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Estado de Minas NOVO GOVERNO

Lula chegou com esp�rito de revanche, diz Mour�o

Vice-presidente de 2019 a 2022, o general Hamilton Mour�o diz que o governo Lula (PT) n�o entendeu que 'venceu uma elei��o sem um apoio francamente majorit�rio'


04/01/2023 07:44 - atualizado 04/01/2023 07:46

 o general Hamilton Mourão
General Hamilton Mour�o diz que "est� na hora de compreender o pa�s que precisam governar, despindo seus preconceitos pol�ticos, econ�micos e ideol�gicos" (foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP)
S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Vice-presidente de 2019 a 2022, o general Hamilton Mour�o diz que o governo Luiz In�cio Lula da Silva (PT) "chegou com esp�rito de revanche e sem entender que venceu uma elei��o no photochart, portanto sem um apoio francamente majorit�rio".

Desde que assumiu no domingo (1º), Lula promove um in�dito desmonte de decretos que caracterizaram a gest�o de Jair Bolsonaro (PL), como as regras que facilitavam o acesso a armas, e tamb�m medidas de �ltima hora, como a que tirava R$ 5,8 bilh�es da arrecada��o federal.

J� a met�fora usada por Mour�o com a t�cnica usada para definir vencedores em corridas apertadas de cavalos se refere aos 50,9% atingidos por Lula no segundo turno em outubro, ante 49,1% do ent�o presidente.

Leia tamb�m: Mour�o: Nem todas as empreitadas obtiveram o sucesso que almej�vamos.

Respondendo a quest�es enviadas pela Folha de S.Paulo por WhatsApp, ele afirmou que sua avalia��o se d� por "atos e palavras". "Est� na hora de compreender o pa�s que precisam governar, despindo seus preconceitos pol�ticos, econ�micos e ideol�gicos", afirmou.

No s�bado (31), Mour�o fez um pronunciamento em rede nacional no qual defendeu o legado do governo, mas onde tamb�m deixou uma s�rie de recados.

O mais pol�mico

O mais pol�mico foi uma defesa das For�as Armadas, a quem viu "pagar a conta" de insinua��es golpistas que n�o atribuiu com todas as letras a Bolsonaro, mas que assim foi lido pelo mundo pol�tico.

"Lideran�as que deveriam tranquilizar e unir a na��o em torno de um projeto de pa�s deixaram com que o sil�ncio ou o protagonismo inoportuno e delet�rio criassem um clima de caos e de desagrega��o social e de forma irrespons�vel deixaram que as For�as Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por ina��o e para outros por fomentar um pretenso golpe", disse ent�o.

Foi criticado por bolsonaristas que pedem um golpe conta Lula na frente de quart�is e por dois filhos do ex-presidente: o deputado Eduardo citou m�scaras caindo e o vereador Carlos o chamou de "bosta".

Leia tamb�m: Bruno Engler se revolta com pronunciamento de Mour�o: Um bosta.

Questionado sobre a quem se dirigia, Mour�o n�o deu nomes, mas ampliou o escopo e incluiu uma autocr�tica. "Ao longo dos �ltimos anos, os �nimos se exaltaram com as omiss�es do Legislativo, as decis�es enviesadas do Judici�rio e com n�s mesmos no Executivo deixando de esclarecer bem nossas posi��es", afirmou.

"Isso jogou para o colo das For�as Armadas, em particular do Ex�rcito, uma press�o descabida. As pessoas precisam compreender que decis�es do passado n�o servem para o presente", disse ele, que negou ter conversado com o Alto-Comando das For�as sobre a defesa que fez. "Julguei que era minha responsabilidade chamar a press�o para mim."

Sobre os atos Brasil afora, ap�s dizer no pronunciamento que era hora de as pessoas "voltarem ao concerto do lar", Mour�o foi na linha de acomoda��o do novo ministro da Defesa, Jos� M�cio. "Considero que se situaram dentro do contexto democr�tico e que, salvo pequenas coisas, n�o ultrapassaram os limites da lei e da ordem".

A partir de fevereiro, o general de quatro estrelas da reserva sentar� � bancada do Senado, eleito pelo Republicanos do Rio Grande do Sul. Mais do que um observador viu no seu discurso, em que admoestava o governo petista e prometia combater "projeto progressista", uma postula��o de lideran�a de oposi��o.

Ele n�o desconversa. "Considero ser minha tarefa buscar construir um grupo s�lido, em torno de princ�pios e valores comuns, para fazer uma oposi��o dura as ideias que sabemos ser um pren�ncio do desastre. Por outro lado, aquilo que for fundamental para que o pa�s entre em um ciclo virtuoso de crescimento ter� meu apoio", disse.

Questionado se n�o seria papel de ex-chefe tal lideran�a, ele diz que "n�o tenho a m�nima d�vida do carisma do presidente Bolsonaro e que ele possui todas as condi��es para ser o grande l�der da direita".

Mesmo tendo abandonado o cargo antes da posse? "Quanto � sa�da dele do pa�s, como em nenhum momento ele conversou comigo, sobre isso seria leviano de minha parte emitir uma opini�o", afirmou.

Desde que foi eleito, o general j� sinalizou que ter� no Supremo Tribunal Federal um de seus objetos de combate - ele defende o impeachment de ministros, e j� disse que Alexandre de Moraes precisa ser "freado".

Segundo um pol�tico com amplo tr�nsito entre os militares, Mour�o poder� no m�nimo servir de condu�te da corpora��o militar no Legislativo, algo que Bolsonaro nunca foi, apesar de 28 anos na C�mara - ele era mais um sindicalista fardado folcl�rico, por assim dizer.

Ap�s quatro anos de desastrosa tentativa de normalizar a presen�a militar no Executivo, heran�a do ex-comandante do Ex�rcito Eduardo Villas B�as, Mour�o parece mais qualificado para a miss�o do que figuras como general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Sa�de eleito deputado federal pelo PL-RJ.

Por outro lado, o Senado n�o � uma OM (organiza��o militar), brinca esse interlocutor. O estilo direto de Mour�o ter� contraponto na ampla experi�ncia dos caciques da Casa, como Renan Calheiros (MDB-AL), e o embate de estilos promete divers�o.

No servi�o ativo, Mour�o perdeu o Comando Militar do Sul em 2015 ao sugerir que retirar Dilma Rousseff (PT) do poder reduziria a corrup��o e acabou caindo da Secretaria de Finan�as do Ex�rcito em 2017, ap�s criticar o governo Michel Temer (MDB) e sugerir a possibilidade de interven��o militar.

 


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