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Estado de Minas BRASIL

As promessas de Lula para o eleitor ficar de olho

Lula tomou posse no domingo (1�/1) e iniciou seu terceiro mandato como presidente. Veja 30 propostas feitas por ele durante a campanha.


02/01/2023 17:25 - atualizado 02/01/2023 17:25

Lula
(foto: BBC)
Com desafios em diversas �reas do governo, Luiz In�cio Lula da Silva tomou posse no domingo (1°/1) e deu in�cio a seu terceiro mandato como presidente.

 

A BBC News Brasil listou promessas feitas por Lula aos eleitores e ouviu analistas sobre as pol�ticas que o presidente deu sinais de que deve priorizar.

Meio ambiente, pol�tica externa, pol�ticas redistributivas, combate � fome e sa�de est�o entre as agendas que o petista demonstrou que deve dar mais aten��o, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem.

 

Ao mesmo tempo, ainda s�o aguardadas mais sinaliza��es sobre as diretrizes que ser�o seguidas na economia, especialmente na �rea fiscal.

A seguir, veja 30 promessas feitas por Lula em seu plano de governo, entrevistas ou em sua carta de inten��es:


economia e emprego
(foto: BBC)

 

- Reajuste do sal�rio m�nimo acima da infla��o

 

- Bolsa Fam�lia: manuten��o do aux�lio de R$ 600 + R$ 150 por filho menor de 6 anos

 

- Isen��o do imposto de renda para quem ganha at� R$ 5.000

 

- Propor nova legisla��o trabalhista

 

- Recria��o de minist�rios, como o da Pesca e do Planejamento

 

- Modernizar e ampliar infraestrutura de log�stica de transporte, social e urbana, com "vigoroso programa de investimentos p�blicos"

 

- Retomar o Minha Casa Minha Vida para garantir emprego e moradia para milh�es de brasileiros


política e corrupção
(foto: BBC)

 

- Divulgar informa��es que governo de Jair Bolsonaro colocou sob sigilo de 100 anos

 

- Resgatar a transpar�ncia e garantir o cumprimento da Lei de Acesso � Informa��o

 

- N�o tentar reelei��o em 2026


educação
(foto: BBC)

 

- Aumentar recursos para a merenda escolar

 

- Expandir ensino t�cnico profissionalizante

 

- Implantar programa de recupera��o educacional para alunos com d�ficit de aprendizagem devido � pandemia


SAÚDE
(foto: BBC)

 

- Retomada do Mais M�dicos caso haja d�ficit de profissionais

 

- Mutir�o no SUS em todo o pa�s para zerar as filas de consultas, exames e cirurgias acumulados por n�o terem sido realizados na pandemia

 

- Investir no atendimento integral � Sa�de da Mulher


segurança
(foto: BBC)

 

- Nova pol�tica de drogas, focada na redu��o de riscos, preven��o, tratamento e assist�ncia ao usu�rio

 

- Pol�tica coordenada para redu��o de homic�dios, com investimento, tecnologia e enfrentamento do crime organizado e das mil�cias

 

- Programas para proteger mulheres v�timas de viol�ncias e seus filhos, e assegurar que n�o haja a impunidade de agress�es e feminic�dios


política externa
(foto: BBC)

 

- Recuperar pol�tica externa "ativa e altiva", que colocou Brasil "na condi��o de protagonista global"

 

- Ampliar participa��o do Brasil nos assentos de organismos multilaterais


meio ambiente
(foto: BBC)

 

- Combater crime ambiental promovido por mil�cias, grileiros e madeireiros

 

- Promover desmatamento l�quido zero, com recomposi��o de �reas degradadas e reflorestamento


programas sociais e direitos humanos
(foto: BBC)

 

- Reconstruir programa de cisternas e Luz para Todos

 

- Tirar o Brasil do mapa da fome

 

- Pol�ticas para garantir direitos � popula��o LGBTQIA+, como sa�de integral, inclus�o e perman�ncia na educa��o e no mercado de trabalho

 

- Prote��o dos direitos e dos territ�rios dos povos ind�genas, quilombolas e popula��es tradicionais

 

- Recuperar e fortalecer a Funai

 

- Amplo conjunto de pol�ticas p�blicas de promo��o da igualdade racial e de combate ao racismo estrutural

 

- Assegurar �s pessoas com defici�ncia e suas fam�lias acesso � sa�de, educa��o, cultura, esporte, e inser��o no mundo do trabalho; e convocar confer�ncias para debater pol�ticas p�blicas voltadas �s pessoas com defici�ncia


barra
(foto: BBC)

'Pressa' de Lula

Ao iniciar o que disse ser seu �ltimo mandato como presidente, Lula assume o Pal�cio do Planalto com "pressa", segundo analistas.

