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Estado de Minas DEFESA

Brasil passa a operar ca�as suecos, os mais avan�ados da Am�rica Latina

Quatro ca�as suecos Saab Gripen E, comprados em 2014, entram em opera��o nesta segunda-feira e v�o substituir os F-5 americanos, de 1970


18/12/2022 05:50 - atualizado 18/12/2022 09:43

Caça com bandeira do Brasil levanta voo
O Gripen, ainda que um avi�o monomotor de pequeno porte, � visto como no topo da chamada quarta gera��o de ca�as (foto: STEFAN JERREVANG/AFP)
A partir desta segunda-feira (19/12), o Brasil passa a operar os mais modernos ca�as da Am�rica Latina com a entrada em opera��o de quatro unidades do sueco Saab Gripen E, que ser�o apresentadas na sede do Grupo de Defesa A�rea de An�polis (GO).


Como a localiza��o sugere, eles servir�o para prover capacidade de intercepta��o de aeronaves intrusas no cora��o do poder, Bras�lia, a meros 150 km da base conhecida como Ala 2 da FAB (For�a A�rea Brasileira). Hoje, o trabalho � de cansados F-5 americanos, comprados nos anos 1970 e modernizados pela Embraer.


"O in�cio das opera��es � um marco, ao dotar a FAB de uma plataforma multimiss�o de �ltima gera��o", afirma o comandante da FAB, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior. Ele j� havia acelerado o processo de aquisi��o de m�sseis para dar dentes aos ca�as, no caso os europeus Iris-T (curto alcance) e Meteor (al�m do campo visual do piloto).


Com isso, o Brasil come�a a dominar as capacidades a�reas na regi�o. O Chile opera vers�es muito capazes do F-16 americano e a Venezuela, os temidos modelos russos Sukhoi-30, embora neste caso haja d�vidas acerca da disponibilidade dos armamentos.


O Gripen, ainda que um avi�o monomotor de pequeno porte, � visto como no topo da chamada quarta gera��o de ca�as —a quinta sendo de modelos furtivos ao radar, como o americano F-35.


Ele foi comprado em sua terceira gera��o, a E/F, por 39,3 bilh�es de coroas suecas (R$ 20 bilh�es hoje), em 2014. O valor foi financiado em 25 anos, apesar de etapas de desembolso inicial a serem abatidas de quase R$ 1 bilh�o anualmente.


Brasil adquiriu um pacote completo, com avi�es e transfer�ncia de tecnologia, al�m de toda a parafern�lia de apoio em solo —dois simuladores de voo, uma esta��o que emula todos os sistemas do avi�o, ferramentas e computadores. J� foram treinados cerca de 20 pilotos e 20 t�cnicos na base.


As quatro unidades que chegam nesta segunda evidenciam os riscos de tal empreitada de longo prazo. Na programa��o revisada da FAB, seriam seis avi�es operacionais neste ano, al�m do ca�a de matr�cula 4100, que chegou em 2020 e segue como modelo de testes que garantiu o chamado Certificado de Tipo Militar das Aeron�uticas brasileira e sueca.


"Tivemos uma leve discrep�ncia, mas sempre trabalhamos em sintonia com o cliente", relativizou Mikael Franz�n, chefe de marketing e vendas aeron�uticas da Saab, a fabricante do Gripen. Ele diz que o prazo final de entrega dos 36 avi�es iniciais est� mantido para 2027, e que dois novos ca�as ser�o desembarcados no come�o do ano.


� uma peculiaridade de programas militares brasileiros. O Gripen j� teve diversos atrasos: mesmo sua escolha ocorreu ap�s 13 anos de idas e vindas do governo brasileiro, algo de resto comum em pa�ses em desenvolvimento.


