
Um tsunami de not�cias falsas inundou Twitter, Facebook, TikTok e YouTube com fotos e v�deos manipulados e ativistas pr�-democracia acusaram as plataformas de fazerem muito pouco para combater esta pr�tica.
Candidatos de todo o mundo seguiram � risca o manual de Trump de divulgar acusa��es infundadas de fraude eleitoral, mas em pa�ses como Estados Unidos e Brasil, muitos eleitores pareceram repudiar esta narrativa.
Desafiando previs�es generalizadas de uma "onda vermelha" (cor do Partido Republicano) nas elei��es de meio de mandato de novembro nos Estados Unidos, v�rios candidatos escolhidos por Trump perderam. Observadores dizem que a negativa cont�nua do ex-presidente e seus aliados em aceitar o resultado das elei��es presidenciais de 2020 pode ter desanimado os eleitores.
L�deres e simpatizantes republicanos "parecem estar aceitando que recorrer a teorias conspirat�rias levou a uma escolha ruim de candidatos, a uma mobiliza��o ineficaz de eleitores, ao cinismo e a muitos outros malef�cios", disse � AFP Mike Caulfield, pesquisador do Center for an Informed Public, da Universidade de Washington.
"Muitos v�o tentar desvincular seus apoiadores das teorias da conspira��o de fraude eleitoral... Vai ser um problema muito dif�cil de resolver", disse.
Da mesma forma, as elei��es no Brasil, que tiveram um segundo turno tenso em 30 de outubro, foram marcadas pela desinforma��o, pois o presidente Jair Bolsonaro repetiu, sem provas, den�ncias de fraude, assim como fez seu �dolo, Donald Trump.
Bolsonaro perdeu a reelei��o para o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e as pesquisas mostram que os brasileiros continuam confiando no sistema de urnas eletr�nicas que o presidente p�s em d�vida.
Mas os analistas advertem que muitos eleitores ainda acreditam nas afirma��es de Bolsonaro e, consequentemente, a luta contra a desinforma��o est� longe do fim.
- Narrativas 'enganosas' -
Candidatos �s elei��es de novembro em Israel tamb�m seguiram o manual de Trump. O partido de Benjamin Netanyahu, Likud, lan�ou uma campanha denominada "deter o roubo" assim que as elei��es foram convocadas.
"O Likud impulsionava a conspira��o de que as elei��es s�o manipuladas, que o comit� eleitoral central de Israel � controlado pelos subterr�neos do Estado", disse Achiya Schatz, diretor do grupo de vigil�ncia da desinforma��o FakeReporter.
Netanyahu venceu e as acusa��es desapareceram, a ponto de ele voltar ao poder ap�s 14 meses atuando na oposi��o.
Trump teve uma presen�a importante na pol�tica h�ngara, ao declarar apoio ao primeiro-ministro de extrema direita Viktor Orban antes das elei��es de abril, tamb�m marcadas pela desinforma��o.
O Fidesz, partido de Orban, "aproveitou seu controle dos meios de comunica��o para difundir acusa��es e narrativas enganosas sobre seus advers�rios pol�ticos", segundo pesquisa do centro de estudos h�ngaro Capital Pol�tico.
Pouco antes das elei��es, Orban, que cultivou rela��es pr�ximas com o presidente russo, Vladimir Putin, alegou que seus advers�rios "combinaram com os ucranianos" oferecer-lhes armas e apoio caso vencessem.
Orban n�o apresentou provas e seu partido voltou ao poder com maioria parlamentar.
- 'Arma poderosa' -
Em todo o mundo, informa��es enganosas e desinforma��o costumam correr soltas nas campanhas eleitorais, corroendo a confian�a nas institui��es democr�ticas e, �s vezes, gerando o caos quando se trata de manipular resultados.
Nas elei��es presidenciais nas Filipinas, em maio, a desinforma��o relacionada com as elei��es atingiu n�veis "sem precedentes", segundo Rachel Khan, da alian�a de verifica��o de fatos Tsek.ph.
O aumento das checagens em compara��o com as elei��es anteriores n�o deu conta de controlar a desinforma��o, concentrada principalmente nos principais candidatos: Ferdinando Marcos, que venceu com folga, e Leni Robredo.
"Em termos de resultados eleitorais, tivemos muito pouco impacto", disse Khan a respeito do trabalho da alian�a.
"O problema realmente � a alfabetiza��o midi�tica. Mesmo quem diz que consegue distinguir a desinforma��o, na verdade n�o consegue", acrescentou.
No Qu�nia, os advers�rios nas presidenciais William Ruto e Raila Odinga supostamente contrataram "guerreiros digitais" para difundir desinforma��o eleitoral.
As not�cias falsas come�aram a se espalhar quase um ano antes das elei��es de agosto.
Embora a Suprema Corte do Qu�nia tenha confirmado a vit�ria de Ruto, apoiadores de Odinga acreditam que as elei��es foram manipuladas.
A Nig�ria se prepara para realizar elei��es no come�o de 2023 e j� � poss�vel ver t�ticas similares na web: falsifica��o de imagens para enlamear advers�rios.
Com Trump de olho na Casa Branca, analistas advertem que nos Estados Unidos a desinforma��o eleitoral poderia recrudescer � medida que a corrida �s presidenciais de 2024 ganhar for�a.
"A desinforma��o � uma ferramenta poderosa", disse � AFP Pamela Smith, presidente da organiza��o apartid�ria Verified Voting. "E aqueles que s� aprovam as elei��es que os favorecem continuar�o fazendo uso dela", previu.
Meta