
"H� uma grande expectativa em rela��o ao Brasil, que sempre contribuiu com agendas importantes de sustentabilidade. Infelizmente, nos quatro �ltimos anos, viramos p�rias", disse a brasileira no painel intitulado "Em Harmonia com a Natureza", que dividiu com personalidades como Hindou Oumarou Ibrahim, presidente da Associa��o de Mulheres e Povos Ind�genas do Chade.
A ministra garantiu que "sustentabilidade n�o ser� uma pol�tica setorial, mas transversal, passando pelas pol�ticas de energia, ind�stria, mobilidade, por todos os setores". "� o que far� a diferen�a: atuarmos em todas as dimens�es. Mas isso n�o � m�gica, nem acontece da noite para o dia", completou.
Antes de subir ao palco, Marina teve um encontro bilateral com Ilan Goldfajn, presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Ela deixou a reuni�o animada com as possibilidades de investimentos.
"H� uma abertura muito grande para a coopera��o com o Brasil nesse momento em que h� uma retomada do protagonismo brasileiro na agenda ambiental global", afirmou. "Obviamente, os parceiros est�o surgindo. Seja em rela��o �s ag�ncias multilaterais de financiamento, seja governos, seja filantropia ou por meio de parcerias no campo da inova��o tecnol�gica."
Leque de possibilidades
Ao listar o leque de possibilidades, a ministra disse que � preciso agilidade para aproveitar estas oportunidades que est�o surgindo desde a COP27, no Egito, e agora em Davos.
A amplia��o do Fundo Amaz�nia � um exemplo. "Estamos atuando em v�rias frentes. Com governos, ampliando al�m de Alemanha e Noruega. Temos tido muitas conversas, como tive na COP, que abriu leque em rela��o � Espanha, ao Canad�, ao Jap�o e v�rios outros pa�ses."
Marina citou tamb�m o caminho da filantropia global para atrair mais investimentos para a Amaz�nia. "Inclusive, j� est� sendo organizado um grupo de institui��es filantr�picas que quer investir no Fundo Amaz�nia", afirmou.
Para atrair investimento, o discurso � �nico. "A mensagem que eu trago � do presidente Lula no discurso de campanha, no discurso da vit�ria, no discurso no Egito na COP27, no Congresso e subindo a rampa com a sociedade brasileira: � o combate � desigualdade, fortalecimento da democracia, criando um novo ciclo de prosperidade com sustentabilidade econ�mica, social, ambiental e pol�tica", diz.
Sobre a receptividade ao Brasil nesta edi��o do F�rum Econ�mico Mundial, Marina parafraseou o presidente Lula, ao afirmar que "o Brasil est� de volta".
"O mundo estava com saudade desse Brasil que foi capaz de reduzir suas emiss�es de CO2, evitando que fosse lan�ado na atmosfera mais de 5 bilh�es de toneladas; do Brasil que foi respons�vel por 80% das �reas protegidas criadas no mundo de 2003 a 2008", enumerou.
Meio ambiente
A quest�o clim�tica, segundo ela, est� no mais alto n�vel das prioridades do governo. "Como a quest�o do combate ao desmatamento, que � nosso maior vetor de emiss�o de carbono. Assim como o enfrentamento do garimpo criminoso nas terras das popula��es ind�genas brasileiras."
No painel em que os debatedores foram convidados a falar sobre a��es para promover um estilo de vida positivo para restaurar a sa�de do planeta e proteger o bem-estar das futuras gera��es, a plateia fez perguntas sobre o compromisso de Marina como membro do governo.
"Sustentabilidade n�o � s� ambiental, mas tamb�m social", respondeu Marina, lembrando que o Brasil voltou a figurar no Mapa da Fome. "J� temos t�cnica para mudar o mundo que vivemos, falta decis�o pol�tica e �tica."
Ao ser inquirida como pretende fazer pontes com a ci�ncia e a tecnologia, a ministra fez refer�ncia ao governo negacionista de Jair Bolsonaro com rela��o � pandemia e ao desmatamento. "Tivemos mais de 700 mil mortes por Covid-19, al�m de destrui��o na Amaz�nia", destacou.
E fechou a fala fazendo uma exalta��o ao conhecimento dos povos ind�genas. "N�o existe uma ci�ncia �nica. Precisamos de um di�logo de saberes."
Em sua fala de abertura, a brasileira destacou sua origem, como filha de extrativistas de l�tex. "A floresta sempre foi lugar de aprendizado, inspira��o e conex�o", afirmou, lembrando que "tudo que existe na natureza tem por finalidade promover e sustentar nossa fr�gil vida".