Jo�o Gabriel Freitas - Correio Braziliense*

Os governadores Rodrigo Garcia (SP), Romeu Zema (MG) e Cl�udio Castro (RJ) - tr�s dos maiores cabos eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha pela reelei��o - n�o esperaram pela a��o da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) para a reabertura das rodovias que cortam seus estados, bloqueadas por bolsonaristas inconformados com a vit�ria de Luiz In�cio Lula da Silva (PT). Respaldados pela decis�o do ministro Alexandre de Moraes, publicada na noite da �ltima segunda-feira (31/10) e que foi refor�ada na manh� desta ter�a (1/11), determinaram �s suas pol�cias militares que agissem pela desinterdi��o, inclusive com o uso da for�a em caso de necessidade.
A principal preocupa��o dos governadores � o estrangulamento da economia por meio do desabastecimento de g�neros e combust�veis. Zema foi enf�tico ao determinar que as for�as de seguran�a tomassem as medidas "necess�rias para desobstruir qualquer via ou estrada que esteja interditada por manifesta��es". "A elei��o acabou e, agora, temos que assegurar o direito de todos de ir e vir e tamb�m que as mercadorias cheguem onde precisa para n�o haver desabastecimento. Vamos cumprir a lei", tuitou.
Castro, por sua vez, ordenou ao Batalh�o de Choque da PM a desobstruir as estradas e afirmou que "� preciso respeitar o resultado das urnas". "Quem foi vitorioso precisa ter a tranquilidade de reunir for�as e trabalhar pelo Brasil". O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, uniu-se ao governador na intoler�ncia com a ilegalidade praticada pelos bolsonaristas - e lan�ou a Guarda Municipal para desobstruir vias interditadas.
"Protestar � um direito de todos. O que n�o pode � baderna e prejudicar o povo trabalhador, em raz�o da a��o de pequenos grupos claramente com fins pol�ticos. Na cidade do Rio n�o iremos permitir", anunciou.
Garcia considerou os bloqueios "inadmiss�veis". Al�m de determinar que o choque atuasse para liberar o tr�fego, acionou o Minist�rio P�blico do estado para apurar as circunst�ncias dos bloqueios e responsabilizar criminalmente os envolvidos.
Dos tr�s estados, a situa��o em S�o Paulo � a que mais preocupa, pois a circula��o de �nibus e o tr�fego a�reo j� foram afetados pelos bloqueios - sem contar que o estado � um importante hub na distribui��o de bens para todo o pa�s. Segundo informa��es do aeroporto de Guarulhos, 25 voos atrasaram entre segunda-feira e ter�a-feira. H�, ainda, uma s�rie de relatos de passageiros presos por horas na rodovi�ria da capital paulista devido � falta de circula��o por terra.
Outro apoiador de Bolsonaro no per�odo eleitoral, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi mais um a considerar o bloqueio das vias p�blicas "ilegal" e que "acompanha as a��es antidemocr�ticas" no DF. Segundo o governador, as for�as de seguran�a est�o autorizadas a usar "todos os meios legais" para resolver o problema e "garantir o direito da maioria".
Pacifica��o
Mais um apoiador de Bolsonaro, o governador Ratinho J�nior (PR), se insurgiu contra a ilegalidade dos apoiadores do presidente. "O direito de livre circula��o no territ�rio nacional � uma garantia do povo brasileiro. � momento de pacificar o Brasil. As elei��es de 2022 ocorreram de maneira democr�tica e a decis�o soberana das urnas precisa ser respeitada", salientou por meio de nota.
Em Goi�s, estado comandado por outro bolsonarista - Ronaldo Caiado -, a Procuradoria-Geral do Estado encaminhou of�cio � Secretaria de Seguran�a P�blica (SSP) e ao comando da PM orientando que a determina��o do STF de desbloquear as estradas seja cumprida. E em Santa Catarina, o choque atuou pela desobstru��o das rodovias, o que levou o senador bolsonarista Jorginho Melo, governador eleito do estado, a fazer um apelo aos apoiadores do presidente. "Quebradeira n�o constr�i nada, n�o vai mudar nada", disse.
*Estagi�rio sob a supervis�o de Fabio Grecchi