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Estado de Minas ATOS ANTIDEMOCR�TICOS

Militares que trabalhavam na presid�ncia foram a atos em frente a quartel

Documento mostra que militares participaram de grupos em que foram trocadas e compartilhadas mensagens antidemocr�ticas e amea�as ao presidente Lula


19/01/2023 23:50 - atualizado 20/01/2023 00:01

Palácio do Planalto quebrado
Desde a derrota de Bolsonaro, a �rea em frente ao quartel-general do Ex�rcito se transformou em uma base de bolsonaristas inconformados com o resultado das elei��es, eles pedem que as For�as Armadas deem um golpe (foto: Ton Molina /Fotoarena/Folhapress)
Um relat�rio em posse do Minist�rio da Justi�a identifica ao menos oito militares da ativa lotados na Presid�ncia da Rep�blica durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) que compareceram no ano passado a atos no acampamento golpista em frente ao quartel-general do Ex�rcito, em Bras�lia.

Al�m disso, o documento mostra que alguns participaram de grupo de WhatsApp em que foram trocadas e compartilhadas mensagens antidemocr�ticas e amea�as ao presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).

O relat�rio foi produzido durante a transi��o de governo com base em conversas obtidas de grupos de WhatsApp. Os militares estavam alocados em especial no GSI (Gabinete de Seguran�a Institucional) da Presid�ncia durante a gest�o do general Augusto Heleno, um dos principais aliados de Bolsonaro.

Alguns dos militares confirmaram � Folha de S.Paulo a ida ao acampamento, mas disseram que foram sem farda e negaram que tenham se manifestado politicamente ou apoiado posi��es antidemocr�ticas e violentas.

Dois deles tiveram a dispensa da Presid�ncia publicadas no Di�rio Oficial da Uni�o desta quinta-feira (19/1).

De acordo com o dossi�, v�rias trocas de mensagens, �udios, v�deos e fotos mostram que esses militares encorpavam os atos antidemocr�ticos em frente ao QG do Ex�rcito. Pelo menos um afirmava inten��es violentas contra petistas.

Desde a derrota de Bolsonaro, a �rea em frente ao quartel-general do Ex�rcito se transformou em uma base de bolsonaristas inconformados com o resultado das elei��es. Eles pediam um golpe das For�as Armadas para impedir a posse de Lula.

O acampamento abrigou apoiadores de Bolsonaro envolvidos em ao menos tr�s epis�dios violentos: a tentativa de invas�o ao pr�dio da PF e depreda��es na regi�o central de Bras�lia, em 12 de dezembro; a instala��o da bomba pr�xima a um caminh�o de combust�veis; e o ataque aos pr�dios do STF (Supremo Tribunal Federal), Congresso e Pal�cio do Planalto em 8 de janeiro.

Depois de algumas tentativas bloqueadas pelo Ex�rcito, o acampamento foi esvaziado pela Pol�cia Militar do Distrito Federal em 9 de janeiro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A opera��o de desmobiliza��o ocorreu um dia ap�s o quebra-quebra na pra�a dos Tr�s Poderes.

Bolsonaro


Em um dos grupos de militares, integrantes da pr�pria seguran�a pessoal do ent�o presidente Bolsonaro aparecem, sem farda e geralmente com camisa da sele��o brasileira de futebol, em fotos no QG. Eles encorajaram outros colegas a irem ap�s o expediente com suas fam�lias para o local.

O dossi� cita ainda um v�deo curto postado num grupo de mensagens em que uma imagem de Lula discursando � colocada na mira de um atirador de elite, sugerindo que o presidente fosse abatido por um sniper no dia 1º de janeiro, data da posse.

Uma das fotos postadas nos grupos mostram o major Alexandre Nunes, apontado como sendo do Ex�rcito, o sargento da Marinha M�rcio Valverde e uma pessoa identificada como sargento Azevedo, da Aeron�utica.

Sobre Nunes, o dossi� aponta a exist�ncia de informes sobre sua atua��o com representantes diplom�ticos. Ele teria dito a essas pessoas que Lula n�o subiria a rampa.