 

"Para entender o Lula hoje, voc� tem que ter na cabe�a que ele � um cara que tem pressa, principalmente porque ele realmente v� esse pr�ximo ciclo como o �ltimo dele", diz o cientista pol�tico Leonardo Barreto, citando a avalia��o de integrante do n�cleo duro do PT.

 

Entre outras men��es a uma n�o tentativa de reelei��o, Lula disse que "n�o � poss�vel um cidad�o com 81 anos (idade que ter� em 2026) querer a reelei��o" e que ser� "presidente de um mandato s�".

 

E o novo presidente fez refer�ncia ao lema de Juscelino Kubitschek, que assumiu a presid�ncia em 1956 com o discurso de crescer "50 anos em 5".

 

"Vamos tentar fazer 40 anos em 4, porque o Brasil precisa de urg�ncia para recuperar o emprego e a qualidade de vida do povo", disse Lula.

 

Barreto, que � diretor da consultoria de risco pol�tico Vector Research, questiona se a pressa � positiva.

 

"Isso pode n�o ser uma boa not�cia porque (a agenda priorit�ria) pode ser feita numa velocidade e numa intensidade maiores do que o motor do pa�s aguenta", argumenta Barreto.

 

"Ele pode simplesmente estar gerando um voo de galinha, pensando no curto prazo, e pensando que depois de 2026 o problema n�o � dele", acrescenta.

Para a economista e cientista pol�tica B�rbara Maia Pontes, no entanto, a pressa n�o � uma m� not�cia.

 

"A trajet�ria dele para chegar at� aqui, sobretudo a pris�o, foram coisas que impactaram ele — n�o necessariamente para n�o produzir coisas mais duradouras, mas o contr�rio. Ele est� justamente atuando como aquela pessoa que quer terminar sua carreira no auge", diz.

 

Pontes acrescenta que, em um contexto de "recomposi��o de for�as pol�ticas", Lula tem "interesse partid�rio" de deixar um sucessor. "N�o acho que ele vai fazer uma coisa pensando s� nos quatro anos."

Campanha 'pobre de propostas'?

A corrida presidencial de 2022, que teve um debate acirrado entre Jair Bolsonaro e Lula, foi criticada por n�o ter contemplado uma discuss�o profunda sobre propostas para o pa�s.

 

Barreto diz que "houve uma campanha pobre do ponto de vista de propostas" e que "o PT dessa vez n�o veio com a receita pronta como veio em outras ocasi�es".

 

O cientista pol�tico diz que o pano de fundo da campanha de Lula "foi todo no sentido de restartar o Brasil" para o fim do �ltimo governo petista, de Dilma Rousseff, que terminou em 2016.

 

"Foi todo nesse sentido de come�ar de onde paramos, e v�rios setores econ�micos ficam preocupados com essa narrativa porque a coisa mudou muito desde que eles sa�ram."

 

As caracter�sticas da �ltima elei��o presidencial podem interferir no n�vel de apoio da popula��o �s a��es do novo governo, aponta Pontes.

 

"Houve um voto mais reativo, de repulsa ao outro candidato, muito mais do que por identifica��o com o candidato em si. E o impacto disso n�o � s� na aus�ncia das propostas, mas tamb�m no que chamamos de per�odo de lua de mel — quando um candidato � eleito, no primeiro momento, vai sustentar apoio popular a suas a��es. E com elei��es com caracter�sticas como as de 2022, com acirramento muito grande, esse per�odo de lua de mel pode diminuir."

 

Mesmo nesse cen�rio, diz Pontes, a popula��o deve cobrar que o governo siga as diretrizes indicadas no plano de governo.

 

"A gente se coloca numa posi��o muito pessimista e ceticista quando descarta totalmente o plano de governo. Quando pensamos em pol�tica, temos que cobrar os nossos eleitos pelo que prometem", diz a pesquisadora, doutoranda na Universidade de Bras�lia (UnB).

 

Um ponto crucial para determinar o sucesso ou fracasso do Executivo em aprovar suas propostas � o apoio de deputados e senadores, j� que muitas medidas precisam passar pelo Congresso.

 

Como aponta Pontes, "o sistema pol�tico vai colocar todos os interesses � prova, inclusive do presidente".

 

Barreto destaca que o Congresso tem tido um protagonismo muito forte desde o governo do ex-presidente Michel Temer e diz que o Legislativo "governou junto com o Temer e governou acima de Bolsonaro — �s vezes at� apesar do Bolsonaro".

 

"� preciso dividir o poder, a decis�o. E isso n�o � muito estilo do PT, um partido de natureza hegem�nica, que gosta de ter o controle de todo o processo", diz Barreto. "[Ent�o] vai depender um pouco de quanto o PT e o Lula est�o prontos para dividir o processo decis�rio com aliados. E essa � uma quest�o que a gente s� vai ver na pr�tica como vai funcionar."

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-64043644


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