
Na live, Bolsonaro tratava de assuntos que considerava relevantes para a semana e passeava por not�cias, lidas sempre de pap�is impressos, a novos projetos de sua equipe, ataques a advers�rios e eventuais fake news ou exageros. No entanto, as lives que tanto serviram durante o governo e foram refor�adas durante a campanha de reelei��o do presidente est�o abandonadas h� tr�s semanas.
O �ltimo v�deo ao vivo � do dia 27 de outubro, tr�s dias antes do segundo turno eleitoral. Bolsonaro pouco apareceu desde que perdeu a disputa para o presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva (PT). Em seu canal do YouTube, as transmiss�es ao vivo foram substitu�das por materiais previamente gravados e que destacam feitos de sua gest�o.
No pr�prio canal na plataforma, Bolsonaro foi protagonista apenas uma vez depois da derrota nas urnas. No dia 2 de novembro, ele publicou uma grava��o de 2 minutos e 40 segundos, em que pediu para caminhoneiros liberarem as rodovias.
O outro pronunciamento feito por ele ao p�blico ap�s o segundo turno ocorreu um dia antes, depois de 44 horas em sil�ncio pela elei��o de Lula, e tamb�m foi curto: durou somente dois minutos.
Bolsonaro longe at� de apoiadores
As visitas do mandat�rio ao "cercadinho", local que concentrava seus apoiadores e por onde ele passava quase diariamente, tamb�m sumiram desde ent�o.
Aliados dizem que Bolsonaro est� "abatido" e "ainda assimilando a derrota", al�m de estar tratando uma ferida na perna. Apesar disso, o presidente j� conduziu lives em situa��es adversas, como de um quarto de hospital com uma sonda em setembro de 2019.
Em suas transmiss�es ao vivo, o chefe do Executivo costumava dizer com orgulho que havia deixado de produzir lives �s quintas poucas vezes.
Mudan�a nas redes sociais
N�o foi apenas o YouTube de Bolsonaro que ficou praticamente abandonado. No Twitter, constam apenas tr�s postagens desde a derrota: uma � o v�deo dele falando sobre os caminhoneiros, outra � apenas uma foto e a terceira � uma lista de outras redes sociais que ser�o "atualizadas diariamente".
Seu Instagram repete os dois primeiros posts, enquanto o Facebook possui todos esses conte�dos e uma transmiss�o ao vivo do pronunciamento ap�s a derrota nas urnas.
Antes dependente de redes sociais bem estabelecidas, o presidente agora promete mais publica��es no Telegram (que j� era usado por sua equipe) e aposta no LinkedIn, TikTok, Kwai, Gettr e um aplicativo pr�prio, batizado de Bolsonaro TV, para se comunicar com seu p�blico.
O movimento � semelhante ao do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que criou a pr�pria rede social, a Truth Social, ap�s ser banido das plataformas tradicionais.
Agenda oficial esvaziada
Dos 18 dias desde o segundo turno eleitoral, a agenda oficial de Bolsonaro marcou 3 dias da semana sem compromissos. Os outros 6 dias sem trabalho eram fim de semana e feriados.
Nos outros 9 dias, o presidente se encontrou com aliados, como os ministros Ciro Nogueira, Paulo Guedes, Marcelo Queiroga e Victor Godoy. Visitas de Renato de Lima Fran�a, subchefe para Assuntos Jur�dicos da Secretaria-Geral da Presid�ncia, tamb�m preencheram alguns dias da agenda.
A �ltima live foi longa, Bolsonaro falou por 59 minutos a poucos dias do segundo turno eleitoral. Dessa vez, o presidente fez um apelo e deu uma "miss�o" para que os apoiadores virassem votos, al�m de novamente atacar os institutos de pesquisa.
O mandat�rio tornou a atacar o PT, mesclando cr�ticas com mentiras, e pediu para que os eleitores votassem em seus candidatos, no que chamava de "hor�rio eleitoral gratuito".