirmou.
Depois, Bolsonaro valorizou o desempenho das correntes pol�ticas � direita no primeiro turno. O PL, partido dele, vai ocupar 99 dos 513 assentos da C�mara dos Deputados. O Republicanos e o PP, os outros partidos da coliga��o que apoiou a reelei��o do presidente, fizeram, respectivamente, 41 e 47 parlamentares.
"A direita surgiu de verdade em nosso pa�s. Nossa robusta representa��o no Congresso mostra a for�a dos nossos valores: Deus, p�tria, fam�lia e liberdade. Formamos diversas lideran�as em todo o Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso", garantiu.
Bolsonaro n�o falou sobre os procedimentos que o governo precisa tomar para promover uma transi��o est�vel. Uma lei vigente desde 2002 d�, � coaliz�o eleita, a oportunidade de escolher 50 pessoas para cargos comissionados. Esse grupo tem a prerrogativa de acessar dados sigilosos sobre o governo atual e, assim, preparar a nova gest�o.
"Enquanto presidente da Rep�blica e cidad�o, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constitui��o. � uma honra ser o l�der de milh�es de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econ�mica, a liberdade religiosa, a liberdade de opini�o, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado", limitou-se a dizer.
Em outro momento da breve exposi��o, que rompeu um sil�ncio de quase 48 horas de dura��o, Bolsonaro refor�ou uma de suas estrat�gias de campanha, relacionada � cita��o dos problemas impostos pela pandemia de COVID-19 e pela guerra entre R�ssia e Ucr�nia.
"Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequ�ncias de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocr�tico e, ao contr�rio dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constitui��o. Nunca falei em controlar ou censurar as m�dias e as redes sociais".