Franz�n indica uma mudan�a importante. O Brasil comprou 28 modelos E, de um lugar, e 8 F, de dois, que est�o sendo desenhados em conjunto com a Embraer em Gavi�o Peixoto (SP). A expectativa inicial era de que esses bipostos seriam fabricados no Brasil, at� porque partes de sua fuselagem j� est�o sendo feitas na unidade da Saab em S�o Bernardo do Camp (SP).


"Vamos concentrar a produ��o de 15 avi�es [dos 36] no Brasil. Mas, de acordo com a curva de aprendizado que tivemos e de forma acordada, faremos eles com um lugar, o modelo E", disse Franz�n.

 

Compra de ca�as � 'quest�o de Estado, n�o de governos'


Em rela��o ao comprometimento brasileiro com o projeto, o executivo disse n�o estar preocupado com a mudan�a de governo —at� porque o Gripen foi comprado, ap�s longa novela, no governo petista de Dilma Rousseff, e at� mesmo o eleito Luiz In�cio Lula da Silva foi acusado de fazer lobby pelo avi�o.

 


"Compra de ca�as s�o neg�cios de Estado, n�o de governos. A FAB � a cliente", afirmou Franz�n. Escaldado pelos atrasos no cronograma por faltas de verbas no passado, ele fez o reparo: "Vamos aguardar e ver."


"O n�o aporte de recursos financeiros acaba por obrigar repactua��es em ciclos mais constantes do que o desejado, ocasionando eventuais e indesejadas extens�es na vig�ncia contratual originalmente estabelecida", disse o comandante da FAB.


Com efeito, a For�a cortou parte da encomenda de avi�es de transporte KC-390 da Embraer em favor de manter o fluxo financeiro do projeto Gripen e outros, o que gerou certa pol�mica no meio militar.


Diz Baptista Junior: "O Gripen vem a substituir vetores a�reos que j� foram desativados ou que j� ingressam na quinta d�cada de opera��o pela For�a A�rea, estando com seus respectivos processos de desativa��o planejados ou em curso".

O comandante, que deixar� o cargo em janeiro, defende sua proposta para um aditivo de compra de quatro ca�as no contrato atual, e a realiza��o de uma nova rodada para adquirir 26 novos avi�es, como a Folha revelou em fevereiro. "Estamos negociando", diz Franz�n.


Com 36 avi�es do contrato inicial, diz Baptista, o pa�s teria tr�s aeronaves para cada milh�o de km quadrados a serem defendidos, incluindo o mar territorial. � pouco, especialmente com a falta cr�nica de uma defesa antia�rea estruturada. "� como se a Col�mbia tivesse s� tr�s Gripen", afirma.


O pa�s sul-americano, ali�s, est� no alvo dos neg�cios da Saab, com a reabertura de uma disputa afunilada entre o Gripen e o F-16 americano. Franz�n diz que o Peru, que opera antigos ca�as sovi�ticos, tamb�m demonstrou interesse —abrindo a possibilidade de uma linha de produ��o regionalizada centrada na Embraer, parceira do programa.


Confrontando com o fato de que a Guerra da Ucr�nia embaralhou cartas e as redistribuiu para a ind�stria americana no campo, com o recente sucesso do F-35 em disputas, Franz�n relativizou lembrando que h� "demanda urgente" da Bulg�ria por ca�as, que poderiam ser a vers�o anterior do Gripen, a C/D, e perspectiva de aumento de frotas existentes dessa gera��o na Hungria e na �sia (no caso, Tail�ndia).


O Gripen chega para substituir paulatinamente os venerandos F-5, ca�as americanos dos anos 1970 que foram modernizados pela Embraer e substitu�ram os tradicionais Mirage franceses que operavam em An�polis, como um remendo na defesa a�rea.


O Brasil opera 49 desses avi�es, al�m de 28 aparelhos de ataque ao solo AMX, da Embraer, que tamb�m ser�o desalojados pela plataforma multimiss�o que � o Gripen. O modelo E do avi�o est� sendo comprado pela Su�cia tamb�m.


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