Marcos Braz* - Correio Braziliense

entrada com a cachorra da fam�lia, uma vira-lata chamada Resist�ncia, que viveu a vig�lia Lula Livre, enquanto o presidente estava preso no c�rcere da Pol�cia Federal, em Curitiba (leia mais nesta p�gina).
Janja foi respons�vel pela cerim�nia de posse do marido do in�cio ao fim. A soci�loga acumulou tarefas e centralizou parte das decis�es do evento. Uma de suas maiores vontades desde o in�cio da organiza��o era a Pessoas com acesso � organiza��o da posse afirmaram que todas as delibera��es dependeram do aval da primeira-dama. O desejo de Janja, desde o in�cio, era que Bras�lia vivesse uma "grande festa popular".
Por isso, foi ela quem desempenhou o papel de convidar diversos artistas do informalmente chamado Lulapalooza, o festival de m�sica realizado ontem, na Esplanada dos Minist�rios.
� frente da coordena��o da posse, Janja deu a palavra final sobre os participantes do evento, que batizou como Festival do Futuro. Todos eles t�m uma coisa em comum: est�o profundamente comprometidos com a esquerda e participaram da campanha de alguma forma, explicou Janja.
Significado
A esposa de Lula j� afirmava que pretende "ressignificar o papel de uma primeira-dama", como militante no combate � fome e na luta pela igualdade de g�nero. Segundo um interlocutor do governo, a passagem da faixa presidencial por pessoas que representam a diversidade do povo brasileiro foi idealizada por Janja, desde o in�cio dos preparativos da posse.
Quebrando um dos atos mais tradicionais de posses presidenciais, iniciado ainda na Proclama��o da Rep�blica, em 1889, a petista conseguiu limitar o ru�do que poderia incomodar autistas e animais, como a tradicional salva de 21 tiros de canh�o. At� mesmo os hor�rios do festival foram calculados por ela. "A gente espera come�ar por volta das 17h, porque quer contar com o belo p�r-do-sol de Bras�lia para termos lindas imagens", afirmou.
Janja tamb�m teve um papel importante na comunica��o do evento, podendo opinar sobre a est�tica do evento e nas pe�as publicit�rias divulgadas nas redes do partido. A soci�loga multiplicou as publica��es na internet sobre os shows, com pedidos para doa��es para o festival de R$ 8 milh�es, financiado pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Roupa
A escolha da roupa usada na cerim�nia da posse d� uma amostra das causas que Janja pretende defender nos pr�ximos quatro anos. A soci�loga dispensou o vestido e apostou em um dos s�mbolos da pauta feminista: um terninho claro.
Composto por cal�a pantalona, colete e blazer acinturado com uma leve cauda, o visual � assinado por Hel� Rocha, com a colabora��o do ateli� Casa das Bordadeiras, de Natal (RN).
O conjunto de alfaiataria traz elementos que rementem � sustentabilidade e � valoriza��o do artesanato regional. O tecido, crepe de seda, � vintage, reaproveitado de outra roupa. Hel� Rocha, que tamb�m assinou o vestido de casamento da soci�loga, optou por um tingimento natural, de caju e ruibarbo.
Os bordados fogem da tradicional pedraria: em vez disso, foram usadas fibras brasileiras, trabalhadas manualmente por um grupo de mulheres nordestinas, as mesmas que decoraram o traje de noiva de Janja.
Em entrevista � publica��o de moda Vogue Brasil, Janja explicou a escolha do traje. "Queria vestir algo que tivesse simbolismo para o Brasil, para os estilistas, para as cooperativas e para as mulheres brasileiras." � noite, para a recep��o no Itamaraty, a primeira-dama usou um vestido azul, parceria de Hel� Rocha com a marca Neriage. Da mat�ria-prima � confec��o, a produ��o � 100% nacional, para atender o desejo da primeira-dama.
*Estagi�rios sob a supervis�o de Carlos Alexandre