Valverde, por sua vez, era da seguran�a presidencial e foi nomeado em 2020 como assistente no GSI.

Outro que aparece � Ronaldo Ribeiro Travasso. O militar da Marinha estava no GSI quando foi aos atos no acampamento. Como revelou a Folha de S.Paulo, ele disse que daria um tiro na cabe�a do pr�prio irm�o se ele fizesse o L --gesto caracter�stico dos eleitores de Lula.

Da Marinha, os outros citados no documento s�o Estev�o Soares, Thiago Cardoso, Marcos Chiele e Fernando Carneiro Filho.

"N�o t� falando isso de brincadeirinha, n�o, � s�rio. Quem faz o L � terrorista. Tem que morrer mesmo, ou mudar ou morrer, porque n�o tem jeito uma pessoa dessa", diz Travasso em resposta a uma mensagem postada e depois apagada por Estev�o.

Nesta quinta, o Di�rio Oficial trouxe a dispensa de Chiele e Valverde.

Militares negam apoio a movimentos antidemocr�ticos

O 1º sargento da Marinha Thiago Cardoso afirmou que � crist�o, que como cidad�o tem inclusive cr�ticas ao ex-presidente Bolsonaro e que n�o participou de manifesta��o pol�tica ou antidemocr�tica. Ele alega ter participado de ora��es pelo pa�s nas vig�lias realizadas em frente ao quartel.

"N�o fui fardado e em nenhum momento me pronunciei ou me manifestei. Fui como um cidad�o crist�o que defende valores e direitos para fazer ora��es e conversar com as pessoas. N�o concordo com qualquer ilegalidade e jamais concordaria com qualquer pr�tica criminosa. Nesse quesito, posso falar em nome da maioria das pessoas que tive conhecimento de estar ali", disse.

De acordo com Cardoso --que afirmou ter pedido em novembro para sair do cargo que ocupava no Pal�cio da Alvorada, o que foi efetivado nesta semana--, a grande maioria das pessoas que estavam no acampamento n�o pregava golpe.

"N�o havia uma lideran�a ou algu�m com planos de fazer alguma coisa. Percebi que as pessoas ali estavam ansiosas por informa��es no celular que legitimassem uma participa��o das For�as Armadas na defesa da democracia, porque n�o acreditaram na lisura do processo eleitoral."

O militar da Marinha Estev�o Soares afirmou que saiu do grupo de WhatsApp t�o logo percebeu o desvio de finalidade e por n�o concordar com o conte�do de algumas postagens.

"De forma alguma concordo ou defendo qualquer postura antidemocr�tica ou de natureza violenta. Pauto-me pela discri��o, princ�pio e conduta ilibada e disciplinada que sempre tive como crist�o e cumpridor das prerrogativas militares", afirmou.

Soares disse que muito provavelmente esteve uma vez no acampamento no in�cio de novembro, a pedido da mulher e filhos e sem qualquer motiva��o de natureza pol�tica. Segundo ele, o objetivo foi apenas participar de um grupo de ora��o e passear pela pra�a dos Cristais, �rea onde o acampamento se instalou.

Travassos n�o se manifestou. Em contato anterior, disse que n�o comentaria suas falas e que n�o sabia se era ele mesmo nos �udios. A reportagem n�o conseguiu contato com os demais citados.

A Marinha disse n�o ter sido notificada sobre servidores presos por envolvimento em atos antidemocr�ticos e apontou de forma gen�rica a possibilidade de aplica��es de san��es por desvio de conduta.

"Nesse sentido, as provid�ncias s�o tomadas de acordo com o caso concreto, ap�s conclus�o de eventual processo administrativo disciplinar, com o exerc�cio da ampla defesa e do contradit�rio, para, se for o caso, aplica��o de san��es pertinentes", afirmou.

Ex�rcito, Secretaria de Imprensa da Presid�ncia e Minist�rio da Defesa n�o responderam. A Aeron�utica disse que s� poderia se manifestar caso houvesse o nome completo do militar.

 


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