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Ap�s invas�o e depreda��o das sedes dos tr�s poderes em Bras�lia, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu afastar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo por 90 dias.
No domingo (8/1), as for�as de seguran�a do Distrito Federal n�o contiveram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiram e destru�ram o Pal�cio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.
A decis�o de Moraes diz que houve "omiss�o e coniv�ncia de diversas autoridades da �rea de seguran�a e intelig�ncia".
Segundo o ministro, "a escalada violenta dos atos criminosos" que resultou na invas�o dos tr�s pr�dios p�blicos "somente poderia ocorrer com a anu�ncia, e at� participa��o efetiva, das autoridades competentes pela seguran�a p�blica e intelig�ncia, uma vez que a organiza��o das supostas manifesta��es era fato not�rio e sabido, que foi divulgado pela m�dia brasileira".
Com o afastamento de Ibaneis, quem assume o governo do DF � a vice, Celina Le�o (PP).
Antes da decis�o do Supremo, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva j� tinha decretado a interven��o federal na seguran�a do DF at� 31 de janeiro, colocando a Uni�o no comando das compet�ncias do DF nessa �rea. Agora, cabe ao Congresso Nacional analisar o decreto.
Quem � Ibaneis Rocha, que apoiou Bolsonaro 'de cora��o'?
Ibaneis esteve ao lado de Bolsonaro durante o mandato de ambos. Bolsonaro disse que Ibaneis "teve harmonia" com o governo federal durante sua presid�ncia e chamou o governador de "amigo" em outubro de 2022.
Na ocasi�o, antes do segundo turno da elei��o, Ibaneis declarou apoio a Bolsonaro. Ele afirmou que seu apoio era "de cora��o" e "natural" — apesar de diverg�ncias durante a pandemia, quando Ibaneis contrariou o chefe do Executivo promovendo restri��es � circula��o de pessoas.
O agora governador afastado era novidade na pol�tica em 2018, quando se candidatou pela primeira vez ao governo do Distrito Federal e conseguiu ser eleito — na esteira do discurso de renova��o da pol�tica e com apoio em igrejas evang�licas da regi�o. Ele derrotou o ent�o ocupante do cargo, Rodrigo Rollemberg (PSB), e figuras tradicionais da pol�tica brasiliense.
Em 2022, Ibaneis conseguiu ser reeleito ainda no primeiro turno da elei��o, com pouco mais de 50% dos votos. Em sua posse, disse que o momento � de "uni�o pelo Brasil".
Na semana passada, Ibaneis publicou nas redes sociais fotos com ministros do governo Lula em cerim�nias de posse em Bras�lia, inclusive com Fl�vio Dino (Justi�a).
Agora pela tarde, prestigiei a posse do novo ministro da Justi�a, @flaviodino. Muito me orgulha saber que a justi�a do pa�s est� nas m�os desse grande pol�tico, juiz federal e advogado, que j� foi inclusive meu professor. Parabenizo o ministro e desejo um bom trabalho. pic.twitter.com/f1foxgp1Nc
— Ibaneis Rocha (@IbaneisOficial) January 2, 2023Ele, que � brasiliense e formado em Direito pelo Centro Universit�rio de Bras�lia (UniCeub), abriu seu escrit�rio de advocacia em 1990 e, de 2013 a 2015, foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF).
'Desculpas': o que disse Ibaneis ap�s invas�o
Na tarde de domingo, Ibaneis anunciou a exonera��o do secret�rio de Seguran�a DF, Anderson Torres, que foi ministro da Justi�a de Bolsonaro. A medida foi lida como uma tentativa de se afastar do que, nas palavras do governador foi uma "baderna antidemocr�tica na Esplanada dos Minist�rios".
Determinei a exonera��o do Secret�rio de Seguran�a DF, ao mesmo tempo em que coloquei todo o efetivo das for�as de seguran�a nas ruas, com determina��o de prender e punir os respons�veis.
Tamb�m solicitei apoio do governo federal e coloco o GDF � disposi��o do mesmo.
Depois, no entanto, foi decretada a interven��o na seguran�a do DF pelo Executivo. E, em seguida, Moraes decidiu pelo afastamento do governador.
Ibaneis havia divulgado v�deo nas redes sociais pedindo "desculpas" aos chefes dos tr�s poderes pelo que ocorreu em Bras�lia. "O que aconteceu na nossa cidade foi inaceit�vel."
"S�o verdadeiros terroristas, que ter�o de mim todo o efetivo combate para que sejam punidos", disse o governador, antes de ser afastado.
Ap�s dizer que monitorava a situa��o, disse: "N�o acredit�vamos em momento nenhum que manifesta��es tomariam as propor��es que tomaram".
