
A medida estava em discuss�o entre o futuro titular da pasta e o chefe da equipe econ�mica do governo Bolsonaro, Paulo Guedes. Haddad tomou conhecimento de que o Minist�rio da Economia estava preparando uma MP (medida provis�ria) para prorrogar a isen��o sobre combust�veis por at� 90 dias e quis conversar sobre o assunto com o atual ministro.
Ap�s Haddad levar o tema a Lula, no entanto, o futuro ministro pediu a Guedes que n�o prorrogasse a isen��o. N�o foi dada uma justificativa por parte de membros do atual governo, que apenas informaram que v�o estudar o tema.
Pelas regras atuais, a desonera��o termina em 31 de dezembro. Haddad afirmou que pediu a Guedes para "que a gest�o atual se abstenha de tomar qualquer medida na �ltima semana que venha a impactar no futuro governo".
O futuro chefe da Fazenda disse que o aumento de pre�o dos combust�veis � uma preocupa��o, mas que as decis�es n�o precisam ser tomadas "de forma a�odada".
"Vamos aguardar a nomea��o do presidente da Petrobras. Temos expectativa em rela��o a muitas vari�veis que impactam nessa decis�o, [como] a trajet�ria do d�lar, do pre�o do petr�leo. Para n�o tomar nenhuma decis�o a�odada, o governo atual se abst�m, e a gente, com calma, avalia", afirmou Haddad.
O futuro ministro levou o recado de Lula a integrantes do atual governo e disse que espera "compreens�o", segundo a assessoria do petista. Ele ainda teria argumentado que mudan�as na cobran�a desses tributos podem ser feitas de forma r�pida e que o futuro governo vai reavaliar o tema ap�s a posse.
A equipe econ�mica de Lula n�o indicou se planeja ou n�o renovar a desonera��o. Haddad disse que fez um pedido "gen�rico", sem citar quais tributos n�o deveriam ter a isen��o prorrogada.
"A resposta foi: 'Vamos nos abster de tomar decis�es que impactam o pr�ximo governo'. Estamos a tr�s dias da posse, qual a urg�ncia de tomar uma medida? Sobretudo medidas que podem ser tomadas no futuro pr�ximo", disse Haddad.
Bolsonaro anunciou durante as elei��es um pacote de medidas para derrubar o pre�o dos combust�veis. A alta no pre�o desses produtos pressionava a infla��o, uma das principais preocupa��es do atual presidente durante a campanha pela reelei��o.
O plano de Guedes no caso de reelei��o de Bolsonaro era prorrogar a isen��o temporariamente, para que, durante esse per�odo, fosse buscada com o Congresso a aprova��o das mudan�as no Imposto de Renda para possibilitar a cobran�a de tributos sobre lucros e dividendos.
Isso bancaria R$ 17 bilh�es em subs�dios para combust�veis durante parte de 2023, al�m de R$ 52 bilh�es para o Aux�lio Brasil para o ano todo. Mas, com a derrota de Bolsonaro, o plano foi engavetado.