
"Temos aqui pelo menos dois problemas: incita��o ao crime e crime contra as institui��es eleitorais. Por isso, al�m do afastamento, vamos pedir tamb�m a investiga��o desse militar."
O pedido foi feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) na noite de ter�a em nome de Teixeira e dos deputados petistas Reginaldo Lopes, Henrique Fontana e Alencar Santana.
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"A distopia que vivencia o representado e os apoiadores do atual presidente, que se negam ao reconhecimento da validade do processo eleitoral e de seu resultado, flerta com a defesa de regime autorit�rio na condu��o do pa�s, semeia �dio e a viol�ncia, subjugando advers�rios como se inimigos fossem", diz trecho da representa��o.
Al�m do afastamento do militar, os parlamentares pedem ao STF que ele tenha o porte ou posse de arma suspenso e as redes sociais bloqueadas.
Os petistas tamb�m entraram com requerimentos de convoca��o para o ministro do GSI, Augusto Heleno, prestar esclarecimentos sobre o caso em comiss�es da C�mara.
Fl�vio Dino (PSB), senador eleito e principal cotado para o Minist�rio da Justi�a, afirmou que a conduta do militar � "flagrantemente ilegal". "N�o � poss�vel o militar da ativa ter nenhum tipo de envolvimento pol�tico, ainda mais cometendo um crime contra o Estado democr�tico de Direito."
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"At� o dia 31 de dezembro deste ano n�s temos um governo funcionando segundo os crit�rios deles, e n�s respeitamos isso. Por�m, � claro, do mesmo modo que a partir do dia 1ª de janeiro a conduta � uma s�. A conduta que a equipe de transi��o sugere para este assunto e para outros assuntos similares � de despolitiza��o, desideologiza��o das institui��es armadas do Estado", completou Dino.
Como a Folha de S.Paulo mostrou, o primeiro-sargento da Marinha Ronaldo Ribeiro Travassos enviou �udios e v�deos em um grupo de mensagens incentivando a participa��o de militares e integrantes do GSI nas manifesta��es que pedem um golpe das For�as Armadas.
Nas mensagens, Travassos ainda faz amea�as e defende o assassinato de eleitores de Lula.
"Estev�o, apagou por qu�? � isso mesmo, tem um monte de colega omisso. Tem gente aqui nesse grupo, tem grupo de fora, meu pr�dio tem 17 moradores, dos 17, seis fazem o L. N�s precisamos saber quem � quem, porque a guerra civil vai rolar", afirma.
Ap�s a cita��o � suposta guerra civil, Travassos afirma que defenderia qualquer patriota, como os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se autointitulam, mas daria um tiro na cabe�a do pr�prio irm�o se ele fizesse o L -gesto caracter�stico dos eleitores de Lula.
"N�o t� falando isso de brincadeirinha, n�o, � s�rio. Quem faz o L � terrorista. Tem que morrer mesmo, ou mudar ou morrer, porque n�o tem jeito uma pessoa dessa", diz ele.
O GSI tem, por atribui��o, cuidar da seguran�a do presidente da Rep�blica. Hoje, a pasta � comandada pelo ministro Augusto Heleno, general da reserva e amigo pessoal de Bolsonaro.
A equipe de transi��o estuda se manter� a pasta com status de minist�rio ou se rebaixa o �rg�o e o deixa subordinado a outro ministro palaciano. O principal cotado para assumir a chefia do GSI � o general Gon�alves Dias.
Sobre a participa��o de Travassos nos atos antidemocr�ticos, a pasta disse, em nota, que n�o � sua compet�ncia "autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifesta��o" e que "as supostas declara��es demandadas s�o de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente".
A Marinha foi questionada pela reportagem se vai tomar alguma provid�ncia a respeito do primeiro-sargento, mas n�o respondeu.
Os v�deos e �udios de Travassos foram divulgados em um momento em que a equipe da transi��o v� com ressalvas a atua��o do GSI.
Al�m de expulsar integrantes da pasta de Augusto Heleno na sede da transi��o, no CCBB de Bras�lia, a equipe de Lula quer reduzir as fun��es do minist�rio na seguran�a da posse, em 1º de janeiro.
Aliados de Lula chegaram a sugerir que a pasta sequer participasse da seguran�a da posse do presidente eleito, mas integrantes da PF (Pol�cia Federal) e Secretaria de Seguran�a P�blica do DF tentam achar uma sa�da que seja menos dr�stica.
A avalia��o � que o GSI e o Ex�rcito precisam participar da seguran�a da posse, mesmo que a coordena��o seja dividida com a Pol�cia Federal, j� que a pasta ser� respons�vel por acompanhar o presidente petista a partir de 1º de janeiro.