A cantora Margareth Menezes aceitou o convite do presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva para assumir o futuro Minist�rio da Cultura, a ser refundado em sua gest�o. No entanto, a artista tem enfrentado resist�ncias no setor cultural e em alas do PT.
Emocionada, a artista aceitou o convite, que partiu de uma sugest�o da soci�loga Ros�ngela Silva, a Janja, mulher de Lula. Seu nome, entretanto, n�o foi a primeira op��o do petista. A princ�pio, a atriz Marieta Severo e o rapper Emicida foram procurados, mas n�o aceitaram a proposta. O pr�prio Lula sondou Severo.
Menezes integra a equipe de transi��o da Cultura, para a qual foi convidada depois de criticar a aus�ncia de negros entre os respons�veis por avaliar o setor na gest�o do presidente Jair Bolsonaro.
Ap�s a vit�ria nas elei��es, Lula vinha manifestando seu desejo de levar outra vez um s�mbolo ao Minist�rio da Cultura, para repetir o efeito da nomea��o do compositor Gilberto Gil em seu primeiro mandato.
De prefer�ncia, a ideia � que fosse uma mulher ou um afrodescendente. Janja tamb�m apostava no impacto de um grande artista e, com o fracasso dos primeiros convites, defendeu o nome de Margareth Menezes, cantora negra, �cone do Carnaval baiano.
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Logo que aceitou o convite, Menezes viu seu nome entrar em fritura, por n�o ter um passado s�lido de gestora, salvo pela cria��o da Associa��o F�brica Cultural, em Salvador.
Seus cr�ticos, por�m, manifestam admira��o pela sua trajet�ria na m�sica. Ao contr�rio de Gil, que presidiu a Funda��o Greg�rio de Mattos --equivalente da secretaria municipal da Cultura--, em Salvador, antes de assumir o MinC, ela n�o tem experi�ncia em gest�o p�blica.
Mais pr�ximo de Janja, o secret�rio nacional de Cultura do PT, M�rcio Tavares, manifestou simpatia pela indica��o da cantora.
O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira e a deputada federal Jandira Feghali eram nomes da �rea pol�tica defendidos por militantes e gestores.
Em grupos de WhatsApp, nesta sexta-feira, cresceu a oposi��o de agentes culturais ao nome de Menezes. A cantora janta nesta noite, em Salvador, com amigos da �rea cultural.
Ela soube das manifesta��es contr�rias e quis se informar melhor sobre o que pode enfrentar na estrutura administrativa do minist�rio. Depois do vazamento do convite, Lula ouviu pondera��es de interlocutores sobre as dificuldades para recriar a pasta e as vantagens de um quadro t�cnico. As ressalvas chegaram igualmente a Janja.
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O fot�grafo e produtor Luiz Carlos Barreto, que manifesta prefer�ncia por Ferreira, enviou um conselho ao PT e ao presidente Lula pelo WhatsApp. Ele confirma que defendeu, em nome pessoal, um nome t�cnico.
"Sou um produtor de cinema e militante em favor de um projeto cultural brasileiro. Eu acho que o Minist�rio da Cultura n�o deve ter um ministro artista. Como diz a Fernanda Montenegro, quando ela foi convidada por Sarney para ser ministra da Cultura - eu a fui sondar -, o lugar de artista � na trincheira da criatividade, n�o � nos gabinetes das reparti��es p�blicas, oficiais", diz Barreto.
"Foram seis anos de demoli��o. Esse ministro tem que ser um grande gestor, que conhe�a bem as entranhas de Bras�lia. N�o tenho nada contra Margareth. Tenho tudo a favor de Margareth. � uma pessoa extraordin�ria e far� muita falta na criatividade", acrescenta o produtor.
Ventilado em redes sociais para o MinC, logo ap�s a vit�ria de Lula, o nome da cantora Daniela Mercury, apoiadora de primeira hora do PT, n�o encontrou sustenta��o.